quarta-feira, 28 de novembro de 2018

SANTA TERESA EUSTOCHIO VERZERI

Santa Teresa Eustochio Verzeri

Origens

Teresa nasceu em Bérgamo, Itália, no dia 31 de julho de 1801. Era a filha mais velha de uma família nobre. Sua mãe era uma condessa chamada Helena Pedrocca-Grumelli e seu pai, Antônio Verzeri. Por causa da nobreza, seu nome completo era Ana Maria Teresa Eustochio Josefa Catarina Inácia Verzeri. Porém, ela ficou conhecida como Teresa Eustochio Verzeri. Sua mãe era uma cristã fervorosa, que a ensinou a amar a Deus em primeiro lugar.

Inteligência e liberdade interior

Tereza fez seus estudos iniciais em casa. Inteligente, aprendeu logo a ler e escrever. Motivada pelo ensino e testemunho cristão da mãe, Teresa, quando menina, quis muito ser missionária e realizar feitos heroicos, como Santo Inácio de Loyola e outros santos missionários e audaciosos. Da infância à maturidade, percorreu um caminho de iluminação e libertação interior, recorrendo sempre ao Espírito Santo. Este, guiou-a numa vida de pureza, de simplicidade e de retidão, que a conduziu a buscar "Deus só".

Ausência de Deus e solidão

Santa Teresa Eustochio Verzeri viveu Interiormente a particular e difícil experiência mística da "ausência de Deus". Aquela sensação forte de que “Deus se esqueceu de mim, desapareceu, ou, até mesmo, não existe”. Muitos santos passaram por esses “desertos espirituais” e Santa Teresa Verzeri foi uma delas. Além disso, enfrentou também a dor da solidão humana, quando nada nem ninguém, a não ser o próprio Deus, pode preencher o vazio do coração. Pois Santa Teresa Verzeri viveu tudo isso sem desanimar na fé. Pelo contrário, nos momentos mais difíceis, dedicava-se à oração e à caridade.

Firme na fé, mesmo sem sentir

Teresa abandonava-se ao coração do Pai, mesmo sem sentir nada, sem sentir “emoções consoladoras”. Assim, viveu a pura experiência de fé: “eu creio, mesmo sem sentir, mesmo sem tocar.” Mesmo passando por esses desertos espirituais, Teresa jamais deixou de confiar no Pai, Deus vivo, misericordioso e providente. A Ele, ela entregou a própria vida, fazendo como Jesus, que transformou a dor da solidão numa oferta profunda, de si mesma, por puro amor.

Descobrindo a vocação

Santa Teresa Verzeri fez uma experiência de vida contemplativa e religiosa no mosteiro das monjas beneditinas de Santa Grata, na cidade de Bérgamo. Essa experiência a fez perceber que sua vocação não era para a vida contemplativa, mas sim para o apostolado ativo. Assim,  aos vinte e cinco anos Teresa iniciou um trabalho missionário de assistência a crianças desvalidas e abandonadas. Nessa missão, ela foi orientada pelo Monsenhor Benaglio, que era seu diretor espiritual.

Fundadora

A obra de amor e caridade de Santa Tereza Verzeri atraiu várias outras jovens generosas, santas e disponíveis. Junto com elas, fundou a obra que se chamou: Congregação das Filhas do Sagrado Coração de Jesus. Nos anos por volta de 1800 foram de enormes transformações e crises na Itália. Em meio a tudo isso, Santa Teresa Verzeri percebeu claramente a urgência e as grandes necessidades de sua época. Assim, abraçou a missão de pedagoga, de evangelizadora e de orientadora espiritual.

Expansão e morte

A obra de Santa Teresa Verzeri se espalhou para várias cidades da Itália e ajudou enormemente a sociedade naqueles tempos de crise. Assim, feliz, vendo sua obra florescer, Teresa entregou sua alma a Deus no dia 03 de março de 1852. Sua beatificação aconteceu através do pelo Papa Pio XII, em 1946. Sua canonização foi celebrada pelo Papa João Paulo II, no ano 2001. As relíquias de Santa Tereza Verzeri estão expostas e veneradas na capela do colégio das Filhas do Sagrado Coração de Jesus, na cidade de Bérgamo.

Oração a Santa Teresa Eustochio Verzeri

“Santa Teresa Eustochio Verzeri, que nas contradições da vida, repetias com grande confiança em Deus “Quem tudo espera, tudo obtém”, pede a Jesus por nós uma grande confiança e a graça que confiantes pedimos ao seu Divino Coração, se for para o bem de nossa vida. Glória ao Pai... Santa Teresa Verzeri, intercede a Deus por nós.”

SANTA TEREZINHA

Santa TerezinhaSanta Tereza do Menino Jesus nasceu no dia 2 de janeiro de 1873 em Alençom, baixa Normandia, na França. Desde o nascimento foi fraca e doente. Seu nome de batismo era Marie Françoise Thérèse Martin (Maria Francisca Tereza Martin). Filha de Louis Martim, relojoeiro e joalheiro, que quis ser monge na ordem de São Bernardo de Claraval, e Zélie Guérin, famosa bordadeira do ponto de Alençon.
Sua mãe faleceu quando Terezinha tinha apenas quatro anos. Por isso, a menina se apegou à sua irmã mais velha, Paulina, que passou a ser tida por ela como segunda mãe. Paulina, porém, seguindo a própria vocação, entrou para o Carmelo. Terezinha ficou muito doente causando grande preocupação em seu pai e irmãs. Um dia, porém, olhando para a imagem da Imaculada Conceição de Maria, de quem seus pais eram devotos, a Virgem sorriu para Terezinha e esta ficou curada. Desse dia em diante, Terezinha decidiu entrar para o Carmelo. Suas irmãs, que também se tornaram freiras, eram Maria, Paulina, Leônia e Celina. Seus 3 irmãos morreram muito cedo. Terezinha estudou no colégio da Abadia das monjas beneditinas de Lisieux por 5 anos.

A vida de Santa Tereza do Menino Jesus

Santa Terezinha estava decidida a entrar para a ordem das carmelitas descalças, mas como tinha apenas 14 anos, não poderia, por causa das regras da Igreja. Mas ela não desistiu. Numa viagem feita à Itália, teve a audácia de pedir autorização ao Papa Leão Xlll e este concedeu. Assim, em abril de 1888 ela entra para o Carmelo com o nome de Thérèse de I’Enfant Jesus (Tereza do Menino Jesus). Fez sua profissão religiosa em setembro de 1890, festa da Natividade da Virgem Maria, acrescentando em seu nome, Thérèse de I’Enfant Jesus Et de La Sainte Face, (Tereza do Menino Jesus e Sagrada Face).

Vida de santidade

Santa Terezinha levou a sério o caminho da perfeição escrito por sua fundadora Santa Tereza de Jesus (Santa Tereza D’Ávila). Porém, Terezinha revelou ao mundo que a perfeição e a santidade podem estar nas pequenas coisas, nos pequenos gestos e obrigações cotidianas que fazemos com amor. Ela dizia: Sigamos o caminho da simplicidade. Entreguemo-nos com todo o nosso ser ao amor. Em tudo busquemos fazer a vontade de Deus. O zelo pela salvação das pessoas devore nosso coração.

O Legado de Santa Tereza do Menino Jesus

Santa Terezinha escreveu três manuscritos a pedido de sua irmã Paulina. Esses manuscritos são sua autobiografia e foram publicados em 1898 com o título de História de uma Alma, livro que, posteriormente, veio a se tornar um dos maiores best sellers da história.
Em seus escritos, Terezinha ensina a teologia profunda da simplicidade: a pequena via. Um caminho de santidade baseado nas pequenas coisas, nos pequenos atos do cotidiano que, quando feitos com amor, produzem frutos de santidade. Ela dizia que não tinha forças para fazer as grandes obras heróicas dos santos famosos da Igreja, mas só conseguia fazer pequenas coisas. Mas nessas pequenas coisas estava o segredo de sua santidade. Pegar um alfinete caído no chão, com amor, produz fruto de santidade.

Missionária sem nunca sair do Carmelo

Santa Tereza do Menino Jesus se tornou a padroeira das missões sem nunca ter saído do Carmelo. Ela dizia: Compreendi que a igreja tinha um Coração, e que este coração ardia de Amor. Compreendi que só o Amor fazia os membros da igreja agirem, que se o Amor viesse a se apagar, os Apóstolos não anunciariam mais o Evangelho, os Mártires se recusariam a derramar seu sangue... Por isso, ela dizia: No coração da Igreja, serei o amor. Dizia sempre que o que conta é o amor, só o amor. É contemplar no outro a pessoa de Jesus. Para ela ser missionário não é uma questão de geografia e sim uma questão de amor.

Santa Tereza do Menino Jesus, a Santa das Rosas

Santa Terezinha ficava feliz quando jogava pétalas de rosas ao ver passar o Santíssimo Sacramento no ostensório, e também gostava de jogar flores no grande crucifixo que ficava no jardim do Carmelo. Disse antes de morrer: Vou fazer chover sobre o mundo uma chuva de rosas, dizendo assim que iria interceder a Deus, sempre por todos os povos. Por isso, na Novena de Santa Terezinha o fiel espera receber uma rosa como sinal de que seu pedido será atendido.

Falecimento de Santa Terezinha

Santa Tereza do Menino Jesus sofreu por quase 3 anos de tuberculose, que, naquela época não tinha cura. Chegou a dizer que jamais pensou que fosse capaz de sofrer tanto, mas teve paciência e fez tudo por amor, sem jamais reclamar nem murmurar. Faleceu no dia 30 de setembro de 1897, aos 24 anos. No leito de morte as monjas rezavam e anotavam tudo que ela dizia. Sua última frase foi: Não me arrependo de haver-me entregue ao amor. E com o olhar fixo no crucifixo exclamou: Meu Deus, eu te amo. Então, faleceu a jovem que depois foi chamada de a Maior Santa dos tempos modernos.

Devoção a Santa Tereza do Menino Jesus

Antes de ser canonizada Santa Tereza do Menino Jesus foi beatificada em abril de 1923. Sua canonização foi feita pelo Papa Pio Xl, em 1925 no dia 17 de maio. No ano de 1927 foi declarada Patrona Universal das Missões Católicas. Foi nomeada Padroeira Secundária da França, junto com Santa Joana D’arc. Em 1997 no centenário de sua morte, o Papa João Paulo ll, na Carta Apostólica, Divinis Amoris Scientia, a declara Doutora da Igreja por causa da sua mensagem da Infância Espiritual e da Contemplação da Face de Cristo. Seus pais, Luis Martin e Zélia Guerin, foram beatificados pela Igreja, no ano de 2008, no dia Mundial das Missões, na basílica de Lisieux, dedicada a Santa Terezinha.

Oração a Santa Tereza do Menino Jesus

Ó Santa Terezinha, branca e mimosa flor de Jesus e Maria, que embalsamais o Carmelo e o mundo inteiro com vosso suave perfume, chamai-nos e nós correremos convosco, ao encontro de Jesus, pelo caminho da renúncia, do abandono e do amor. Fazei-nos simples e dóceis, humildes e confiantes para nosso Pai do céu. Não permitais que o ofendamos com o pecado. Socorrei-nos em todos os perigos e necessidades; socorrei-nos em todas as aflições e alcançai-nos todas as graças espirituais e temporais, especialmente a graça que estamos precisando agora, (fazer o pedido). Lembrai-vos ó Santa Terezinha, que prometestes passar vosso céu fazendo o bem a terra, sem descanso, até ver completo o numero de eleitos. Cumpri em nós vossa promessa: sede nosso anjo protetor na travessia desta vida e não descanseis até que nos vejais no céu, ao vosso lado, contando as ternuras do amor misericordioso do Coração de Jesus. Amém.

SANTA TATIANA

Santa Tatiana

Origens

Santa Tatiana nasceu por volta de 222 ou 235, na cidade de Roma. Filha de família romana e nobre, seu pai foi cônsul três vezes. E, mesmo sendo cônsul no império romano, aderiu ao cristianismo e viveu a fé cristã com fervor, embora secretamente. Ele ensinou à filha toda a beleza do amor de Jesus Cristo e a levava nas celebrações eucarísticas, então proibidas no império romano.

Adulta na fé

Chegando à vida adulta, Tatiana decidiu dedicar sua vida ao serviço de Deus. Optou por manter sua virgindade para melhor poder servir ao Reino de Deus. Sendo de origem nobre, abriu mão das riquezas materiais, do luxo e prestígio que sua condição lhe dava.  Procurou, ao invés disso, a riqueza eterna do céu. Dedicando-se ao serviço dos mais necessitados, ela se tornou diaconisa. Além disso, passou a viver uma vida de oração e jejum, nunca deixando o cuidado aos doentes e as pobres, honrando seu ministério diaconal.

Perseguição e milagres

Durante o reinado de Alexandre Severo, imperador romano, a perseguição contra os cristãos foi intensa. Nesse mesmo tempo, Tatiana começou a chamar a atenção por causa de seu ministério cristão. Por isso, foi presa. Levaram-na ao templo de Apolo e obrigaram-na a oferecer sacrifícios aos deuses romanos. Nesse momento Santa Tatiana começou a orar. Então, aconteceu um terremoto. As estátuas dos ídolos caíram e se quebraram. Os presentes ouviram gritos de horror sem ver quem gritava. Os cristãos compreenderam que eram demônios fugindo da oração de Santa Tatiana. Os carrascos, então, arrancaram os olhos dela, mas, Tatiana orou pela salvação deles e foi ouvida. De repente, eles viram quatro anjos em volta da jovem e a própria Virgem Maria falou ao coração deles. Oito deles renderam-se às evidências e abriram-se à graça de Deus. Estes, ajoelharam-se perante Santa Tatiana clamando pelo perdão de seus pecados. Mesmo sem os olhos, Santa Tatiana orou por eles. Os homens aceitaram a Jesus como Salvador e confessaram-no Senhor de suas vidas diante de todo o povo que assistia às torturas. Por isso, foram presos, torturados e mortos antes mesmo de receberem o batismo. Na verdade, receberam o batismo de sangue e se salvaram confessando Nosso Senhor Jesus Cristo.

O poder de Deus se manifesta com mais força

Santa Tatiana passou a noite na prisão cheia de ferimentos e sem os olhos. No dia seguinte, ela foi apresentada ao juiz totalmente curada. O Juiz, irado contra Deus, ordenou que ela fosse despida, espancada e cortada com facas afiadas. Essas terríveis torturas faziam parte da política romana para desencorajar a adesão ao cristianismo. Neste momento, um perfume extraordinário exalou do corpo de Santa Tatiana. Então, ela passou a ser espancada novamente. Porém, o poder de Deus através dos anjos, fazia com que os golpes dos carrascos voltassem para eles próprios, de forma que vários caíram sem forças. Santa Tatiana foi presa novamente e passou a noite louvando ao Senhor na companhia dos anjos.

Um leão lambe seus pés

Na manhã seguinte ela estava novamente curada, sem nenhum ferimento e mais bela que antes. Então, tentaram convencer Santa Tatiana a adorar a deusa Diana e levaram-na ao templo. Lá, Santa Tatiana orou novamente fazendo o sinal da cruz e um raio atingiu a estátua de Diana, as oferendas e os sacerdotes. Mais uma vez ela foi duramente torturada e presa. Na cela, mais uma vez, cantou louvores a Deus na companhia dos anjos. No dia seguinte, Santa Tatiana foi levada ao Coliseu e foi jogada à arena diante de um leão faminto. O leão, porém, aproximou-se da santa e docilmente lambeu seus pés, para o espanto de toda a plateia. Santa Tatiana foi presa novamente, torturada e, por fim, decapitada.

Veneração

Os sofrimentos, as torturas e o martírio imputados a Santa Tatiana, ao invés de desencorajar a adesão ao cristianismo, fez nascer um grande número de novos cristãos. Eles viram em tudo isso que o Deus anunciado pelos cristãos é realmente o Único Deus e pai de todos. Compreenderam que os ídolos são apenas estátuas sem vida e que não mereciam ser cultuados. Assim, o cristianismo ganhou força no império romano.

Oração a Santa Tatiana

“Ó Deus, que destes a Santa Tatiana a graça do amor perfeito, que perdoa os inimigos e entrega sua própria vida por Nosso Senhor Jesus Cristo, dai-nos a graça da perseverança até o fim perante os sofrimentos desta vida. Dai-nos a graça da fidelidade à fé e a Jesus Cristo e que o nosso testemunho ilumine a vida daqueles que nos cercam. E, por intercessão de Santa Tatiana, virgem e mártir, pedimos a graça (fazer o pedido). Por nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo, amém. Santa Tatiana, rogai por nós.”

SÃO TARCÍSIO

São TarcísioSão Tarcísio é um menino santo. Tarcísio por volta do ano 260. Ele é o padroeiro dos coroinhas, acólitos e cerimoniários. Isso pelo fato de ele ter sido acólito (coroinha), aquela pessoa que ajuda o sacerdote nas missas e prestava seus serviços na Igreja de Roma.

Perseguição

Durante a perseguição de Valeriano, imperador de Roma (253-260), muitos cristãos foram presos e martirizados. Enquanto estavam na prisão esperando a morte, esses cristãos desejavam receber a Santa Eucaristia para se fortalecerem com o Corpo de Cristo. Mas era muito difícil entrar nas cadeias com a Santa Comunhão.

Um menino cheio de coragem

O Papa Sisto II queria, mas não podia levar a Eucaristia aos presos antes de serem mortos. Então, com apenas 12 anos de idade, Tarcísio se ofereceu para fazer este serviço. Ele dizia estar disposto a até mesmo dar a sua vida para que as hóstias sagradas não caíssem nas mãos dos pagãos. Mas o papa, olhando para ele, disse: "És jovem ainda, Tarcísio, e não sabes desempenhar esta santa missão". Tarcísio retrucou: "Tanto melhor, porque de mim ninguém desconfiará, podendo de tal maneira me aproximar de nossos irmãos encarcerados. E também sei guardar as Santas Hóstias e nunca as entregarei aos pagãos." Diante de tal atitude o papa não teve dúvida e entregou a ele uma caixa de prata com as Hóstias.

Perseguição

E Tarcísio foi cumprir sua missão. Caminhava firme pelas ruas, quando outros meninos o chamaram para brincar, pois faltava um para completar a brincadeira. Tarcísio se desculpou, dizendo estar com pressa. Um rapaz pegou-o pelo braço e quis forçá-lo. Tarcísio resistiu. Então, perceberam que ele segurava algo. Curiosos perguntaram o que era. Não atendendo às suas exigências, tentaram arrancar o segredo de suas mãos. Uma pessoa que passava pelo local, vendo a confusão, disse: "Ele leva o Deus dos cristãos!" Então, os rapazes caíram sobre o pobre menino para lhe arrancar à força as Santas Hóstias.

Força sobrenatural

Tarcísio segurava com tanta firmeza o tesouro, que força alguma conseguiu arrancá-lo. Porém, eles espancaram e maltrataram Tarcísio sem piedade. Exausto e quase morto, segurava as Santas Hóstias com força sobrenatural. Bateram nele e o apedrejaram. E, mesmo desmaiado, já quase morto, São Tarcísio não soltou o corpo de Cristo em suas mãos. De repente, então, surgiu um soldado romano, que também era um cristão disfarçado, mas já era tarde demais. Tarcísio já estava quase morto. Mas, aí, movido pela força de Deus, o menino soltou o Corpo de Cristo, entregou a caixa de prata ao soldado e faleceu. Depois de morto, o soldado levou seu corpo para as catacumbas, onde Tarcísio foi sepultado.

Veneração

Ainda é possível ver inscrições e restos arqueológicos sobre São Tarcísio nas famosas catacumbas de São Calisto. As inscrições comprovam a veneração a São Tarcísio. O Santo Papa Damaso I fez uma inscrição em seu túmulo, que diz: "Enquanto um criminoso grupo de fanáticos se atirava sobre Tarcísio que levava a Eucaristia, o jovem preferiu perder a vida, antes que deixar aos raivosos o Corpo de Cristo". Sua festa é celebrada no dia 15 de agosto.

SANTA THAÍS

Santa Thaís

Santa Thaís

Ex-prostituta convertida ao cristianismo no Século IV Padroeira de Alexandria  e dos convertidos

Origens

Não se sabe sobre as origens de Santa Thaís, ou seja, onde e quando nasceu, dados sobre sua família, etc. Sabe-se, porém, que ela recebeu educação cristã quando criança. Depois, por causa de sua grande beleza e temperamento, afastou-se da fé e tornou-se uma cortesã, ou “prostituta de luxo” na cidade de Alexandria, no Egito, no Século IV, quando esta cidade estava ainda sob a dominação romana. Seu nome e os dados de sua vida pós conversão estão inscritos em livros dos Padres do Deserto desde os finais do Século IV e é venerada pelas Igrejas Católica, Ortodoxa e Copta (reconhecidas pela igreja Católica).

A prostituta de luxo

Thaís tornou-se cortesã, ou seja, uma prostituta da corte romana que dominava Alexandria. Conseguiu este “posto” por causa de sua beleza. Com isso, ganhou muito dinheiro, tornou-se rica e cobiçada na corte.  Os romanos costumavam valorizar estas mulheres nos países que dominavam, dando a elas um certo “status”. Assim, Thaís tornou-se presa à vaidade, ao luxo, ao prazer e ao poder que lhe era dado servindo aos poderosos. Tudo isso foi como os “espinhos que sufocam a semente do Reino dos Céus” (Mateus 13, 22) que ela recebera um dia em sua infância.

O vazio muda sua história

Tudo parecia ir bem na vida de Thaís: riqueza, luxo, prazer, poder... Porém, ela começou a perceber que, depois de conquistar tudo isso, restava um profundo vazio em seu coração. Sua sensação não era de felicidade, mas aprisionamento. Sentia-se presa àquele mundo que, no fundo, usava seu corpo, mas não lhe fazia feliz.

A semente germina a seu tempo

E ela começou a se lembrar da semente do cristianismo recebida em sua infância. Lembrou-se da parábola do tesouro escondido, contada por Jesus: "O Reino dos céus é como um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo". (Mateus 13,44) E Thaís pensava: “se quem encontra esse tesouro vende tudo o que tem para compra-lo, é porque ele deve ser muito bom, melhor que tudo. Mas eu preciso encontra-lo primeiro. Se não o encontrar, como posso ter disposição para vender tudo o que tenho para compra-lo? Este pensamento acompanhou Thaís por muito tempo e ela rezou: “Senhor, eu queria encontrar esse tesou escondido... Encontrar algo pelo qual valesse a pena perder tudo o que tenho...”

Oração atendida

O pedido de Thaís veio do fundo de seu coração sofrido e vazio. E, logo, ela começou a sentir uma paz que jamais sentira antes em sua vida. Ao mesmo tempo, começou a sentir aversão por tudo o que dizia respeito à sua vida de cortesã.  Ela começou a sentir grande vontade de ficar cada vez mais tempo em oração, na presença de Deus, pois isso lhe trazia grande paz e felicidade de coração. E ela sentiu grande vontade de abandonar a vida que levava.

Um pastor é enviado por Deus

Nisso, um monge chamado Pafúncio (mais tarde, São Pafúncio) simplesmente chegou a seus aposentos dizendo que tinha sido enviado por Deus para instruí-la na fé. Ela compreendeu imediatamente e aceitou. O monge instruiu Thaís sobre a pessoa de Jesus Cristo e ela compreendeu, convencida interiormente em seu coração, que tinha encontrado o grande tesouro escondido.

Mudança de rumo

Então, Thaís vendeu tudo o que tinha e distribuiu aos pobres. Sentiu-se a pessoa mais feliz do mundo depois de fazer isso. Mas, sentiu também uma grande necessidade de fazer penitência pelos pecados de sua vida passada. Então, São Pafúncio levou-a um convento de monjas e disse à superiora: "Eu te trago uma pequena cabra meio morta, recentemente arrancada dos dentes dos lobos. Confio que por tua compaixão seja assegurado a ela um refúgio, e que por teu cuidado [ela] seja curada, e que tendo arrancado a áspera pele de uma cabra ela seja vestida com a suave lã do cordeiro".

Penitência

Thaís passou três anos em oração, jejuns e penitência. Saía de sua cela somente para ir à capela do Mosteiro. Ficou em silêncio completo, sem levantar os olhos para quem quer que fosse, vestia-se com roupas grosseiras e seu leito era o chão. Depois desses três anos, ela foi admitida na vida comunitária das monjas. Relatos do mosteiro a descreveram como uma pessoa muito amável, caridosa e portadora de um cuidado especial para com os doentes e os pobres.

Santidade

Sua fama de santidade cresceu na região por causa das curas que aconteciam por meio de sua intercessão. Observavam também que, mesmo estando muito tempo entre os doentes, ela não se contaminava. Diz a tradição que ao final de sua vida, muitos doentes eram curados apenas por sua oração.

Falecimento

Santa Thaís previu o dia de sua partida para o céu com antecedência. Chegando seu momento derradeiro, ela rezava sem cessar: “Ó Vós, que me criastes, tende compaixão de mim!” Faleceu num dia 08 de outubro. Antes de falecer, pediu para ser sepultada numa cova simples, sem caixão e sem nenhuma outra proteção. Pouco tempo depois, de sua cova exalava perfume e o local tornou-se um centro de peregrinação, onde muitas graças foram alcançadas.

Oração a Santa Thaís

“Ó Deus altíssimo, que concedestes a graça da conversão milagrosa a vossa serva Santa Taís, fazendo-a conhecer o seu amor, concede-nos também esta graça maravilhosa. Concede-nos também a constância da fé e do testemunho cristão. Amém. Santa Thaís, rogai por nós.”

SÃO TIAGO

São TiagoUm dos doze Apóstolos de Jesus, São Tiago é conhecido como Tiago Maior, para diferenciá-lo de Tiago Menor, que era de Nazaré e primo de Jesus. Ele é conhecido também como: São Tiago Apóstolo, Santiago e Santiago de Compostela.
É padroeiro dos cavaleiros, peregrinos, farmacêuticos, veterinários, dos químicos. É também padroeiro da Espanha, Guatemala, Chile e Nicarágua.

Origens

São Tiago era irmão de São João Evangelista, o mais novo dos discípulos de Jesus. Era filho de Zebedeu e Salomé. Nascido em Betsaida, às margens do Mar da Galiléia. Tal como Pedro e André, vinha de uma família de pescadores. Zebedeu, Tiago e seu irmão João eram sócios de Pedro e André no trabalho da pesca. São Tiago foi um dos primeiros discípulos chamados por Jesus e fazia parte dos principais, dos mais íntimos, ao lado de Pedro e João. Nos momentos mais importantes da missão de Jesus, como a Transfiguração, a ressurreição da filha de Jairo, a Santa Ceia entre outros, esses três estavam sempre presentes.

Filho do trovão

São Tiago e seu irmão João foram apelidados por Jesus de “Filhos do Trovão”, como vemos no Evangelho de Marcos 3, 17. Isto aconteceu porque quando Jesus e uma grande comitiva de discípulos se preparavam para atravessar Samaria, os samaritanos recusaram-se a recebe-los. Tiago e João perguntaram a Jesus se poderiam mandar cair fogo do céu sobre os rebeldes. Mas Jesus os repreendeu dizendo que “Não veio para perder, mas para salvar as pessoas”.

Faz um pedido precipitado ao Senhor

O Evangelista Mateus narra uma passagem curiosa. Quando Jesus estava caminhando para seus últimos dias em Jerusalém, Salomé, mãe de Tiago e João, foi até Jesus com os dois filhos, ajoelhou-se e pediu ao Senhor que, quando viesse em sua glória, colocasse um de seus filhos à sua direita e o outro à esquerda. Jesus respondeu que os dois irmãos beberiam o mesmo cálice de sofrimento que Ele (Jesus) beberia. Porém, quanto a estar à direita ou à esquerda, somente o Pai é quem sabe e determina. Os outros discípulos ficaram indignados com o pedido. Jesus, então, deu-lhes uma lição de humildade dizendo que, no Reino dos Céus, o maior é aquele que se coloca a serviço de todos.

São Tiago na Espanha – Santiago de Compostela

São Tiago é o padroeiro da Espanha. Isto se deve a uma tradição que vem desde os primórdios do cristianismo. Conta-se que, logo após receber o Espírito Santo no dia de Pentecostes, São Tiago teria ido para a Espanha anunciar o Evangelho. Depois de ter passados por vários lugares na Península Ibérica, inclusive Portugal, sem obter muito sucesso no seu intento, voltou para Jerusalém, onde foi aclamado o líder da Igreja local. Após sua morte, seus restos mortais teriam sido trasladados para a Espanha e sepultados no local onde hoje se encontra a famosa Catedral de Santiago de Compostela, erguida em sua homenagem.

Primeiro entre os 12 Apóstolos a ser martirizado

A última vez que São Tiago aparece nas Sagradas Escrituras é em Atos 12, 1-2, onde se noticia seu martírio. O texto diz que Herodes Agripa, filho de Herodes, o grande (aquele que mandou matar os bebês inocentes em Belém), rei da região sul de Israel chamada Judéia, “Mandou matar Tiago, irmão de João, pelo fio da espada”. Isso aconteceu perto do ano 44, na cidade de Jerusalém. Esta é a única morte de um dos 12 Apóstolos a ser narrada na Bíblia.

Ordem de Santiago

Por causa de sua coragem em testemunhar Jesus Cristo a ponto de dar a própria vida por Ele, São Tiago tornou-se patrono do Exército Espanhol e também do Exército Português. A tradição conta que ele inspirou um grande número de soldados no combate à invasão muçulmana na Península Ibérica. Por causa disso foi criada a famosa Ordem de Santiago, para valorizar a honra, a lealdade, a coragem e a fé. Durante alguns séculos, pertencer a esta Ordem era uma grande honra.

Peregrinação a Santiago de Compostela

Durante a Idade Média, a Igreja concedeu indulgência plenária a todos aqueles que fizessem peregrinação à Catedral de Santiago de Compostela, com espírito de penitência, de arrependimento e de conversão. Por isso, um grande número de fiéis começou a fazer este caminho de peregrinação. A rota da peregrinação foi se estendendo cada vez mais e, hoje, chega a oitocentos quilômetros. O caminho é feito, na maioria das vezes, a pé. Mas também é feito de bicicleta e outros tipos de veículos movidos pelo esforço humano. A peregrinação sempre transforma o peregrino. É raro o peregrino chegar ao seu destino sem ter sido transformado pela oração, pela penitência e pelo “caminho”, que representa uma elevação espiritual.

Oração a São Tiago Maior

Apóstolo São Tiago, escolhido entre os primeiros, tu foste o primeiro a beber no cálice do Senhor, e és o grande protetor dos peregrinos; faz-nos fortes na fé e alegre na esperança, em nosso caminhar de peregrino seguindo o caminho da vida de Cristo e alenta-nos para que finalmente, alcancemos a glória de Deus Pai. Que Assim seja. Amém.”

SÃO TIAGO DAS MARCAS

São Tiago das Marcas

Origens

Ele nasceu no ano 1394, em Monteprandone, pertencente à província de Ascoli Piceni, que fica na região de Le Marche (das Marcas), na Itália. Foi batizado com o nome de Domingos Gangali. Ficou órfão desde pequeno. Por isso, um tio assumiu sua educação. Homem de Deus, esse tio, sabiamente, o educou no seguimento de Cristo.

Advogado e franciscano

Domingos estudou na cidade de Perugia. Lá, diplomou-se em Direito Civil, juntamente com outro santo, o famoso João de Capistrano. Depois, decidiu deixar a advocacia para entrar na Ordem Franciscana. Estudou teologia e recebeu a ordenação sacerdotal. Adotou, então, o nome de Tiago, que passou a ser completado com o apelido "das Marcas", por causa de sua origem geográfica.

Discípulo de um santo

Frei Tiago das Marcas foi discípulo de Bernardino de Sena, outro grande santo contemporâneo e também franciscano. Na época, São Bernardino destacava-se como o maior dos pregadores na Igreja. Seguindo o exemplo de seu mestre, Tiago das Marcas sentiu-se chamado a dedicar sua vida ao ministério da pregação. Assim, como pregador do Evangelho, ele percorreu vários países da Europa como Itália, Boêmia, Polônia, Bósnia e Hungria. E ele fez isso obedecendo a ordens diretas vindas de Roma.

Fundador itinerante

Frei Tiago das Marcas ficava num mesmo lugar somente o tempo necessário para construir um novo mosteiro ou restaurar a observância primeira da Regra Franciscana. Depois, partia, enviado a um novo desafio ou ao cumprimento de uma das difíceis e delicadas missões em nome da Igreja. Os Papas Eugênio IV, Nicolau V e também Calisto III, enviaram-no em várias missões especiais em nome da Igreja.

Firme nas batalhas

Frei Tiago das Marcas também atuou nas cruzadas, acompanhando São João de Capistrano, seu colega de estudos, em pregações contra os turcos invasores. Ele foi um dos articuladores da famosa vitória de Belgrado, no ano 1456. Humilde e sincero nos conselhos de Jesus Cristo, ele jamais almejou subir em cargos na Igreja. Tanto que recusou ser aclamado bispo de Milão.

Austeridade

Como Franciscano, Frei Tiago das Marcas levava uma vida cheia de austeridade. Vivia entre jejuns e penitências. Devoto de Nossa Senhora de Loreto, pediu a ela a graça de poder pregar as verdades eternas com eficácia. Tal oração foi prontamente atendida, pois, desde então, sua pregação alcançou verdadeiros milagres, tocando os corações e levando a conversões que todos julgavam impossíveis.

Morte

Os severos jejuns que fazia enfraqueceram seu corpo. Por isso, ele chegou a receber a unção dos enfermos por nada menos que seis vezes. Mesmo assim, porém, veio a falecer somente aos 90 anos. Estava ele em Nápoles e, antes de morrer, pediu perdão aos confrades pelo mau exemplo que, julgava ele, tinha sido sua vida. Faleceu em 28 de novembro de 1476. Seus restos mortais foram depositados na igreja de Santa Maria Nova, em Nápoles. Há registro de inúmeros milagres operados pela intercessão de São Tiago das Marcas, tanto quanto estava vivo, quanto depois de sua morte. Sua canonização foi celebrada pelo Papa Bento XIII em 1726.

Oração a São Tiago das Marcas

“Ó Deus, fizestes de São Tiago das Marcas um grande arauto do Evangelho, para salvação das almas e para chamar os pecadores de volta ao caminho das virtudes; concedei que, por sua intercessão, purificados de todo pecado, alcancemos a vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.”

SÃO TIMÓTEO

São TimóteoA Igreja comemora São Timóteo juntamente com São Tito. Ambos foram fiéis discípulos de São Paulo, acompanharam-no em sua viagens missionárias e deram continuidade à obra do grande Apóstolo das Nações. Por isso, entregaram suas vidas até o martírio.

Origens

Timóteo nasceu na cidade de Listra, na Ásia. Sua mãe, Eunice, era judia. Seu pai, porém, era grego e pagão. Por força da fé de Eunice, Timóteo foi educado na fé judaica. Esta ligação com o judaísmo certamente ajudou na conversão de Timóteo, de sua mãe e até de sua avó Loide, como lemos na segunda carta de Paulo a Timóteo, 1, 5. Aconteceu quando São Paulo esteve em Listra. Ao ouvirem a pregação de Paulo afirmando que o Messias esperado dos judeus veio na pessoa de Jesus Cristo, aderiram à fé cristã. Na ocasião, Timóteo tinha apenas vinte anos. Deste momento em diante, passou a seguir Paulo como discípulo.

Braço direito de São Paulo

São Timóteo foi discípulo, amigo, irmão, braço direito de São Paulo e Apóstolo. Seu nome aparece 24 vezes no Novo Testamento, no livro dos Atos dos Apóstolos e nas cartas de Paulo. Aliás, São Paulo endereçou duas cartas específicas a Timóteo. Elas formam páginas brilhantes do Novo Testamento. Por várias vezes, como lemos nas cartas, São Paulo enviou Timóteo como seu representante aos lugares onde não poderia ir. Viveu as alegrias da pregação e a perseguição por causa de Cristo. Por Jesus, sofreu, foi preso e açoitado juntamente com São Paulo e outros Apóstolos.

Missionário

Através do Novo Testamento sabemos que São Timóteo acompanhou o Apóstolo Paulo nas viagens a Tessalônica, Filipos, Corinto, Éfeso, Atenas e Roma. Ele estava em missão muito provavelmente na cidade de Éfeso quando Paulo escreveu sua primeira carta endereçada a ele (1Tim 1, 3). Paulo cita Timóteo nas saudações de várias de suas cartas: Filipenses 1, 1; 2 Coríntios 1, 1; Colossenses 1, 1; 1 Tessalonicenses 1, 1 e também 2Tessalonicenses 1, 1. Através das cartas sabemos que Timóteo permaneceu ao lado de Paulo quando este esteve preso em Roma.

Jovem de aparência frágil

Timóteo era jovem quando assumiu a missão e, provavelmente, de aparência frágil e tímida. Paulo, porém, confiava plenamente neste jovem Apóstolo, a ponto de lhe escrever: "Ninguém te despreze por seres jovem. Ao contrário, torna-te modelo para os fiéis, no modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade". (1 Tim 4,12). Quando enviou Timóteo à comunidade de Corinto, Paulo o apresentou dessa maneira: "Eu vos enviei Timóteo, meu filho muito amado e fiel no Senhor. Ele vos recordará as minhas normas de conduta, tais como as ensino por toda parte, em todas as igrejas". (1Cor 4,17)

Fidelidade a toda prova

O Apóstolo Paulo ficou preso em Cesaréia Marítima, Israel, durante dois anos. Tudo indica que São Timóteo permaneceu preso também com Paulo. Passados os dois anos, Timóteo foi solto e Paulo foi levado transferido Roma. Mesmo estando em liberdade, Timóteo acompanhou seu Mestre e o auxiliou sobremaneira em Roma. Depois, foi enviado por Paulo a Éfeso.

Bispo de Éfeso

Quando Paulo retornou de Roma, perto do ano 66, Timóteo tinha sido aclamado bispo de Éfeso. Por isso, Paulo o nomeou líder da Igreja em toda a Ásia Menor. O ministério do jovem bispo foi frutífero e acendeu a fé cristã em toda a região. Por isso, as cartas que Paulo escreveu a ele transformaram-se em rica literatura cristã e figuram entre os documentos mais preciosos da história. Elas servem até hoje como direcionamento para missionários e para toda a Igreja. 

Com São Paulo até o fim

Quando o Apóstolo Paulo estava novamente na prisão e muitos o tinham abandonado, escreveu sua segunda carta endereçada a Timóteo. Paulo sentia que sua morte estava próxima e pediu a seu fiel discípulo: "Procura vir ter comigo quanto antes" (2 Tim 4, 9). Tito, outro discípulo fiel estava na Dalmácia em missão. O inverno rigoroso de Roma estava se aproximando e Paulo já o sentia na masmorra. Mas queria também escrever mais e aprofundar nas Escrituras. Por isso, pediu a Timóteo; "Quando vieres, traze contigo o manto que deixei em Trôade na casa de Carpo, e também os livros, principalmente os pergaminhos". (2 Tim 4, 13)

Morte

A morte de São Timóteo é a comprovação de sua fidelidade a Cristo, ao Evangelho e a seu mestre Paulo. Ocorria uma grande festa regional, na qual o povo prestava culto à deusa Diana. Timóteo foi até o centro onde se prestaria o culto e fez um discurso incisivo, mostrando que o culto a Diana era vazio e não trazia benefícios reais ao povo. Mas os líder do culto pagão incitaram o povo e Timóteo foi morto a pedradas, pancadas e pauladas. Assim, entregou sua vida por Jesus e pelo Evangelho. Por sua fidelidade a Paulo, sua festa acontece no dia 26 de janeiro, um dia depois da festa de São Paulo. Neste dia também é celebrado São Tito, ous fiel discípulo de Paulo.

Oração a São Timóteo

Pai de amor, que escolheste Timóteo para ser um grande apóstolo, convertei-nos também a nós e inspirai-nos gestos de renovação da sociedade e das nossas comunidades eclesiais. Por Cristo nosso Senhor. Amém.”

SÃO TOMÁS BECKET

São Tomás Becket

Origens

Tomás Becket nasceu em 21 de dezembro de 1118, na cidade de Londres. Seu pai era normando. Tomás cresceu na Corte real inglesa, lado a lado com príncipe herdeiro do trono, chamado Henrique. Era um dos jovens que compunham a comitiva do príncipe e um de seus amigos mais íntimos. Tomás e Henrique tinham grande afinidade. Tomás, a princípio, era ambicioso, aventureiro, amante das diversões, caçador audacioso e amigo das disputas perigosas. Ele e o príncipe compartilharam a adolescência e a juventude.

Chanceler

Quando Henrique III, seu amigo, foi corado, a amizade dos dois ainda teve continuidade, pois o rei o nomeou seu chanceler. Num certo momento, porém, Tomás começou a se interessar pela vida religiosa. Começou a estudar a doutrina cristã e tornou-se amigo do arcebispo de Londres, chamado Teobaldo de Canterbury.

Arcebispo

Seguindo as orientações do arcebispo, Tomás Becket foi se aprofundando na fé, no conhecimento de Deus e da Doutrina. A um dado momento concluiu que deveria deixar o cargo de chanceler para se dedicar à religião. Recebeu, então, a ordem do diaconato, através do bispo Teobaldo, passando a ser arcediácono do bispo.
Quando Dom Teobaldo faleceu, o papa permitiu que o rei de escolhesse o novo arcebispo. Henrique III nomeou o amigo para o cargo.

Amizade desfeita

Tomás Becket recebeu a ordenação sacerdotal em 1162 e, no dia seguinte, a sagração como bispo de Canterbury. Logo, porém, começou a ter problemas com o rei. Primeiramente porque Henrique III publicou um conjunto de leis que chamou de "Constituições de Clarendon". Essas leis davam direitos abusivos ao rei, e pretendiam reduzir a Igreja a um pequeno departamento do Estado da Inglaterra. Dom Tomás Becket, zeloso dos assuntos da Igreja e dos direitos de Deus, foi frontalmente contra. O rei, então, passou de amigo a perseguidor. Tanto que Tomás Becket teve de fugir dali para a França.

Exílio

O bispo Tomás Becket permaneceu no exílio durante seis anos. Só conseguiu voltar para a sua diocese na Inglaterra quando o papa Alexandre III conseguiu um acordo de paz com Henrique III. Ao chegar novamente à sua diocese, Dom Tomás Becket foi aclamado pelo povo. Os fiéis, com efeito, amavam-no e respeitavam muito sua integridade de homem correto e de pastor dedicado.

Paz frágil

Tomás Becket, porém, sabia muito bem que aquela paz era frágil. Tanto que afirmou a todos: "Voltei para morrer no meio de vós". Seu primeiro ato depois de retornar à diocese foi destituir todos os bispos que tinham cedido aos caprichos do rei. Nesse momento, a paz, que já era frágil, desapareceu.

Perseguição e morte

Quando Henrique III ficou sabendo desses atos de Dom Tomás Becket, pediu que alguém matasse o bispo. Tomás Becket foi avisado da intenção clara do rei, mas preferiu não fugir outra vez. E respondeu com uma frase que ficou gravada na história: "O medo da morte não deve fazer-nos perder de vista a justiça". Assim, entrou em oração, vestiu os sagrados paramentos e ficou à espera de seus assassinos dentro da catedral. Quatro cavaleiros chegaram e o apunhalaram na catedral. Como cordeiro manso, ele não ofereceu resistência. Era o dia 29 de dezembro de 1170. Assim, São Tomás Becket entregou sua vida por causa da justiça e da verdade de Jesus Cristo. Foi mártir. Sua canonização aconteceu apenas três anos depois de seu martírio, sendo celebrada pelo Papa Alexandre III. A sua festa litúrgica acontece no dia de sua morte.

Oração a São Tomás Becket

“Senhor nosso Deus, que destes ao mártir São Tomás Becket a grandeza de alma que o levou a dar a vida pela justiça, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de saber perder a vida por Cristo neste mundo, para podermos encontrá-la para sempre no Céu. Por Nosso Senhor. Amem. São Tomás Becket, rogai por nós.”