São Valentim e a proibição dos casamentos dos soldados
O primeiro Valentim viveu em Roma no tempo do imperador Cláudio II, o Gótico. O Império enfrentava vários problemas, com um grande número batalhas perdidas. O imperador atribuiu a culpa aos soldados solteiros. Cláudio II julgava que os solteiros menos ousados nas batalhas feriam-se levemente e, logo, pediam dispensa. Conseguiam um afastamento e, quando voltavam, estavam casados. Uma vez casados, não se arriscavam mais, com a intenção de voltar vivos. Isso, segundo Cláudio II, enfraquecia as legiões. Por isso, o imperador proibiu o casamento dos soldados.
São Valentim luta pelo direito ao casamento
O Padre Valentim considerou injusta a ordem do imperador. Por isso, continuou incentivando e celebrando os casamentos. Porém, fazia-o secretamente. Quando Cláudio II soube, mandou prender o Padre Valentim e interrogou-o diante do povo. As respostas de São Valentim defendendo o matrimônio como união sagrada, querida por Deus e “sacramento”, isto é, manifestação da presença de Deus, impressionaram o imperador e todo o povo. Por isso, o imperador enviou-o apenas para uma “prisão domiciliar”. Porém, o local indicado para a prisão foi a casa do prefeito de Roma, chamado Asterio. Lá, todos eram pagãos.
Cura e conversões
O prefeito tinha um sofrimento: uma de suas filhas era cega. São Valentim prometeu aos familiares que pediria a Jesus Cristo a cura da moça. E, de fato, alguns dias depois a jovem estava curada. A essa altura, toda a família do prefeito tinha se convertido à fé cristã. O imperador não gostou e condenou-o à morte. Assim, no dia 14 de fevereiro do ano 286, São Valentim foi morto a pauladas e, posteriormente, decapitado na via Flaminia.
São Valentim de Terni
Consta que que este Padre Valentim foi sagrado bispo de Terni no ano 197. Ele também é tido como o fundador da cidade italiana. Ao lado da igreja que ele construiu e de sua casa, havia um enorme campo e um belo jardim. Quanto não estava dedicando-se à igreja ou atendendo algum doente, era sempre visto num trabalho que gostava: cuidar das rosas de seu jardim. À tarde, Dom Valentim abria o jardim para as crianças brincarem. Ao pôr do sol ele abençoava cada criança e dava a elas uma flor, para que fossem levadas às suas mães. Ele queria, com isso, que as crianças fossem direto para casa e alimentassem o respeito e o amor pelos pais.
Reconciliador de namorados
Dom Valentim, tinha o dom extraordinário do conselho. Ele ficou famoso por conseguir reconciliar inúmeros casais de namorados. Certo dia, ouviu dois jovens namorados discutindo ao lado de seu jardim e foi até eles. Chegou com uma linda rosa na mão, o capuz sobre a cabeça, o semblante sereno e sorridente. A figura daquele bom idoso e a delicadeza da rosa acalmaram os dois namorados. Em seguida, deu a eles a mais valiosa lição. Pediu que os dois segurassem o caule da rosa com todo cuidado para não se espetarem. Eles assim o fizeram. Depois, São Valentim explicou-lhes a beleza do sacramento do matrimônio e da união de corpos.
O relacionamento a dois é como a rosa
São Valentim de Terni ensinou-lhes ainda: “As rosas são lindas, perfumadas, delicadas, mas tem espinhos. E elas não vivem sem espinhos. Assim também são as diferenças entre o casal. É preciso conhece-las, respeita-las e trata-las com delicadeza para que nenhum dos cônjuges seja ferido. Agindo assim, serão felizes e as brigas desaparecerão.” O jovem casal aprendeu a lição. Pouco tempo depois, o santo bispo celebrava o casamento dos dois. Depois disso, sua fama de casamenteiro se espalhou.
Mártir
Dom Valentim possuía também o dom da cura. Por isso, era chamado muitas vezes para orar pelos doentes em outras dioceses. Assim, estando em Roma no ano 272, converteu um famoso filósofo grego chamado Crato e, além dele, mais três de seus discípulos. Isso levou-o a ser denunciado, preso e julgado pelo imperador Aureliano. Crato e seus discípulos defenderam o bispo no julgamento, porém, de nada adiantou. São Valentim de Terni foi condenado e decapitado no 14 de fevereiro do ano 273. Os três filósofos recém convertidos tiveram o cuidado de resgatar seu corpo e transportarem-no para a cidade de Terni. Lá, ele foi sepultado.
Culto
A Igreja o incluiu São Valentim de Terni, bispo e mártir, no Calendário Litúrgico, o protetor dos namorados e dos jovens. Suas relíquias estão guardadas na Igreja das Carmelitas, em Terni, que hoje faz parte de Roma. Ao lado da urna de prata que guarda seus restos mortis, tem a inscrição: "São Valentim, patrono do amor". Há ainda na igreja um lindo vitral que mostra a imagem de São Valentim abençoando um jovem casal ajoelhado e os dois seguram uma rosa.
Oração a São Valentim de Terni
“São Valentim, que semeastes a bondade, o amor e a paz na Terra, sede meu guia espiritual. Ensinai-me a aceitar os defeitos e as falhas do meu companheiro e ajudai-o a reconhecer as minhas virtudes e vocações. Vós, que compreendeis os que se amam e desejam ver a união abençoada por Cristo, sede nosso advogado, nosso protetor e nosso abençoador. Em nome de Jesus, amém!”
Oração de São Valentim para um novo amor
"São Valentim, patrono do amor, lance seus olhos bondosos sobre mim. Impeça que maldições e heranças emocionais de meus ascendentes e erros que tenha cometido no passado perturbem minha vida afetiva. Desejo ser feliz e fazer as pessoas felizes. Ajude-me a entrar em sintonia com minha alma gêmea, para que possamos desfrutar o amor, abençoados pela providência divina. Peço a tua intercessão poderosa, junto a Deus e Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém".
Oração de São Valentim para reconciliação
"Ó Jesus Cristo, salvador nosso, que viestes ao mundo para o bem das almas dos homens, mas que fizestes tantos milagres para dar saúde ao corpo e amor às almas apaixonadas. Tu que curastes o menino que sofria de ataques e caía na água e no fogo; que libertastes aquele que se escondia entre os túmulos do cemitério; que expulsastes os maus espíritos dos possessos que espumavam; peço-vos, por intermédio de São Valentim, o santo dos namorados, a quem destes o poder de curar os que sofrem de amor, a reconciliação do meu casamento. Amém!"
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