quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Hermann Göring



Hermann Göring preso, em 9 de maio de 1945.
Mandato30 de agosto de 1932
até 24 de abril de 1945
PresidentePaul von Hindenburg
Adolf Hitler (Führer)
Antecessor(a)Paul Löbe
Sucessor(a)cargo abolido
Erich Köhler (presidente do Bundestag) (1949)
Mandato5 de maio de 1933
até 24 de abril de 1945
PresidentePaul von Hindenburg
Adolf Hitler (Führer)
Sucessor(a)Robert Ritter von Greim
Ministro da Economia da Alemanha
Mandato26 de novembro de 1937
até 15 de janeiro de 1938
FührerAdolf Hitler
Antecessor(a)Hjalmar Schacht
Sucessor(a)Walther Funk
Mandato11 de abril de 1933
até 24 de abril de 1945
Antecessor(a)Franz von Papen
Sucessor(a)cargo abolido
Vida
Nascimento12 de janeiro de 1893
RosenheimImpério Alemão
Falecimento15 de outubro de 1946 (53 anos)
NurembergAlemanha
NacionalidadeAlemã
CônjugeCarin von Kantznow (1921-1931, falecida)
Emmy Sonnemann (1935-1946)
PartidoNSDAP
ReligiãoLuterano
Profissãomilitar
Assinatura
Serviço militar
Anos de serviço1912-1945
GraduaçãoReichsmarschall
UnidadeLuftwaffe
Batalhas/guerrasPrimeira Guerra Mundial
Segunda Guerra Mundial
Hermann Wilhelm Göring (ou Goering); 12 de Janeiro de 1893 – 15 de Outubro de 1946), foi um militar alemão, político e líder do Partido Nazi(NSDAP). Veterano da Primeira Guerra Mundial, em que participou como piloto de aeronaves, atingindo o estatuto de Ás da aviação, recebeu a cobiçada condecoração Pour le Mérite. Foi o último comandante da unidade Jagdgeschwader, anteriormente comandada por Manfred von Richthofen, "o Barão vermelho".
Membro do Partido Nazi, NSDAP, desde os primeiros dias, Göring ficou ferido, em 1923, durante o golpe falhado que ficou conhecido como Putsch de Munique. Devido aos seus ferimentos, ficou permanentemente dependente de morfina. Em 1933, fundou a Gestapo. Göring foi nomeado para comandante-chefe da Luftwaffe, a força aéreaalemã, em 1935, uma posição que manteve até ao final da Segunda Guerra Mundial. Em 1940, Göring encontrava-se no auge do seu poder e influência; como ministro encarregado pelo Plano dos Quatro Anos, ele era responsável por uma grande parte do funcionamento da economia alemã na preparação para a Segunda Guerra Mundial. Adolf Hitlerpromoveu-o ao posto deReichsmarschall, o mais elevado em relação aos outros comandantes da Wehrmachte, em 1941, Hitler nomeou-o como seu sucessor e acessor em todos os gabinetes.
A posição de Göring perante Hitler ficou substancialmente enfraquecida a partir de 1942, devido à incapacidade da Luftwaffe de cumprir com os seus objetivos, e de o desempenho alemão na guerra ter decaído em ambas as frentes. Göring retirou-se, quase por completo, da cena política e militar. e concentrou-se na compra de propriedades e de arte, grande parte das quais retiradas às vítimas judaicas do Holocausto. Informado a 22 de Abril de 1945 que Hitler tencionava cometer suicídio, Göring enviou um telegrama a Hitler solicitando assumir o controlo do Reich. Hitler decidiu, então, retirar Göring de todas suas funções, expulsá-lo do partido e ordenar a sua prisão. Depois da Guerra, Göring foi culpado de crimes de guerra e crimes contra a humanidade nos Julgamentos de Nuremberg. Foi condenado à morte por enforcamento, mas cometeu suicídio ingerindo cianeto na noite anterior à sua execução.
Infância e adolescênciaGöring nasceu no dia 12 de Janeiro de 1893 no sanatório de Marienbad, em RosenheimBaviera. O seu pai, Heinrich Ernst Göring (31 de Outubro de 1839 – 7 de Dezembro de 1913), antigo oficial de cavalaria, foi o primeiro governador-geral do protectorado alemão da África Ocidental, atual Namíbia. Heinrich teve cinco filhos de um casamento anterior. Herman era o quarto filho de cinco, do casamento de Heinrich com a sua segunda esposa, Franziska Tiefenbrunn (1859–15 de Julho de 1923), uma camponesa bávara. Os irmãos mais velhos de Hermann eram Karl, Olga e Paula; o mais novo chamava-se Albert. Quando Göring nasceu, o seu pai era cônsul-geral no Haiti, e a sua mãe tinha regressado à Alemanha, por pouco tempo, para dar à luz. A sua mãe deixou-o, com seis semanas de vida, com uma amiga, na Baviera, e só passado três anos o voltou a ver, quando ela e Heinrich regressaram à Alemanha.
O padrinho de Göring era o Dr. Hermann Epenstein, um médico abastado, e homem de negócios, que o seu pai conheceu na África. Epenstein era um cristão de origem judaica cujo pai era cirurgião no exército. Epenstein acolheu a família Göring, que vivia da pensão de Heinrich, num pequeno castelo chamado Veldenstein, pero de Nuremberg. A mãe de Göring tornou-se amante de Epenstein, e assim permaneceu durante quinze anos. Epenstein recebeu o título de Ritter(Cavaleiro) von Epenstein pelos serviços e donativos à Coroa.

Atraído pela carreira militar desde novo, Göring brincava com soldadinhos de chumbo e vestia um uniforme de Boer que o seu pai lhe tinha dado. Göring foi enviado para um colégio interno com onze anos, onde a comida era de má qualidade, e a disciplina era dura. Para regressar a casa, vendeu o seu violino para comprar o bilhete de comboio, e meteu-se na cama fingindo estar doente, até lhe dizerem que não teria de voltar àquela escola.[4]Göring continuou a brincar aos jogos de guerra, fingindo estar a cercar o castelo de Veldenstein, e a estudar as lendas e nhistórias teutónicas. Tornou-se alpinista, escalando os picos na Alemanha, no Maciço do Monte Branco e nos Alpes austríacos. Com dezasseis anos é enviado para uma academia militar em Lichterfelde, uma localidade em Berlim, onde se formou com distinção. Göring juntou-se ao Regimento do Príncipe Wilhelm Regiment (112.º Regimento de Infantaria) do exército prussiano em 1912. No ano seguinte, a sua mãe teve um desentendimento com Epenstein, e a família teve de deixar Veldenstein para se mudar para Munique; pouco tempo depois, o pai de Göring faleceu. Quando a Primeira Guerra começou em Agosto de 1914.
Primeira Guerra Mundial
Durante o primeiro ano da Guerra, Göring prestou serviço com o seu regimento na região de Mulhouse, uma cidade a cerca de 1,6 km da fronteira francesa. Foi hospitalizado com reumatismo resultante da humidade existente nas trincheiras. Enquanto recuperava, o seu amigo Bruno Loerzer convenceu-o a mudar-se para a Luftstreitkräfte("força aérea") do exército alemão, mas o pedido de transferência foi recusado. Mais tarde nesse ano, Göring voou com Loerzer como observador no Feldfliegerabteilung 25 (FFA 25) – Göring tinha-se auto-transferido, de forma informal. Esta atitude foi detectada e foi condenado a três semanas de confinamento no quartel. No entanto, esta condenação nunca foi cumprida pois, entretanto, a sua situação junto de Loerzer foi regularizada. Ambos foram colocados no FFA 25, do 5.º Exército do Príncipe Guilherme. Efectuaram missões de bombardeamento e de reconhecimento e, por estas missões, receberam a Cruz de Ferro, de primeira classe, das mãos do Príncipe.
Depois de ter terminado a sua formação como piloto, Göring foi colocado na Jagdstaffel . Depois de ter sido gravemente ferido na anca - ficando quase um ano a recuperar - passou para a Jagdstaffel 26, comandada por Loerzer, em Fevereiro de 1917. Começou, então, a destacar-se com as suas vitórias até que, em Maio, recebeu o seu primeiro comando, a Jagdstaffel 27. Prestando serviço nas Jastas 5, 26 e 27, continuou a acumular vitórias. Para além da Cruz de Ferro, recebeu a Ordem do Leão de Zähringer, com espadas, a Ordem de Frederico, a Ordem de Hohenzollern, com espadas, terceira classe, e, em Maio, de 1918, a cobiçada Pour le Mérite. De acordo com Hermann Dahlmann, que conhecia ambos os homens, Göring teve a ajuda de Loerzer para obter a condecoração. Quando a Guerra terminou, Göring tinha obtido 22 vtórias confirmadas.
A 7 de Julho de 1918, após a morte de Wilhelm Reinhard, sucessor de Manfred von Richthofen, Göring foi nomeado comandante do famoso "Circo Voador", Jagdgeschwader 1. Devido à sua arrogância, Göring não era popular entre os homens da Jagdgeschwader .
Nos últimos dias da guerra, Göring recebeu repetidas ordens para retirar o seu esquadrão, primeiro para o aeródromo de Tellancourt, e depois para Darmstadt. A dada altura, recebeu instruções para entregar o seu equipamento aos Aliados, mas recusou; os seus pilotos preferiram efectuar aterragens forçadas, destruíndo as aeronaves, em vez de as entregar ao inimigo. Como muitos outros alemães, Göring era um proponente da "Lenda da Punhalada pelas Costas", uma hipótese que defende que o exército alemão não perdeu a guerra, tendo antes sido traída pela população, pelos marxistas e, em especial, pelos republicanos, que derrubaram a monarquia.
Pós-guerraGöring permaneceu na aviação depois da guerra. Tentou fazer espectáculos de acrobacias aéreas e trabalhou por um curo período, na Fokker. Em 1919, Göring mudou-se para a Dinamarca onde viveu quase um ano. Mudou-se para a Suécia onde se juntou à Svensk Lufttrafik, uma companhia aérea. Göring era contratado, habitualmente, para voos privados. Durante o Inverno de 1920–1921, foi contratado pelo conde Eric von Rosen para efectuar uma viagem de avião desde Estocolmo até ao seu castelo. Convidado a passar ali a noite, é provável que tenha sido aqui que Göring tenha visto a cruz suástica pela primeira vez, a qual von Rosen tinha colocada na chaminé, como distintivo da sua família.
Também foi a primeira vez que Göring viu a sua futura esposa: o conde apresentou-lhe a sua cunhada, baronesa Carin von Kantzow (nascida Freiin von Fock, 1888–1931). Afastada do seu marido há dez anos, o barão Niels Gustav von Kantzow, um oficial sueco, ela tinha um filho de oito anos de idade. Göring ficou apaixonado, e convidou-a para um encontro em Estocolmo. Encontraram-se em casa dos seus pais, e passaram muito tempo juntos ao longo de 1921, quando Göring deixou Munique para ir estudar Ciência Política na universidade. Carin divorciou-se, partiu para Munique e casou-se com Göring a 3 de Fevereiro de 1922. A sua primeira residência foi uma cabana de caça em Hochkreuth, nos Alpes Bávaros, perto de Bayrischzell, a 80 km de Munique. Depois de Göring conhecer Adolf Hitler, e de se juntar ao Partido Nazi, em 1922, mudaram-se para Obermenzing, um subúrbio de Munique.
Início da carreira NazistaGöring entrou para o Partido Nazi em 1922, tendo-lhe sido dado o comando da Sturmabteilung (SA), como Oberster SA-Führer, em 1923. Mais tarde é nomeado SA-Gruppenführer (Tenente-general), posto em que ficará até 1945. Por esta altura, Carin — que simpatizava com Hitler — fazia de anfitriã em encontros de dirigentes nazis, incluindo o seu marido, Hitler, Rudolf HessAlfred Rosenberg e Ernst Röhm. Hitler recordou mais tarde sobre Göring:
Gostava dele. Fiz dele chefe da minha SA. Ele é o único dos dirigentes que geriu a SA como deve de ser. Dei-lhe um conjunto de pessoas desorganizadas. Em pouco tempo, ele organizou uma divisão de 11 000 homens.
Hitler e o Partido Nazi organizaram manifestações em massa em Munique, e em outros locais, durante este período, tentando angariar apoiantes numa tentativa de obter poder político. Inspirado pela Marcha sobre Roma de Benito Mussolini, os nazis fizeram uma tentativa de conquistar o poder entre 8 e 9 de Novembro de 1923, num golpe fracassado conhecido como o Putsch de Munique. Göring, que estava ao lado de Hitler na frente da marcha em direcção ao Ministério da Guerra, foi atingido num perna por um disparo. Catorze nazis e quatro polícias foram mortos; muitos dos dirigentes de topo nazis, incluindo Hitler, foram presos. Com a ajuda de Carin, Göring fugiu Às escondidas para Innsbruck, onde recebeu operado e onde lhe deram morfina para as dores. Ele ficou no hospital até 24 de Dezembro. Este foi o início da sua dependência de morfina, que durou até à sua prisão em Nuremberg. Entretanto, as autoridades em Munique declararam que Göring era um homem procurado . Os Göring, com pouco dinheiro e a depender da ajuda de simpatizantes nazis no exterior, foram viver para Veneza. Em Maio de 1924, visitaram RomaFlorença e Siena. Göring conheceu Mussolini, que expressou o seu interesse em se encontrar com Hitler, que se encontrava preso.
Os problemas pessoais continuaram a aumentar. Em 1925, a mãe de Carin adoeceu. Os Göring, com dificuldade, juntaram dinheiro, na Primavera de 1925, para uma viagem à Suécia através da Áustria, ChecoslováquiaPolóniaDanzig (actual Gdańsk). Göring estava cada vez mais viciado em morfina; a família de Carin estava chocada pela sua decadência. Carin, que sofria de epilepsia e do coração, autorizou que médicos tratassem de Göring; o seu filho foi então levado pelo pai. Os médicos diagnosticaram que Göring se tinha tornado um toxicodependente violento, e foi colocado num asilo em Långbro, a 1 de Setembro de 1925. O seu estado era tão violento que lhe tiveram de vestir uma camisa-de-forças, mas o seu psiquiatra achava que ele era mentalmente são; o seu estado era apenas o resultado da morfina.[26] Livre da droga, pouco tempo depois deixou o asilo, mas teve de regressar para mais tratamentos. Voltou à Alemanha depois de uma amnistia em 1927, e continuou a trabalhar na indústria das aeronaves. Hitler, que escreveu Mein Kampf enquanto estava na prisão, foi libertado em Dezembro de 1924. Carin Göring, doente com epilepsia e tuberculose, morreu de uma paragem cardíaca a 17 de Outubro de 1931.
Entretanto, a NSDAP encontrava-se num período de reorganização e espera. A economia estava a recuperar, o que não era bom para os objectivos nazis - a mudança. A SA foi reorganizada mas, com Franz Pfeffer von Salomoncomo seu líder, em vez de Göring, e a Schutzstaffel (SS) foi fundada em 1925, inicialmente como guarda pessoal de Hitler. Os membros do partido aumentaram de 27 000 em 1925, para 108 000, em 1928, e para 178 000, em 1929. Nas eleições de Maio de 1928, o partido só alcançou 12 lugares de um total de 491. Göring foi eleito como representante da Baviera. A Quinta-Feira Negra de 1929, fez cair a economia alemã de forma desastrosa, e, na eleição seguinte, o NSDAP recebeu 6 409 600 votos e 107 lugares no Reichstag. Em Maio de 1931, Hitler enviou Göring numa missão ao Vaticano, onde se encontrou com o futuro Papa Pio XII.
Incêndio no ReichstagNo dia 27 de Fevereiro de 1933, ocorreu um incêndio no Reichstag. Göring foi um dos primeiros a chegar ao local. Marinus van der Lubbe, um comunista radical, foi detido e declarou ser o único responsável pelo fogo. Göring aproveitou o ocorrido para dar início a uma perseguição aos comunistas.
Os nazis aproveitaram o incêndio para apresentar os seus objectivos políticos. O Decreto do Incêndio do Reichstagou, formalmente, Decreto do Presidente do Reich para a Protecção do Estado e do Povo (em alemão: Verordnung des Reichspräsidenten zum Schutz von Volk und Staat), publicado no dia seguinte por insistência de Hitler, suspendeu direitos básicos e permitiu detenções sem julgamento. As actividades do Partido Comunista alemãoforam suprimidas, e cerca de 4000 membros do partido foram detidos. Göring exigiu que os detidos fossem fuzilados, mas Rudolf Diels, chefe da polícia política da Prússia, ignorou a ordem. Vários investigadores, incluindo William L. Shirer e Alan Bullock, são da opinião de que a própria NSDAP terá sido responsável pelo incêndio.
Nos Julgamentos de Nuremberg, o general Franz Halder testemunhou que Göring admitiu a responsabilidade por ter iniciado o incêndio. Ele disse que, no almoço de aniversário em casa de Hitler em 1942, Göring afirmou, «O único que sabe sobre o Reichstag sou eu, pois fui eu que lhe pegou fogo!» No seu testemunho no julgamento, Göring negou esta história.
Segundo casamentoNo início da década de 1930, Göring estava, por várias ocasiões, na companhia de Emmy Sonnemann (1893–1973), uma actriz de Hamburgo. Casaram-se a 10 de Abril de 1935, em Berlim; o casamento foi celebrado de forma grandiosa. Na noite anterior, deram uma enorme recepção na Deutsche Oper Belin. Aviões de caça sobrevoaram o local na noite da recepção e no dia da cerimónia. A filha de Göring, Edda, nasceu a 2 de Junho de 1938.
Potentado nazista
Quando Hitler foi nomeado Chanceler da Alemanha em Janeiro de 1933, Göring foi designado para ministro sem pastaministro do Interior para a Prússia e Comissário do Reich para a Aviação. Wilhelm Frick foi escolhido para ministro do Reich do Interior. Frick e o líder da Schutzstaffel (SS), Heinrich Himmler, esperavam criar uma força policial unificada para toda a Alemanha mas, 30 de Novembro de 1933, Göring estabeleceu uma força policial prussiana, com Rudolf Diels no seu comando. Esta força recebeu o nome de Geheime Staatspolizei, Gestapo. Göring, achando que Diels não era suficientemente duro para gerir eficazmente a Gestapo como força alternativa à SA, entregou o comando da Gestapo a Himmler, a 20 de Abril de 1934. Por esta altura, a SA tinha cerca de dois milhões de membros.
Hitler estava bastante preocupado com a possibilidade de Ernst Röhm, chefe da SA, estar a planear um golpe. Himmler, e Reinhard Heydrich, planearam, juntamente com Göring, usar a Gestapo e a SS para destruir a SA. Alguns membros da SA souberam do plano, e milhares deles foram para a rua em violentas demonstrações, na noite de 29 de Junho de 1934. Furioso, Hitler ordenou a prisão do líder da SA. Röhm foi executado na sua cela quando se recusou a cometer suicídio; Göring, pessoalmente, analisou a lista de detidos, vários milhares, e decidiu quem mais seria executado. Pelo menos 85 pessoas no período de 30 de Junho a 2 de Julho, período que ficou conhecido por Noite das Facas Longas. Hitler admitiu, no Reichstag, a 13 de Julho, que as mortes tinham sido ilegais, mas que havia um plano em curso para derrubar o Reich. Um decreto-lei, com efeitos retroactivos, foi emitido para tornar as acções legais. Os críticos foram presos.
Um dos termos do Tratado de Versalhes, que estava em prática desde o fim da Primeira Guerra Mundial, estabelecia que a Alemanha não podia ter uma força aérea. Depois da assinatura do Pacto Kellogg-Briand (Pacto de Paris), as aeronaves da polícia eram permitidas. Göring foi nomeado ministro do Tráfego Aéreo em Maio de 1933. A Alemanha começou a acumular aeronaves violando o Tratado e, em 1935, a existência da Luftwaffe foi formalmente reconhecida, com Göring como ministro da Aviação do Reich.

Durante uma reunião ministerial em Setembro de 1936, Göring e Hitler anunciaram que o programa de rearmamento alemão tinha que ser acelerado. A 18 de Outubro, Hitler nomeou Göring como plenipotenciário do Plano dos Quatro Anos para realizar aquela tarefa. Göring criou uma nova organização para gerir o Plano, e chamou os ministros da Agricultura e do Trabalho, que ficaram sob a sua autoridade. Passou por cima do ministro da Economia no respeitante às decisões políticas, para desapontamento de Hjalmar Schacht, o ministro responsável. Foram feitas despesas consideráveis no rearmamento, apesar do crescimento do défice.[52] Schacht demitiu-se a 8 de Dezembro de 1937,[53] e Walther Funk foi para o seu lugar e para administrador do Reichsbank. Desta forma, ambas as instituições ficaram a ser controladas por Göring, sob o auspício do Plano dos Quatro Anos.
Em 1938, Göring esteve envolvido no Caso Blomberg–Fritsch, que levou à demissão do ministro da Guerra, marechal-de-campo Werner von Blomberg, e do comandante do exército, general von Fritsch. Göring foi testemunha do casamento de Blomberg com Margarethe Gruhn, uma dactilógrafa de 26 anos, em 12 de Janeiro de 1938. Informações obtidas pela polícia revelaram que a jovem era prostituta. Göring sentiu-se na obrigação de dizer a Hitler, mas também viu a situação como uma oportunidade de se livrar de do marechal-de-campo. Blomberg foi forçado a demitir-se. Göring não quis que Fritsch fosse nomeado para aquela posição e, assim, se tornasse o seu superior. Alguns dias mais tarde, Heydrich revelou um ficheiro sobre Fritsch com alegações de que ele era estava envolvido em actividades homossexuais e chantagem. Mais tarde, as acusações foram consideradas falsas, mas Fritsch tinha perdido a confiança de Hitler, e foi forçado a demitir-se. Hitler usou as demissões como uma oportunidade para reforçar a liderança dos militares. Göring pediu para ser nomeado para a posição de ministro da Guerra, mas foi-lhe recusado; foi designado para o posto de marechal-de-campo. Hitler ascendeu a comandante supremo das forças armadas e criou postos subordinados para cada um dos ramos das forças.

Como ministro responsável do Plano dos Quatro Anos, Göring ficou preocupado com a falta de recursos naturais na Alemanha, e começou a pressionar a integração da Áustria no Reich. A província de Styria era rica em depósitos de ferro, e o país, num todo, tinha mão-de-obra qualificada que podia ser útil. Hitler sempre teve o desejo de unificar a Alemanha com a Áustria, o seu país-natal. Reuniu-se com o chanceler austríaco em 12 de Fevereiro de 1938, Kurt Schuschnigg, ameaçando-o de invasão caso ele não quisesse uma unificação pacífica. O Partido Nazi foi tornado legal na Áustria para obter uma base de poder, e foi agendada um referendo sobre a reunificação, para Março. Quando Hitler teve conhecimento do texto do plebiscíto, não concordou e Göring telefonou a Schuschnigg, e ao chefe-de-estado Wilhelm Miklas, para pedir a demissão de Schuschnigg, ameaçando de invasão, pelas tropas alemãs, e revolta civil pelos membros austríacos do Partido Nazi. Schuschnigg demitiu-se no dia 11 de Março e o referendo foi cancelado. Na manhã seguinte, pelas 5:30 h, as tropas alemãs entraram na Áustria, sem encontrar qualquer resistência.
Embora Joachim von Ribbentrop tenha sido escolhido para ministro dos Negócios Estrangeiros em Fevereiro de 1938, Göring continuou o seu envolvimento nas relações com o exterior . Em Julho, contactou o governo britânico com o objectivo de fazer uma visita oficial para discutir as intenções germânicas para a ChecoslováquiaNeville Chamberlain concordou com a reunião com base num pacto a ser assinado entre O Reino Unido e a Alemanha. Em Fevereiro de 1938, Göring visitou Varsóvia para neutralizar rumores de uma possível invasão da Polónia. Teve conversações com o governo húngaro também, naquele Verão, para discutir sobre o potencial papel daquele país numa invasão da Checoslováquia. Nas convenções do Partido Nazi em Nuremberg, em Setembro, Göring, e outros intervenientes, apontaram os checos como uma raça inferior que tinha de ser conquistada. Chamberlain encontrou-se com Hitler numa série de reuniões que culminaram na assinatura do Acordo de Munique (29 de Setembro de 1938), que entregava o controlo da Sudetenland à Alemanha.
Segunda Guerra Mundial
Göring, e outros oficiais superiores, estavam preocupados com o facto de a Alemanha ainda não estar preparada para a guerra, mas Hitler insistiu em avançar assim que possível. A invasão da Polónia, o começo da Segunda Guerra Mundial, deu-se no dia 1 de Setembro de 1939. Mais tarde, nesse dia, discursando no Reichstag, Hitler indicou Göring como seu sucessor «se alguma coisa me acontecer.»
De início, as vitórias alemãs sucederam-se, umas atrás das outras. Com a ajuda da Luftwaffe, a Força Aéra Polacafoi derrotada numa semana. Os Fallschirmjäger tomaram vários aeroportos na Noruega e capturaram o Forte Eben-Emael, na Bégica. A Luftwaffe de Göring teve um papel fundamental nas batalhas dos Países BaixosBélgicaFrança, na primavera de 1940.
Depois da derrota da França, Hitler condecorou Göring com a Grã-Cruz da Cruz de Ferro pela sua bem sucedida liderança. Por decreto de 19 de Julho de 1940, Hitler promoveu Göring ao posto de Reichsmarschall des Grossdeutschen Reiches (Marechal do Reich do Grande Reich Alemão), uma posição especial que fez dele o oficial superior de todos os marechais-de-campo do exército e da Luftwaffe.[66] Göring já tinha recebido, anteriormente, a 30 de Setembro de 1939, a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro por ser comandante-chefe da Luftwaffe.
A Grã-Bretanha declarou guerra à Alemanha logo após a invasão da Polónia. Em Julho de 1940, Hitler começou os preparativos para uma invasão à Grã-Bretanha. Parte do plano era a neutralização da Royal Air Force (RAF). De seguida, começaram os bombardeamentos às instalações aeronáuticas, às cidades e aos centros industriais. Embora confiante que a Luftwaffe conseguia derrotar a RAF em poucos dias, Göring, tal como o almirante Erich Raeder, comandante-chefe daKriegsmarine (Marinha), estava péssimista sobre o sucesso da invasão planeada (nome de código Operação Leão Marinho). Göring esperava que uma vitória aérea forçaria a assinatura da paz sem uma invasão. Contudo, a campanha fracassou e a operação Leão Marinho foi definitivamente adiada, a 17 de Setembro de 1940. Depois da derrota na Batalha da Grã-Bretanha, a Luftwaffe tentou derrotar os britânicos através de bombardeamentos estratégicos. No final do ano, o moral britânico não tinha sofrido com o Blitz alemão, embora os bombardeamentos tenham continuado até Maio de 1941.

O tempo de chuva em Outubro de 1941, causou condições de extrema dificuldades na Frente russa.
Apesar do Pacto Molotov-Ribbentrop, assinado em 1939, a Alemanha nazi deu início à Operação Barbarossa — a invasão da União Soviética - a 22 de Junho de 1941. De início a Luftwaffe estava em vantagem, destruíndo milhares de aeronaves soviéticas no primeiro mês de combates. Hitler, e o seu estado-maior, tinham a certeza de que a campanha terminaria pelo Natal, e não se preveniram com abastecimentos para os seus homens e equipamentos. Em Julho, os alemães só tinham 1000 aviões na operação e as baixas ascendiam a 213 000 homens. Foi tomada a decisão de concentrar o ataque numa parte específica da frente; os esforços seriam direccionados para a captura de Moscovo. Este esforço fracassou por causa das terríveis condições atmosféricas, falta de combustível e linhas de abastecimentos muito pressionadas; a 5 de Dezembro, o Exército Vermelholançou uma contra-ofensiva. Hitler não permitiu qualquer retirada até meados de Janeiro de 1942; por esta altura, as baixas eram semelhantes às da invasão francesa da Rússia em 1812.
Hitler decidiu que a campanha de Verão de 1942 seria concentrada a sul. O objectivo era capturar os campos de petróleo no Cáucaso. A Batalha de Estalinegrado, um dos principais pontos de viragem da guerra, teve início a 23 de Agosto de 1942 com uma ofensiva de bombardeamento da Luftwaffe. As forças alemãs na cidade mas, dada a sua posição na linha frente, ainda era possível para os soviéticos cercar os alemães e apanhá-los sem reforços ou mantimentos. Quando a cidade foi cercada, no final de Dezembro, Göring prometeu que a Luftwaffe seria capaz de entregar 300 toneladas de alimentos, por dia, aos soldados alemães debaixo de cerco. Com base neste pressuposto, Hitler deu ordem para não haver qualquer retirada; deviam lutar até ao último homem. Embora alguns aviões tivessem conseguido passar, o total de provisões entregues por via aérea nunca ultrapassou as 120 toneladas por dia. Aqueles que sobreviveram do 6.º Exército alemão - cerca de 91 000 soldados, de um total de 285 000 — renderam-se no início de Fevereiro de 1943; apenas 5000 destes lograram sobreviver aos campos de prisioneiros de guerra russos.

Entretanto, a força das frotas de bombardeiros americanos e britânicos aumentou. Baseados em solo britânico, deram início a operações contra alvos alemães. O primeiro raide dos Aliados - cerca de 1000 aviões - ocorreu a 30 de Maio na cidade de Colónia. Os ataques aéreos continuaram a partir da Grã-Bretanha depois de terem sido instalados tanques auxiliares de combustível nos caças americanos. Göring recusou acreditar nos relatórios que diziam que havia caças americanos abatidos a uma distância tão distante como Aachen, no Inverno de 1943. A sua reputação começou a cair. O P-51 Mustang americano, com uma autonomia de 2 900 km, começou a escoltar os bombardeiros, em grande número, até, e desde, a zona-alvo, no início de 1944. Daqui para a frente, a Luftwaffe começou a sofrer baixas nas tripulações, as quais não conseguia substituir. Tendo por alvos refinarias e caminhos-de-ferro, os bombardeiros Aliados acabaram com o esforço de guerra alemão no final de 1944. A população civil culpou Göring pelo fracasso ao não ser capaz de proteger ao seu país.[86] Hitler começou a excluí-lo de reuniões, mas manteve-o como chefe da Luftwaffe e como plenipotenciário do Plano dos Quatro Anos. Ao perder a confiança de Hitler, Göring começou a passar mais tempo nas suas casas. No Dia D, a 6 de Junho de 1944, a Luftwaffe só tinha 300 caças e um pequeno número de bombardeiros na zona de aterragens; os Aliadostinham um total de 11 000 aviões.
Fim da guerraÀ medida que as tropas soviéticas se aproximavam de Berlim, os esforços de Hitler para organizar a defesa da cidade eram em vão. O seu último aniversário, celebrado no Führerbunker, em Berlim, a 20 de Abril de 1945, foi a ocasião para a retirada de cena de muitos nazis do topo da hierarquia, incluindo Göring. Por esta altura, Carinhalltinha sido evacuada e o edifício destruído, e todos os objectos de arte transportados para Berchtesgaden e outros locais. Göring chegou à sua propriedade em Obersalzberg a 22 de Abril, no mesmo dia em que Hitler, num lento discurso violento contra os seus generais, admitiu pela primeira vez que a guerra estava perdida e que pretendia cometer suicídio. Göring estava profundamente preocupado com o facto de que o seu rival, Martin Bormann, iria lutar pelo poder depois da morte de Hitler, e que o mandaria matar como traidor. Reviu o decreto de 29 de Junho de 1941, onde o seu nome era indicado como sucessor de Hitler, e decidiu enviar uma mensagem para Berlim pedindo permissão para assumir o comando do Reich. O telegrama foi interceptado por Bormann, que convenceu Hitler que Göring era um traidor. Hitler anulou o decreto, retirou Göring dos seus gabinetes e títulos, e mandou-o prender e ficar confinado em sua casa, em Obersalzberg. Bormann anunciou, via rádio, que Göring se tinha demitido por razões de saúde. 
A 26 de Abril, as instalações de Obersalzberg ficaram debaixo de fogo dos Aliados, e Göring teve que se mudar para o seu castelo em Mauterndorf. No seu testamento, Hitler tirou Göring de membro do Partido Nazi, e nomeou Karl Dönitz para presidente do Reich e chefe das forças armadas. Hitler e a sua companheira, Eva Braun, suicidaram-se a 30 de Abril de 1945. Göring foi libertado a 5 de Maio por uma unidade da Luftwaffe, e partiu para as linhas norte-americanas esperando que aceitassem a sua rendição, em vez de se entregar aos russos. Foi preso, perto de Radstadt, a 6 de Maio.
Julgamento e morte
Göring (na primeira fila, primeiro a contar da esquerda) no Julgamento em Nuremberg
Göring foi levado para Mondorf-les-Bains, no Luxemburgo, para um local de prisioneiros de guerra temporários, no Hotel Palácio. Aqui, foram-lhe retirados os comprimidos de codeína – ele tomava o equivalente a entre 260 a 320 mg de morfina por dia — e imposto um rígido regime de dieta; perdeu 27 quilos. Outros oficiais nazis de topo foram transferidos em Setembro para Nuremberg, que sería o local de uma série de tribunais militares, que começariam em Novembro.
Göring era o segundo oficial com o posto mais alto, julgado em Nuremberg, logo a seguir ao Presidente do Reich (anterior almirante), Karl Dönitz. A acusação apontou quatro crimes, incluindo um de conspiração; um de guerra de agressão; crimes de guerra, onde se incluía a pilhagem e o roubo de obras de arte, e outros bens; e crimes contra a humanidade, incluindo o desaparecimento de políticos e outros oponentes sob o decreto Nacht und Nebel("Noite e Nevoeiro"); tortura e falta de tratamento médico de prisioneiros de guerra; e o assassinato e escravatura de civis, como os 5 700 000 de judeus (número estimado). Sem permissão para um discurso, Göring declarou-se «não culpado das acusações apresentadas». O julgamento teve uma duração de 218 dias; a acusação apresentou as suas alegações entre Novembro e Março, e a defesa de Göring — a primeira a ser apresentada — entre 8 e 22 de Março. As sentenças foram lidas a 30 de Setembro de 1946. Göring, forçado a manter silêncio, comunicou as suas opiniões usando gestos, abanando a sua cabeça ou rindo. Tomava notas de forma contínua, murmurava com os outros réus e tentava controlar o comportamento instável de Hess, sentado a seu lado. Durante os intervalos no processo, Göring tentou dominar os outros réus, e acabou por ser isolado dos outros quando tentou influenciar o seu testemunho.
Em entrevistas com psiquiatra Leon Goldensohn, na prisão, Göring refletiu sobre a ascensão do nazismo, repisou a tese da inferioridade de outros povos, como os russos, e declarou ser o maior opositor do comunismo na Alemanha. O capitão Gustave Gilbert, um oficial e psicólogo americano de informações, que falava alemão, entrevistou Göring ,e os outros, na prisão, durante o julgamento. Gilbert tinha um diário, que mais tarde publicaria com o título de Nuremberg Diary. Neste livro, Gilbert descreve Göring, na noite de 18 de Abril de 1946, quando o julgameento foi interrompido, por três dias, durante a Páscoa:

Suando na sua cela, à noite, Göring estava na defensiva e enfraquecido, e pouco contente com a direcção que o julgamento estava a tomar. Ele disse que não tinha controlo nas acções ou na defesa dos outros, e que ele próprio não era anti-semita, não acreditava nas atrocidades e que vários judeus se tinham oferecido para testemunhar a seu favor.
Em várias ocasiões no decurso do julgamento, a acusação exibiu filmes dos campos de concentração nazis e de outras atrocidades. Todos os presentes acharam as imagens chocantes, incluindo Göring; ele afirmou que os filmes deviam ser falsos, mas ninguém acreditou. Testemunhas, como Paul Koerner e Erhard Milch, tentaram descrever a personalidade de Göring como pacífica e moderada. Milch referiu que era impossível opôr-se a Hitler ou desobedecer às suas ordens; se o fizesse, seria executado, ou alguém da sua família também o sería. Quando testemunhou a seu favor, Göring expressou a sua lealdade para com Hitler, e insistiu que não sabia nada sobre o que tinha acontecido nos campos de concentração, que estavam sob a supervisão de Himmler. As suas respostas eram complexas e evasivas e tinha desculpas plausíveis para todas as suas acções durante a guerra. Utilizou o banco de testemunhas como um local para expor, de forma prolongada, o seu próprio papel no Reich, numa tentativa de se mostrar como um pacificador e diplomata antes do início da guerra. Durante o interrogatório, o responsável pela acusação, Robert H. Jackson, leu, em voz alta, o relatório de uma reunião havida pouco antes da Kristallnacht, uma enorme pogrom, em Novembro de 1938. Nessa reunião, Göring propôs roubar os bens dos judeus no início do pogrom. Mais tarde, David Maxwell Fyfe provou que era impossível que Göring não tivesse conhecimento dos assassinatos de Stalag Luft III — a execução de 50 aviadores que tinham sido recapturados depois de fugirem de Stalag Luft III — a tempo de os ter evitado. Também apresentou provas em como Göring sabia do extermínio dos judeus húngaros.

Göring no julgamento de Nuremberg
Göring foi considerado culpado nas quatro acusações, e foi condenado à morte por enforcamento. A sentença referiu:

Nada há a dizer para atenuar a acusação. Göring era, quase sempre, a força mobilizadora, logo a seguir ao seu líder. Ele era o elemento agressor principal, tanto como político como líder militar; ele era o director do programa de trabalho com escravos e o criador do programa opressivo contra os judeus e outras raças, tanto na Alemanha como fora do país. Todoa estes crimes foram por ele admitidos. Em algumas situações mais específicas, poderá ter havido alguma contradição no testemunho, mas, em termos gerais, o que ele admitiu é mais do que suficiente para concluir da sua culpa. A sua culpa é única na sua enormidade. Os registos revelam que não há qualquer desculpa para este homem.
Göring pediu para ser executado como um soldado em vez de enforcado como um vulgar criminoso, mas o tribunal recusou. Desafiando a sentença imposta pelo tribunal, suicidou-se com uma cápsula de cianeto de potássio na noite anterior a ser enforcado. Uma teoria sobre a forma como Göring obteve o veneno, passa pelo tenente do exército norte-americano Jack G. Wheelis, que estava a prestar serviço no julgamento, e que terá retirado a cápsula dos bens confiscados a Göring pelo Exército. Em 2005, um soldado veterano, Herbert Lee Stivers, que tinha prestado serviço no 26.º Regimento de Infantaria da 1.ª Divisão de Infantaria dos Estados Unidos — a guarda de honra dos Julgamento de Nuremberg Trials — afirmou ter dado um "medicamento" a Göring, dentro de uma caneta de tinta permanente, que uma mulher lhe tinha pedido para fazer entrar na prisão. O corpo de Göring foi exposto no local da execução para que fosse visto pelas testemunhas das execuções. Os corpos foram cremados e as cinzas espalhadas.
Bens pessoais
A confiscação de bens dos judeus deu a Göring uma oportunidade de juntar a sua fortuna pessoal. Alguns dos bens foi ele próprio que se apropriou; outros adquiriu a um preço irrisório. Em outros caos, obteve-os à custa de subornos permitindo que roubassem os bens judeus. Esteve envolvido em situações de corrupção política, com empresários que aprovavam as suas decisões do Plano dos Quatro Anos, e recebeu dinheiro ao fornecer armas aos espanhóis republicanos da Guerra civil espanhola através de Pyrkal, na Grécia (embora a Alemanha apoiasse Franco e os nacionalistas).
Göring foi nomeado Mestre Reich do Hunt em 1933, e Mestre das Florestas Alemãs, em 1934. Instituiu reformas às leis das florestas e legislou para proteger espécies em perigo. Por esta altura, ganhou interesse na reserva natural de Schorfheide-Chorin, onde limitou 400 km² como parque do Estado, e que ainda se mantém. Aqui, construiu um complexo alojamento de caça, Carinhall, em memória da sua primeira mulher, Carin. Em 1934, o seu corpo foi transladado para este local e colocado em um jazigo na propriedade. O alojamento principal tinha uma grande galeria de arte onde Göring expunha trabalhos pilhados de colecções privadas e museus europeus, após 1939. Göring trabalhou com o Einsatzstab Reichsleiter Rosenberg (Grupo de Trabalho Reichsleiter Rosenberg), uma organização especializada na apropriação de arte e outro material cultural, de colecções judaicas, bibliotecas e museus por toda a Europa. Coordenada por Alfred Rosenberg, o grupo estabeleceu a sua sede em Paris. Cerca de 26 000 carruagens, cheias de objectos de arte, mobiliário e outros bens roubados, foram enviadas para a Alemanha desde França. Göring visitou regularmente os escritórios de Paris para supervisionar os bens apropriados e escolher aqueles que deviam ir, num comboio especial, para Carinhall e outras residências pessoais. O valor estimado das suas colecções - cerca de 1500 peças - era de 200 milhões de dólares.

Göring era conhecido pelos seus gostos extravagantes e roupas vistosas. Tinha vários uniformes especiais para cada posto que detinha; o seu uniforme de Reichsmarschall incluía um bastão com pedras preciosas incrustadas. Hans-Ulrich Rudel, um piloto-aviador, de topos, de Stuka, recordou ter-se encontrado duas vezes com Göring vestido com roupas estranhas: de uma das vezes, com uma roupa de caça medieval, a praticar tiro com arco com o seu médico; da outra, vestido com uma toga vermelha presa com uma fivela dourada, a fumar um cachimbomuito grande. O ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Galeazzo Ciano, referiu que uma das vezes que viu Göring, este vestia um casaco de peles que parecia o que «uma prostituta de luxo veste quando vai à ópera.»
Göring era conhecido pelo seu patrocínio à música, em especial a ópera. Era habitual organizar grandes e sumptuosas festas do seu próprio aniversário. De cada vez que uma parte da residência de Carinhall era construída, Göring dava uma enorme festa, mudando de roupa várias vezes ao longo da noite.

Estandarte, em exibição no Musée de la Guerre nos Les Invalides, em Paris
O desenho do estandarte Reichsmarschall, num fundo azul-claro, exibia uma águia alemã dourada, a agarrar uma grinalda em que estavam dois bastões e uma cruz suástica por cima destes. O reverso da bandeira tinha escrito Großkreuz des Eisernen Kreuzes ("Grã-Cruz da Cruz de Ferro"), rodeado por uma grinalda entre quatro águias da Luftwaffe. A bandeira era carregada por um porta-bandeiras pessoal em todas as ocasiões públicas.
Embroa ele gostasse de ser chamado de "der Eiserne" (o Homem de Ferro), aquele piloto arrojado e musculado piloto, tornou-se corpulento e pesado. Era o único líder nazi que não se ofendia com piadas sobre ele, «mesmo que fossem mal-educadas»", tomando-as como um sinal de popularidade. Os alemães gozavam sobre o seu ego, dizendo que ele devia vestir um uniforme de almirante quando tomava banho; e sobre o seu peso, dizendo que «ele se senta sobre o seu estômago». Uma piada alegava que ele teria enviado um telegrama a Hitler depois da sua visita ao Vaticano: «Missão cumprida. Papa destituído. Tiara e vestes pontificais servem perfeitamente.»
Cumplicidade no Holocausto
Goebbels e Himmler eram mais anti-semitas que Göring, o qual adoptou aquela postura apenas porque o partido assim o exigia. O seu assistente pessoal, Erhard Milch, tinha um familiar judeu. No entanto, Göring apoiou as Leis de Nuremberg de 1935, e, mais tarde, tomou medidas económicas desfavoráveis aos judeus. Göring exigiu que, de acordo com o Plano dos Quatro Anos, todos os bens dos judeus tinham que estar registados, e ficou irritado, numa reunião depois da Kristallnacht, porque o ónus financeiro para as perdas dos judeus teria de ser compensada por empresas de seguros alemãs. Göring propôs que os judeus fossem multados em um bilião de marcos. Na mesma reunião, foi discutida a forma de gestão dos bens judaicos e dos próprios judeus. Os judeus seriam segregados e confinados a guetos, ou encorajados a emigrar, e os seus bens seriam confiscados num programa de arianização. A compensação para os bens confiscados seria baixa, ou mesmo nenhuma. Os detalhes do memorando desta reunião, e de outros documentos, foram lidos no julgamento em Nuremberg, demonstrando, assim, o seu conhecimento e cumplicidade na perseguição aos judeus. Göring disse a Gilbert que ele nunca teria apoiados aquels medidas anti-judeus se ele soubesse o que iría acontecer. «Pensei apenas que íamos eliminar os judeus das altas posições nos negócios e no governo,» afirmou ele.
Em Julho de 1941, Göring enviou um memorando a Reinhard Heydrich dando-lhe ordens para organizar as acções práticas para uma solução para a "questão judaica". Na altura em que esta carta foi escrita, já muitos judeis tinham sido mortos na Polónia, Rússia e em outros locais. Na Conferência de Wannsee, seis meses mais tarde, Heydrich anunciou formalmente que o genocídio dos judeus na Europa era agora uma política oficial do Reich. Göring não foi à conferência, mas esteve presente em outras reuniões onde o número de pessoas mortas foi discutido.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Hirohito


Hirohito in dress uniform.jpg
Governo
Reinado25 de dezembro de 1926 – 7 de janeiro de 1989
ConsorteImperatriz Kōjun
AntecessorImperador Taishō
SucessorAkihito
TítulosImperador ShowaShowa Tennō
Vida
Nascimento29 de abril de 1901
Tóquiohttp://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/9e/Flag_of_Japan.svg/20px-Flag_of_Japan.svg.png Japão
Morte7 de janeiro de 1989 (87 anos)
TóquioJapão
PaiImperador Taishō
MãeImperatriz Teimei
Hirohito (裕仁), também conhecido como Imperador Showa ou O Imperador Shōwa (昭和天皇, Shōwa tennō), (29 de abril de 1901 - 7 de janeiro de 1989) foi o 124º imperador do Japão, de acordo com a ordem tradicional de sucessão, reinando de 25 de dezembro de 1926 até sua morte, em 1989. Ele foi muito conhecido fora do Japão por seu nome pessoal, Hirohito, no Japão ele é atualmente referido pelo seu nome póstumo, Imperador Shōwa.
No seu reinado, o Japão era uma das maiores potências - a nona maior economia do mundo, atrás da Itália, o terceiro maior país naval e um dos cinco países permanentes do conselho da Liga das Nações. Ele foi o chefe de Estado sob a limitação da Constituição do Império do Japão, durante a militarização japonesa e envolvimento na Segunda Guerra Mundial. Ele foi o símbolo do novo estado.
Seu reinado foi o mais longo de todos os imperadores japoneses, e coincidiu com um período em que ocorreram grandes mudanças na sociedade japonesa. Foi sucedido por seu filho, o imperador Akihito.
Biografia
Nasceu no Palácio Aoyama em TóquioPríncipe Hirohito foi o primeiro filho do Príncipe Herdeiro Yoshihito (o futuro Imperador Taishō) e a Princesa Herdeira Sadako (a futura Imperatriz Teimei) . Sua infância ele recebeu o título de Príncipe Michi (迪宮, Michi no miya). Em 1908, ele foi estudar em Gakushuin, na Escola de Pares do Reino.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c5/Michi-no-miya_Hirohito_1902.jpg/200px-Michi-no-miya_Hirohito_1902.jpg
Hirohito em 1902.
Após a morte de seu avô, Imperador Meiji, em 30 de julhode 1912, ele foi nomeado herdeiro aparente do trono. Ao mesmo tempo, ele foi formalmente alistado no exército e marinha, como Segundo Tenente e também foi condecorado com o Grande Cordão da Ordem de Chrysanthemum. Em 1914, ele foi promovido para o posto de Tenente do Exército e Sub-Tenente da Marinha, sem seguida Capitão e Tenente, respectivamente em 1916. Ele foi oficialmente proclamado Príncipe Herdeiro em 2 de novembro de 1916.
O príncipe ingressou no ginásio da Gakushuin de 1908 a 1914 e em um instituto especial para príncipes herdeiros, de 1914 a 1921.
Em 1920, o príncipe Hirohito foi promovito ao cargo de Majorno exército e marinha. Em 1921, o príncipe Hirohito passou seis meses na Europa, em uma turnê, que incluiu visitas ao Reino UnidoFrançaItáliaPaíses Baixos e Bélgica, tornando-se o primeiro Príncipe a viajar ao exterior. Após sua volta ao Japão, ele tornou-se Regente do Japão em 29 de novembro de 1921, no lugar de seu pai que estava incapacitado.
Durante a ópera de regência do príncipe, um número de eventos importantes aconteceram: O Tratado das Quatro Potências, assinado em 13 de dezembro de 1921, com JapãoEstados UnidosGrã-Bretanha e França. O Tratado Naval de Washington assinado em 6 de fevereiro de 1922. O Japão retirou suas tropas da Intervenção Siberiana, em 28 de agosto de 1922. O Grande sismo de Kantō devastou Tóquio em 1 de setembro de 1923. A Lei de Eleição Geral foi feita em 5 de maio de 1925, dando direto a todos os homens com mais de 25 a votar.
Em 1923 ele foi promovido ao posto de Tenente-Coronel do exército e marinha e Coronel em 1925.
Casamento e filhos
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Hirohito e Nagako (ainda príncipes) em 26 de janeiro de 1924 logo após o casamento.
O príncipe Hirohito casou-se com sua prima distante Princesa Nagako Kuni (a futura Imperatriz Kōjun), a filha mais velha do príncipe Kuni Kuniyoshi, em 26 de janeiro de 1924. Eles tiveram dois filhos e cinco filhas:
Princesa Shigeko Higashikuni, chamada na infância de Teru no miya, (9 de dezembro de 1925 - 23 de julho de 1961)
Princesa Sachiko, chamada na infância de Hisa no miya, (10 de setembro de 1927 - 8 de março de 1928)
Princesa Kazuko Takatsukasa, chamada na infância de Taka no miya, (30 de setembro de 1929 - 28 de maio de 1989)
Princesa Ideka Atsuko, chamada na infância de Yori no miya, (7 de março de 1931)
Príncipe Herdeiro Akihito, chamado na infância de Tsugu no miya, (23 de dezembro de 1933)
Príncipe Hitachi, chamado na infância de Yoshi no miya, (28 de novembro de 1935)
Princesa Shumazu, chamado na infância de Suga no miya, (3 de março de 1939)
Ascensão
Em 25 de dezembro de 1926, Hirohito assumiu o trono, após a morte de seu pai, o Imperador Taishō. Em novembro de 1928, a ascensão do Imperador foi confirmada em cerimônias (sokui), sendo convencionalmente identificada como "entronamento" ou "coroação".
Reinado
Primeiros anosA primeira parte do reinado do, então Imperador Hirohito, foi abalado por crises financeiras e o aumento do poder militar dentro do governo, através de meios legais e extra-legais. O Exército Imperial Japonês e da Marinha Imperial Japonesa mantiveram o poder do veto sobre a formação de gabinetes desde 1900 e entre 1921 e 1944não houve menos de 64 incidentes de violência política.
Hirohito quase foi assassinado por uma granada lançada por um ativista pela independência da Coreia do Norte, Lee Bong-chang em Tóquio, em 9 de janeiro de 1932, no Incidente Sakuradamon.
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Hirohito em 1928.
Outro caso notável foi o assassinato do primeiro-ministro Inukai Tsuyoshi em 1932, que marcou o fim do controle civil dos militares. Este foi seguido por uma tentativa de golpe militar em fevereiro de 1936, o famoso Incidente de 26 de fevereiro, montado por jovens oficiais do Exército, que ganhou a simpatia do Príncipe Yasuhito, o irmão do Imperador. O golpe resultou no assassinato de um número elevado de governos e oficiais do exército.
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Hirohito e seu cavalo Sirayuki (jp: neve branca).
Quando o chefe ajudante-de-campo Shigeru Honjō foi informado sobre as revoltas, o Imperador imediatamente ordenou que os oficiais fossem referidos como "rebeldes" (bōto). Pouco tempo depois, o Imperador ordenou ao Ministro do Exército Yoshiyuki Kawashima a reprimir a rebelião dentro de uma hora. Ao ter notícias que a repressão não surtiu resultados, ele mesmo tomou a direção e no dia 29 de fevereiro, ela foi controlada.
Segunda Guerra MundialAntes da Segunda Guerra Mundial, o Japão invadiu a Manchúria em 1931 e o resto da China em 1937 (sendo a Segunda Guerra Sino-Japonesa). As fontes primárias revelam que o Imperador Hirohito realmente nunca teve objeção à invasão da China em 1937. Sua principal preocupação parece ter sido a possibilidade de um ataque Soviético, ao norte. Suas perguntas aos chefes de gabinete, Príncipe Kan'in Kotohito e o Ministro do Exército, Hajime Sugiyama, era principalmente sobre o tempo que eles levariam para esmagar a resistência chinesa.
O professor Yoshiaki Yoshimi publicou uma série de obras importantes onde estudou os crimes de guerra japoneses perpetrados pelo Exército e pela Marinha durante a parte inicial do Período Showa, tal como o uso pelo exército de armas químicas por ordem do próprio Hirohito.
De acordo com o historiador Akira Fujiwara, Hirohito teria ratificado pessoalmente a decisão de remover as restrições do direito internacional (Convenção da Haia) no tratamento de prisioneiros de guerra chineses pela diretriz de 5 de agosto de 1937. Esta notificação também alertava aos oficiais do estado-maior para que parassem de usar a expressão "prisioneiros de guerra".
O governo do primeiro-ministro e general Hideki Tojo era dominado pelos militares, que travaram a guerra em nome do imperador, mas só com o seu consentimento tácito. Hirohito tentou usar de sua influência para evitar a guerra, mas, finalmente, deu seu consentimento para os ataques que desembocaram na Guerra do Pacífico.
Participaram do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial, inicialmente ratificaram com a Alemanha Nazista um pacto anticomunista, e depois foi realizada uma visita de oficiais japoneses ao novo aliado. Em um discurso do próprio FührerHitler, os japoneses são definidos como "tendo grande capacidade"; neste momento o Japão também criaria seu próprio partido nazista.
Na Segunda Guerra, os japoneses atacam a base norte-americana de Pearl Harbor, no Havaí, em 1941, o que faz os Estados Unidos entrarem no conflito. Hirohito apoiou a guerra num grau mais alto ou mais baixo (os historiadores divergem nesse ponto). O Japão na realidade, já havia perdido a guerra antes dos ataques com bombas atômicas ao Japão em agosto de 1945, porém se recusava a aceitar a rendição, então os Aliados fizeram os bombardeamentos com bombas atômicas, primeiro à Hiroshima, mesmo assim o Japão insitia em não aceitar a rendição, três dias depois à Nagasaki, então o Japão se rende e Hirohito anuncia o fato em cadeia nacional de rádio. Neste discurso radiofônico, ao povo japonês, em nenhum momento ele usa a palavra "rendição", optando pela expressão "cessar fogo".
Muitos consideravam Hirohito um criminoso de guerra, um oficial dos Aliados chegou à discursar dizendo que Hirohito "havia levado o Japão à Guerra de forma ainda mais ditatorial que o próprio Hitler", porém o povo apelou, uma vez que consideravam o imperador um deus, seria inadmissível para eles que Hirohito fosse julgado por crimes de guerra, chegando até em mencionarem uma revolta caso isso ocorresse, então, os governos aliados permitiram que ele permanecesse no trono após a guerra.
AliadosPor imposição dos Aliados, que ficam no Japão até 1950, toma medidas democratizantes, entre elas a negação do caráter divino de seu cargo, que transforma em monarquia constitucional. Economicamente destruída pela guerra, a nação se transforma em potência industrial no período seguinte. Hirohito abandona os rituais da corte 9 , deixa de usar o quimono, permite a publicação de fotos da família imperial e assume publicamente sofrer de câncer. Morre em Tóquio, depois de reinar por 63 anos. É sucedido por seu filho Akihito.
Reinado Pós-Guerra
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Douglas MacArthur e o imperador Hirohito em seu primeiro encontro a 27 de Setembro de 1945.
Como o Imperador escolheu seu tio, Príncipe Higashikuni Naruhiko como Primeiro Ministro para assistir a ocupação, houve tentativas por numerosos líderos de vê-los em julgamento por crimes de guerra. Muitos membros da família imperial pressionaram o Imperador a abdicar ao trono, de modo que um dos Príncipes poderia servir como regente, até que o Príncipe Herdeiro Akihito tivesse idade para assumir o trono10 . Em 27 de fevereiro de 1946, o irmão mais novo do Imperador, Príncipe Takahito levantou-se no Conselho Privado e, indiretamente, pediu ao Imperador para renunciar e aceitar a responsabilidade pela derrota do Japão.
O General dos Estados Unidos, Douglas MacArthur insistiu que o Imperador se mantivesse no trono. MacArthur viu o Imperador como um símbolo da continuidade e coesão do povo japonês. Muitos historiadores criticam a decisão de exonerar o Imperador e todos os membros da família imperial que estavam diretamente ligados a guerra, como o Príncipe Asaka Yasuhiko e Príncipe Yasuhito, pelos crimes.
Desculpas RejeitadasPerto do fim da ocupação, Hirohito estava preparado para se desculpar formalmente aos Estados Unidos, pelo General MacArthur, pelas ações do Japão na Segunda Guerra Mundial - incluindo desculpas pela ataque de 7 de dezembro, a Pearl Harbor. 
De acordo com Patrick Lennox Tierney, no dia em que o Imperador chegou a oferecer seus pedidos de desculpas, MacArthur recusou-se a admiti-las ou reconhecê-las. Desculpas são uma coisa muito importante no Japão.
Morte e Funeral
No dia 22 de setembro de 1987, o Imperador foi submetido a uma cirurgia no pâncreas, após ter problemas digestivos por vários meses. Os médicos descobriram que ele tinha um câncer. O Imperador parecia estar fazendo uma boa recuperação completa por vários meses, após a cirurgia. Cerca de um ano depois, em 19 de setembro de 1988, ele entrou em um colapso em seu palácio e sua saúde piorou nos meses seguintes, enquanto ele sofria de hemorragia interna contínua. Faleceu em 7 de janeiro de 1989, às 7h55 da manhã. O Imperador foi sucedido por seu filho mais velho, Akihito.
No dia 24 de fevereiro, foi realizado o funeral do Imperador. Um grande número de chefes de estados estavam na cerimônia, incluindo o Presidente dos Estados Unidos, George H. W. Bush, o Presidente da França François Mitterrand, o Filipe, Duque de Edimburgo. O Imperador foi enterrado ao lado de seu pai, Imperador Taishō.
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O imperador Hirohito e Nagako (ainda príncipes) em 26 de Janeiro de 1924 logo após o casamento.
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Os, ainda príncipes, Hirohito e Nagako com o princesa Shigeko.

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A Imperatriz Kōjun com Akihito (1934).
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Akihito em 1935.
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Masahito, criança, em 1939.
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Príncipes Masahito e Takako, em 1952.