sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Abdel Fattah Saeed Hussein Khalil as-Sisi (em árabe: عبد الفتاح سعيد حسين خليل السيسي; Abdu l-Fattāḥ Sa'īd Ḥusayn Khalīl as-Sīsī, Cairo, 19 de novembro de 1954)

 Abdel Fattah Saeed Hussein Khalil as-Sisi (em árabeعبد الفتاح سعيد حسين خليل السيسي Abdu l-Fattāḥ Sa'īd Ḥusayn Khalīl as-SīsīCairo19 de novembro de 1954)


Abdul Fatah as-Sisi
عبد الفتاح السيسى
6.º  Presidente do Egito
Período8 de junho de 2014
presente
Antecessor(a)Adly Mansur
17.º  Presidente da União Africana
Período10 de fevereiro de 2019
10 de fevereiro de 2020
Antecessor(a)Mohamed Hussein Tantawi
Sucessor(a)Sedki Sobhi
Ministro da Defesa
Período26 de março de 2014
12 de agosto de 2012
Antecessor(a)Murad Muwafi
Sucessor(a)Mahmoud Hegazy
Dados pessoais
Nascimento19 de novembro de  1954 (68 anos)
Cairo
Alma materAcademia Militar Egípcia
CônjugeEntissar Amer (1977–presente)
Filhos4
PartidoIndependente
ReligiãoIslã Sunita
AssinaturaAssinatura de Abdul Fatah Khalil Al-Sisi
WebsiteOficial Website
Serviço militar
LealdadeExército Egípcio Egito
Serviço/ramoInfantaria
Anos de serviço1977–2014
GraduaçãoMarechal
ConflitosPrimeira Guerra do Golfo
Insurgência no Sinai
Guerra Civil Líbia
Guerra Civil Iemenita

Abdel Fattah Saeed Hussein Khalil as-Sisi (em árabeعبد الفتاح سعيد حسين خليل السيسيAbdu l-Fattāḥ Sa'īd Ḥusayn Khalīl as-SīsīCairo19 de novembro de 1954), mais conhecido como General Sisi, é um militar e político egípcio, atual presidente do Egito desde 2014. Desde agosto de 2012 é o chefe das Forças Armadas e o ministro da Defesa do país transcontinental.[1] Tornou-se protagonista no golpe de Estado que derrubou Mohamed Morsi, o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito. Em maio de 2014 foi eleito o novo presidente do Egito. Em 1 de abril de 2018, foi reeleito com 97,08% para um novo mandato de presidente em uma eleição contestada com acusações de fraude.[2][3]

Sisi governa o Egito de forma autoritária,[4] com as forças armadas exercendo grande poder dentro do país[5] e com eleições não livres ou justas.[6] O seu regime empregou prisão, tortura, execuções extrajudiciais, demolições de casas, desaparecimentos forçados e violência sexual contra seus críticos.[7][8][9]

Biografia

Filho de pequenos negociantes do bairro de Gamalaya, no Cairo, a escolaridade de Sisi foi rapidamente assumida pelo Exército, e ele se formou na academia militar em 1977.[10] Estudou ciências militares no Egito, no Reino Unido e nos Estados Unidos. Casado e pai de quatro filhos, o militar passou por diferentes postos de responsabilidade nas fileiras do Exército, desde o comando do batalhão de Infantaria Mecanizada a chefia do departamento de Inteligência Militar das Forças Armadas. Também ocupou o cargo de adido militar na Arábia Saudita, o que lhe rendeu projeção internacional entre os países do Golfo Pérsico.[1]

Em agosto de 2012, foi nomeado ministro da Defesa pelo então presidente Mohamed Morsi, tornando-se o mais jovem militar a assumir o cargo de chefe das Forças Armadas do país. A iniciativa foi interpretada, na época, como uma "reforma" na hierarquia militar que consolidava a autoridade de Morsi, mas também era visto como um homem de confiança entre os líderes islamitas.[10] Mas a ruptura veio ainda naquele ano, quando a Irmandade Muçulmana pretendeu aprovar seu projeto de Constituição ao qual os militares se opunham. O general Sisi tentou fazer uma conciliação, mas foi ignorado.[10] A partir de então, sob o comando de Sisi, o Exército continuou a atuar como uma força autônoma no Egito. Em janeiro de 2013, quando milhares de egípcios voltaram a se manifestar, desta vez contra Morsi, o general comentou que o conflito entre o governo e oposição poderia levar ao "colapso" do Estado.[11] Em julho do mesmo ano, os militares pressionaram pela renúncia de Morsi, que ao se recusar, acabou deposto por um Golpe de Estado formalizado por Sisi.[12][13][14]

Embora as Forças Armadas do Egito tenham escolhido Adly Mansur formalmente como presidente interino do país,[15] Sisi foi quem se tornou de fato o comandante do país.[16] De perfil conservador e nacionalista, o general se tornou uma figura carismática em seu país, a ponto de ser apontado com um forte candidato presidencial.[16][17] E para consolidar esse passo, em março de 2014, Sisi renunciou ao posto de Marechal nas Forças Armadas do Egito para se candidatar oficialmente ao cargo de presidente do país nas eleições de 2014.[18] E sem muitas surpresas, venceu no final de maio a eleição presidencial de 2014, com uma vitória esmagadora por mais de 96,9% dos votos, e tomou posse no dia 8 de junho.[19][20]

A 21 de novembro de 2016, foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique, de Portugal, por ocasião da sua visita a Lisboa.[21] Em 1 de abril de 2018 o presidente não teve dificuldades na eleição presidencial de 2018 com uma nova vitória derrotando Musa Mostafa Musa.[22]

Desde que assumiu a presidência Al-Sisi empregou táticas anti-democráticas para se perpetuar no poder, incluindo prisão de dissidentes e eleições fraudadas. Analistas, jornalistas e críticos do seu regime afirmam que o presidente estava transformando o Egito numa ditadura sob seu controle, com apoio das forças armadas e setores religiosos e conservadores da sociedade.[23][24]

Ver também

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Referências

  1. ↑ Ir para:a b «Quem é Abdel al-Sisi, o general que derrubou o presidente do Egito»revistaepoca.globo.com. Época. 3 de julho de 2013. Arquivado do original em 9 de julho de 2013
  2.  «Al Sissi é reeleito presidente do Egito com 97,08% dos votos»VEJA.com. 2 de abril de 2018
  3.  «Egypt: Planned Presidential Vote Neither Free Nor Fair»Human Rights Watch (em inglês). 13 de fevereiro de 2018. Consultado em 24 de maio de 2020
  4.  Truex, Rory; Tavana, Daniel L. (2019). «Implicit Attitudes toward an Authoritarian Regime». The Journal of Politics (em inglês). 81 (3): 1014–1027. ISSN 0022-3816doi:10.1086/703209
  5.  Cambanis, Thanassis (22 de maio de 2015). «Egypt's Sisi Is Getting Pretty Good … at Being a Dictator»Foreign Policy. Consultado em 25 de julho de 2017
  6.  «Egypt: A Move to Enhance Authoritarian Rule»Human Rights Watch. 2019
  7.  Baker, Peter; Walsh, Declan (3 de abril de 2017). «Trump Shifts Course on Egypt, Praising Its Authoritarian Leader»The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 4 de maio de 2020
  8.  El-Fekki, Jared Malsin and Amira (26 de outubro de 2019). «Egypt Accused of Using Torture to Thwart Protests»Wall Street Journal (em inglês). ISSN 0099-9660. Consultado em 10 de julho de 2020
  9.  «Egypt tries to silence its critics in the United States by jailing their relatives»The Washington Post. 2020
  10. ↑ Ir para:a b c Gilles Lapouge (29 de janeiro de 2014). «O novo marechal»O Estado de S.Paulo. Consultado em 27 de maio de 2014
  11.  «Ministro da Defesa do Egito diz que país pode "entrar em colapso"». Revista Época. 29 de janeiro de 2013
  12.  «Exército egípcio anuncia deposição de Mursi e criação de governo interino». Opera Mundi. 3 de julho de 2013. Arquivado do original em 8 de julho de 2013
  13.  Netto, Andrei (3 de julho de 2013). «Dois anos após Primavera Árabe, golpe militar derruba Morsi no Egito». O Estado de S.Paulo
  14.  Ferreira, Ana Gomes (3 de julho de 2013). «Golpe militar no Egipto: Morsi deposto e Constituição suspensa». O Público
  15.  AFP (3 de julho de 2013). «Egito: Exército nomeia juiz para o lugar de Morsi». O Estado de S.Paulo. Consultado em 27 de maio de 2013
  16. ↑ Ir para:a b Ana Gomes Ferreira (14 de janeiro de 2014). «A primeira vitória eleitoral do general Sisi» (em inglês). O Público. Consultado em 27 de maio de 2013
  17.  Magdi Abdelhadi (27 de maio de 2014). «Sisi could bring the stability Egypt needs – as long as he listens» (em inglês). The Guardian. Consultado em 27 de maio de 2014
  18.  David D. Kirkpartick (27 de março de 2014). «General Who Led Takeover of Egypt to Run for President» (em inglês). New York Times. Consultado em 27 de março de 2014
  19.  «Abdel Fattah al-Sissi toma posse no Egito»Agência Lusa. O Expresso. 8 de junho de 2014. Consultado em 8 de junho de 2014
  20.  «Abdel Fattah al-Sissi despiu a farda para ser presidente». Diário de Notícias de Funchal. 29 de maio de 2014. Consultado em 8 de junho de 2014
  21.  «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Abdel Fattah El Sisi". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 18 de fevereiro de 2018
  22.  «Al-Sissi é reeleito presidente do Egito»G1. 2 de abril de 2018
  23.  «Egypt President Abdul Fattah al-Sisi: Ruler with an iron grip». BBC. Consultado em 13 de dezembro de 2020
  24.  «All the Dictator's Sheikhs: How Sisi co-opted Egypt's religious institutions for political gain». ForeignPolicy.com

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