Arthur Seyss-Inquart (em alemão: Arthur Seyß-Inquart) (Stonařov , 22 de julho de 1892 – Nuremberg, 16 de outubro de 1946)
Arthur Seyss-Inquart | |
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Chanceler da Áustria | |
Período | 11 a 13 de março de 1938 |
Presidente | Wilhelm Miklas |
Antecessor(a) | Kurt Schuschnigg |
Sucessor(a) | Karl Renner |
Reichsstatthalter da Áustria | |
Período | 15 de março de 1938 a 1 de maio de 1939 |
Führer | Adolf Hitler |
Antecessor(a) | Cargo criado |
Sucessor(a) | Josef Bürckel |
Comissário do Governo Geral da Polônia | |
Período | 12 de outubro de 1939 a 18 de maio de 1940 |
Antecessor(a) | Cargo criado |
Sucessor(a) | Josef Bühler |
Reichskommissar do Reich para os Países Baixos | |
Período | 29 de maio de 1940 a 7 de maio de 1945 |
Antecessor(a) | Alexander von Falkenhausen |
Sucessor(a) | Cargo abolido |
Dados pessoais | |
Nascimento | 22 de julho de 1892 Stonařov, Morávia, Áustria-Hungria |
Morte | 16 de novembro de 1946 (54 anos) Nuremberga, Baviera, Alemanha Ocupada |
Cônjuge | Gertrud Maschka |
Partido | Partido Nazista |
Arthur Seyss-Inquart (em alemão: Arthur Seyß-Inquart) (Stonařov , 22 de julho de 1892 – Nuremberg, 16 de outubro de 1946) foi um advogado e líder nazista, um dos articuladores da anexação da Áustria pela Alemanha nazista em 1938 (a Anschluss) e a Gauleiter dos Países Baixos durante a Segunda Guerra Mundial. Foi preso, julgado, condenado e executado por crimes contra a humanidade pelo Tribunal de Nuremberg.
Seyss-Inquart nasceu na Morávia, então parte do Império Austro-Húngaro, filho de um diretor de escola que emigrou com a família para a Áustria em 1907.
Em Viena ele estudou Direito e no começo da Primeira Guerra Mundial se alistou no exército austríaco, servindo na Rússia, na Romênia e na Itália, onde foi condecorado diversas vezes por bravura. Após a guerra, prosseguiu com sua carreira de advogado, onde obteve bastante prestígio e em 1933 foi convidado a fazer parte do gabinete do chanceler Engelbert Dollfuss. Depois do assassinato de Dollfuss em 1934, ele se tornou conselheiro de estado sob a presidência de Kurt Schuschnigg. Simpático às ideias do nacional-socialismo de Hitler que grassavam na Europa, filiou-se ao Partido Nazista em 13 de março de 1938[1] e poucos meses depois tornou-se o líder do nazismo austríaco.
Chanceler
Seyss-Inquart foi feito chanceler da Áustria em 1938 por imposição de Hitler, que ameaçava invadir o país em caso de negativa do novo presidente Wilhelm Miklas. No dia seguinte a esta nomeação, as tropas da Wehrmacht cruzaram a fronteira e entraram na Áustria (Anschluss), por "convite" de Seyss-Inquart, arranjado por um telegrama de última hora quando tropas já tinham cruzado a fronteira, de maneira a justificar o ato perante a comunidade internacional.
Antes de sua triunfal entrada em Viena, Hitler pretendia apenas deixar a Áustria como um Estado independente com um governo leal ao nazismo, mas a recepção estrondosa que teve do povo nas ruas o fez mudar de ideias e decidiu-se por anexar o país à Alemanha como província da Marca Oriental, sob o comando de Arthur Seyss-Inquart, (ver Anschluss) que também recebeu o posto honorário de SS-Gruppenführer e em maio de 1939 foi empossado como Ministro-sem-Pasta no governo alemão.
Guerra
Após uma rápida passagem pelo governo nazista de ocupação da Polônia como chefe-administrativo sob o comando de Hans Frank, ele foi enviado para a Holanda ocupada em maio de 1940, para dirigir a administração civil, criar uma colaboração econômica com a Alemanha e defender os interesses do Reich.
Como Gauleiter do pais, ele apoiou o partido nazista holandês e baniu a existência de todos os outros, prendeu antigos integrantes do governo, permitiu que fosse criada uma polícia paramilitar pró-nazista, introduziu medidas de combate ao "terror" da resistência, sendo pessoalmente responsável pela execução de mais de oitocentas pessoas e pelo massacre de 106 civis holandeses em represália ao atentado contra o líder SS Hanns Albin Rauter. Criou dois pequenos campos de concentração e campos de "trabalho voluntário", onde durante seu governo 530.000 civis holandeses trabalharam para os alemães, sendo que 250 mil destes foram enviados para fábricas na Alemanha durante a guerra.
Anti-semita, Seyss-Inquart adotou rapidamente medidas contra os judeus após sua chegada ao país, removendo-os do governo, da imprensa e da indústria local. Em 1941 intensificou essas medidas, obrigando o registro de 140 mil judeus e criando um gueto em Amsterdam; em seguida, enviou seiscentos judeus para Buchenwald e Mauthausen e nos anos seguintes para Auschwitz. Foi para evitar seu envio aos guetos criados por Seyss-Inquart que a família de Anne Frank escondeu-se por quatro anos em um sótão da cidade de Amsterdam. Descoberta em 1944, foram todos enviados para campos na Alemanha e apenas o pai de Anne sobreviveu à guerra.
Com a aproximação das forças aliadas em 1945, os restantes nos guetos foram mandados para Theresienstadt; dos 140 mil judeus registrados, apenas 44 mil sobreviveram à guerra.
Prisão e execução
Após o suicídio de Hitler, ele foi nomeado em testamento como Ministro das Relações Exteriores em substituição a Joachim von Ribbentrop, no governo do Grande Almirante Karl Doenitz, que durou apenas 23 dias.
Preso em 8 de maio de 1945 em Hamburgo pelos aliados, foi um dos réus do Julgamento de Nuremberg, acusado de crimes contra a paz, crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Ao ouvir sua sentença de morte, deixou claro que aceitava sua parte na responsabilidade pelos crimes nazistas durante a guerra, declarando: "Morte na forca… bem, em virtude toda a situação, nunca esperei nada diferente. Está bem".[2]
Foi enforcado em 16 de outubro de 1946 junto com mais nove condenados e suas últimas palavras no patíbulo foram: "Espero que essa execução seja o último ato da tragédia da Segunda Guerra Mundial e a lição extraída dela seja a de que a paz e o entendimento devam existir entre as pessoas. Eu acredito na Alemanha".[3]
Representação na mídia
O personagem nazista 'Herr Zeller', que obriga a Família von Trapp a fugir da Áustria pelos Alpes no célebre filme A Noviça Rebelde/Música no Coração, é baseado nele.
Referências
- ↑ «Título ainda não informado (favor adicionar)». Arquivado do original em 4 de novembro de 2011Seyss-Inquart - Nuremberg Trial.
- ↑ G. M. Gilbert, Nuremberg Diary (1947), Farrar Straus, pag. 433.
- ↑ Lewis, Jon E. (2009). World War II: The Autobiography (Capː Epilogue). [S.l.]: Constable & Robinson
Bibliografia
- Heydecker, Joe J. "O Julgamento de Nuremberga, Editora Ibis Ltda, 1966
- Kahn, Leo. "Julgamento em Nuremberg" - História Ilustrada da 2ª Guerra Mundial, Renes, 1972
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