Félix Houphouët-Boigny
Félix Houphouët-Boigny | |
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Félix Houphouët-Boigny em 22 de Maio de 1962 | |
1.º Presidente da Costa do Marfim | |
Período | 3 de novembro de 1960 a 7 de dezembro de 1993 |
Sucessor(a) | Henri Konan Bédié |
Primeiro-ministro da Costa do Marfim | |
Período | 1 de maio de 1959 a 27 de novembro de 1960 |
Antecessor(a) | Auguste Denise |
Sucessor(a) | Alassane Ouattara (1993) |
Ministro da Saúde da França | |
Período | 6 de novembro de 1957 a 14 de maio de 1958 |
Antecessor(a) | Bernard Lafay |
Sucessor(a) | André Maroselli |
Dados pessoais | |
Nascimento | 18 de outubro de 1905 Iamussucro, África Ocidental Francesa |
Morte | 7 de dezembro de 1993 (88 anos) Iamussoucro, Costa do Marfim |
Primeira-dama | Marie-Thérèse Houphouët-Boigny |
Partido | PDCI-RDA |
Religião | Católico |
Profissão | Assistente médico |
Félix Houphouët-Boigny ([feliks ufwɛ(t) bwaɲi];[1][2] Iamussucro, 18 de outubro de 1905 – 7 de dezembro de 1993), conhecido carinhosamente por Papa Houphouët ou Le Vieux (O Velho), foi o primeiro Presidente da Costa do Marfim de 1960 a 1993, cargo onde permaneceu por mais de três décadas até à sua morte. Chefe tribal, trabalhou como assistente médico, líder de sindicato e plantador antes de ser eleito para o Parlamento francês. Teve vários cargos ministeriais dentro Governo francês antes de alcançar a liderança da Costa de Marfim na sequência da independência em 1960. Ao longo da sua vida, teve um papel significativo na política e na descolonização da África.
Sob a liderança política moderada de Houphouët-Boigny, a Costa do Marfim prosperou economicamente. Este sucesso, invulgar da região pobre da África Ocidental, tornou-se conhecido como o "milagre de marfim" e deveu-se a uma combinação de um bom planeamento, a manutenção de laços fortes com o Ocidente (em particular com a França), e o desenvolvimento das indústrias do café e cacau do país. Contudo, as explorações do sector agrícola causaram dificuldades em 1980, após uma acentuada quebra nos preços do café e do cacau.
Ao longo da sua presidência, Houphouët-Boigny manteve uma relação próxima com France, uma política conhecida como Françafrique, e desenvolveu uma amizade próxima com Jacques Foccart, o conselheiro-chefe sobre assuntos relacionas com África nos governos de de Gaulle e Pompidou. Deu apoio aos conspiradores que derrubaram Kwame Nkrumah do poder no Gana em 1966, fez parte no golpe fracassado contra Mathieu Kérékou no Benim em 1977, e tornou-se suspeito no golpe de 1987 que retirou Thomas Sankara do poder no Burquina Fasso. Houphouët-Boigny manteve uma forte política externa anti-communista, a qual teve como resultado, entre outros, o corte de relações diplomáticas com a União Soviética em 1969 (depois de terem sido estabelecidas em 1967) e a recusa em reconhecer a República Popular da China até 1983. Apoiou a UNITA, organização rebelde anti-comunista de Angola, também apoiada pelos Estados Unidos. Em 1986, re-estabeleceu as relações com a União Soviética, pouco antes da queda da sua confederação.
No Ocidente, Houphouët-Boigny era conhecido como "Sábio de África" ou o "Grande Velho de África". Houphouët-Boigny saiu da capital Abidjã para a sua terra-natal, Iamussucro, e aí construiu a maior igreja do mundo, a Basílica de Nossa Senhora da Paz de Iamussucro, com um custo de 300 milhões de dólares. Quando morreu, era o líder africano que mais tempo se manteve no mandato na história da África, e o terceiro líder no mundo, depois de Fidel Castro de Cuba e Kim Il-sung da Coreia do Norte. Em 1989, a UNESCO criou o Prémio pela Paz Félix Houphouët-Boigny pela alvaguarda, manutenção e procura da paz". Após a sua morte, as condições na Costa do Marfim depressa se deterioraram. Entre 1994 e 2002, ocorreram vários golpes de estado, desvalorização da moeda, recessão económica, e, desde 2002, uma guerra civil.
Referências
- ↑ Noble, Kenneth B. (8 de fevereiro de 1994). «For Ivory Coast's Founder, Lavish Funeral». New York Times. Consultado em 22 de Julho de 2008
- ↑ «Félix Houphouët-Boigny». France Actuelle. 5. 1956. p. 10
Bibliografia
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