Juan Hipólito del Sagrado Corazón de Jesús Yrigoyen Alen ( Buenos Aires, 12 de julho 1852 — Buenos Aires, 3 de julho de 1933)
Hipólito Yrigoyen | |
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17.º e 19.º Presidente da Argentina | |
Período | 12 de outubro de 1916 a 12 de outubro de 1922 |
Vice-presidente | Pelagio Belindo Luna |
Antecessor(a) | Victorino de la Plaza |
Sucessor(a) | Marcelo Torcuato de Alvear |
Período | 12 de outubro de 1928 a 8 de setembro de 1930 |
Vice-presidente | Enrique Martínez |
Antecessor(a) | Marcelo Torcuato de Alvear |
Sucessor(a) | José Félix Uriburu |
Deputado Federal por Buenos Aires | |
Período | 12 de outubro de 1878 a 20 de setembro de 1880 |
Presidente | Nicolás Avellaneda |
3.º Presidente do Comitê Nacional da União Cívica Radical | |
Período | 1897-1931 |
Antecessor(a) | Bernardo de Irigoyen |
Sucessor(a) | Marcelo Torcuato de Alvear |
Dados pessoais | |
Nome completo | Juan Hipólito del Sagrado Corazón de Jesús Yrigoyen Alen |
Nascimento | 12 de julho de 1852 Buenos Aires |
Morte | 3 de julho de 1933 (80 anos) Buenos Aires |
Nacionalidade | Argentino |
Cônjuge | Dominga Campos Miller |
Partido | União Cívica Radical |
Ocupação | professor e político |
Juan Hipólito del Sagrado Corazón de Jesús Yrigoyen Alen (Buenos Aires, 12 de julho 1852 — Buenos Aires, 3 de julho de 1933) foi um político argentino, por duas vezes presidente de seu país (1916-1922 e 1928-1930).[1][2]
Biografia
Hipólito Yrigoyen era filho de Martín Yrigoyen Dolhagaray, francês de Sare e de Marcelina Antonia Alen Ponce, argentina de Buenos Aires, irmã de Leandro N. Alem, fundador da União Cívica Radical (UCR).[1]
Yrigoyen ingressou na faculdade de direito mas não chegou a se formar. Sempre interessado pela vida política, aceitou alguns cargos administrativos menores no governo e foi comissário de polícia em um dos distritos de Buenos Aires de 1872 a 1877. Influenciado por seu tio Leandro Alem, elegeu-se deputado provincial em Buenos Aires. Depois da turbulência política de 1880, passa vários anos ausente da política.[1]
Em 1893, assume a presidência da União Cívica Radical na província de Buenos Aires. Logo depois da morte de seu tio Leandro em 1896, assume a liderança do partido. A UCR segue a política de abster-se de participar tanto das eleições, como do governo até que se satisfaçam suas reivindicações por um sistema eleitoral mais amplo, eleições livres e honestidade no governo. Assume como política, uma postura de total oposição ao regime, que alternava no governo, distintos setores conservadores. Seu zelo levou o seu partido à ação armada em 1893 e 1905. Mais tarde, orienta sua ação de forma não violenta mediante a abstenção revolucionária. Logo depois da promulgação da Lei Sáenz Peña em 1912, que estabelecia o sufrágio obrigatório, secreto e universal (ainda que excluindo as mulheres), os radicais iniciam sua ação política e elegem Yrigoyen para presidente em 1916.[2][1]
Primeiro mandato (1916-1922)
Seu primeiro período na presidência foi contemporâneo à difícil época da Primeira Guerra Mundial. Preservou a neutralidade da Argentina, mas o país sofreu transtornos econômicos, pois seus habituais compradores europeus não podiam transportar as mercadorias. Quando a situação se normalizou e as demandas do mercado voltaram a crescer, Yrigoyen, precursor do nacionalismo econômico, tratou de elaborar acordos comerciais que beneficiaram os agricultores e comerciantes argentinos. Enviou também um representante à assembleia da Liga das Nações mas o trouxe de volta ao perceber que as sugestões argentinas estavam sendo ignoradas.[1]
Na política interna, a posição de Yrigoyen foi dificultada pelo fato de que o Congresso e quase todas as províncias permaneciam sob o domínio conservador. Exerceu seus poderes constitucionais de intervenção em vinte oportunidades, eventualmente mais de uma vez na mesma província. Seus opositores o acusaram de usar seu poder com fins políticos para fortalecer a UCR. Em 1919, as tensões sociais aumentaram com uma série de greves, reprimidas energicamente pelo governo, que recorreu à ajuda das forças armadas.[1]
Uma reforma importante que aconteceu durante este período foi das universidades. As faculdades, que eram acusadas de apoiar os interesses oligárquicos, foram despojadas de grande parte de seu poder e a administração universitária tornou-se mais democrática.[1] Surge um movimento estudantil em Córdoba, conhecido como a Reforma Universitária de Córdoba. Suas conquistas se estendem a todo o país e influenciam também o continente. Nacionalizam-se e são fundados novos institutos de ensino superior. É também criado o Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF) e é sancionado o descanso dominical. Yrigoyen tem o apoio popular, porém a maioria opositora impede no Congresso quase todas as suas iniciativas transformadoras. A imprensa e os governos do interior do país permanecem seus adversários, pois continuam com a orientação conservadora anterior.[2]
Em 1922 Yrigoyen passou a presidência a Marcelo Torcuato de Alvear, também da UCR, mas permaneceu influente politicamente como presidente do partido.[1]
Segundo mandato (1928-1930)
O segundo período na presidência de Yrigoyen foi breve, com um presidente já de idade avançada (75 anos). Assume em meio ao entusiasmo popular mas com a saúde debilitada, com pouca capacidade de ação.
Em 1929 ocorre nos Estados Unidos a Grande Depressão que provoca uma crise no comércio e na produção mundial, deixando milhões de trabalhadores desempregados. Os efeitos desta crise econômica chegam ao país justamente quando Yrigoyen é atacado pela oposição conservadora, mobilizando e influenciando a sociedade. O governo perde prestígio não apenas entre grupos civis mas também nas Forças Armadas que já vinham se preparando para uma Revolução, que acontece em 6 de setembro de 1930, com um golpe de estado liderado pelo tenente-general José Félix Uriburu. Yrigoyen delega o cargo ao seu vice, Enrique Martínez e se refugia em La Plata, onde assina sua renúncia em 8 de setembro de 1930. Permanece detido na Ilha Martín García até 1932, quando recebe indulto. Morre no ano seguinte em Buenos Aires, no dia 3 de julho de 1933 e seu cortejo fúnebre foi acompanhado por uma grande multidão, entristecida também pela perda da ordem constitucional no país pela primeira vez.[2]
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