quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Hafez al-Assad (حَافِظُ ٱلْأَسَدِ, Qardaha, 6 de Outubro de 1930 — Damasco, 10 de Junho de 2000)

 Hafez al-Assad (حَافِظُ ٱلْأَسَدِ, Qardaha, 6 de Outubro de 1930 — Damasco10 de Junho de 2000)


Hafez al-Assad
Presidente da Síria
Período22 de fevereiro de 1971
10 de junho de 2000
Antecessor(a) Nureddin al-Atassi
Sucessor(a)Abdul Halim Khaddam
(interino)
Primeiro-ministro da Síria
Período21 de novembro de 1970
3 de abril de 1971
Antecessor(a)Nureddin al-Atassi
Sucessor(a)Abdul Rahman Khleifawi
Ministro da Defesa da Síria
Período23 de fevereiro de 1966
1972
Antecessor(a)Muhammad Umran
Sucessor(a)Mustafa Tlass
Dados pessoais
Nascimento6 de outubro de 1930
QardahaMandato Francês da Síria
Morte10 de junho de 2000 (69 anos)
DamascoSíria
CônjugeAnisah Makhlouf (1957–2000)
Filhos5 (BushraBasselBasharMajd e Maher)
PartidoPartido Baath
ReligiãoIslamismo (Alauísmo)
ProfissãoMilitar
Serviço militar
LealdadeSíria Síria
Serviço/ramoForça Aérea Síria
Anos de serviço1952–2000
GraduaçãoGeneral
ConflitosGuerra dos Seis Dias (1967)
Guerra de Desgaste (1967–70)
Setembro Negro (1970–71)

Hafez al-Assad (حَافِظُ ٱلْأَسَدِ, Qardaha, 6 de Outubro de 1930 — Damasco10 de Junho de 2000) foi um político sírio que serviu como presidente da Síria, de 1971 até 2000, ano de sua morte. Seu filho, Bashar al-Assad, é o atual presidente do país.[1][2]

De família humilde, após os estudos primários, foi formado na academia militar e, em seguida, enviado para completar sua formação com militares soviéticos. Ingressou no Partido Baath em 1946 e se opôs ativamente à unificação entre Síria e Egito. Ao fracassar a unificação em 1961, seu prestígio ascendeu, sendo nomeado chefe das Forças Aéreas em 1964. Enquanto ocupava este cargo, a Síria sofreu uma humilhante derrota com a perda de quase toda sua força aérea e parte de seu território na Guerra dos Seis Dias. Apesar desta derrota, aumentou a instauração do regime militar em 1963. Em 1970, aproveitou sua posição para dar um golpe de Estado.[3]

Assad desradicalizou o governo Ba'ath quando ele tomou o poder, dando mais espaço para a iniciativa privada e fortalecendo as relações exteriores do país com países que seu antecessor havia considerado "reacionários". Ele se aliou a União Soviética durante a Guerra Fria em troca de apoio contra Israel, e, embora ele tenha abandonado a política macro do conceito de pan-arabismo de unificar os povos do mundo árabe em uma única nação, Assad procurou fazer da Síria a defensora dos interesses árabes contra os israelenses. Quando chegou ao poder, ele organizou os serviços estatais em linhas sectárias (os sunitas se tornaram líderes das instituições políticas, enquanto os alauitas tomaram o controle das forças armadas, órgãos de inteligência e do aparato de segurança). Os poderes anteriormente colegiados de tomada de decisões Baathistas foram restringidos e transferidos para o presidente. O governo sírio deixou de ser controlado pelo partido, num sistema único, no sentido normal da palavra, e se tornou uma nação presidencialista com um poder central forte. Para manter esse sistema, um grande culto de personalidade foi erguido ao redor de Assad e sua família, que passou a controlar o aparato estatal e as finanças do país.[4][5][6][7][8][9]

Tendo se tornado a principal fonte de iniciativa dentro do governo sírio, Assad começou a procurar um sucessor. Sua primeira escolha era seu irmão Rifaat, mas este tentou tomar o poder para si em 1983–84 quando a saúde de Hafez declinou temporariamente. Rifaat foi exilado quando seu irmão se recuperou. A próxima escolha de Hafez para sucede-lo se tornou seu filho mais velho, Bassel. Contudo, Bassel faleceu em um acidente de carro em 1994, o que forçou o presidente a apontar seu outro filho, Bashar, para ser seu sucessor. A escolha era arriscada pois Bashar al-Assad, na época, não tinha experiência política. A mudança para nomear um membro de sua própria família como seu sucessor foi recebida com críticas em alguns setores da classe dominante síria, mas Assad persistiu com seu plano e rebaixou vários funcionários públicos que se opunham a sua decisão. Hafez faleceu em 2000, de um ataque cardíaco, após quase três décadas no poder. Conforme seus desejos, foi sucedido na presidência pelo seu filho, Bashar al-Assad.[10]

Referências

  1.  Kaplan, Robert (Fevereiro de 1993). «Syria: Identity Crisis»The Atlantic
  2.  The New Encyclopedia of Islam by Cyril Glasse, Altamira, 2001, p.36–7
  3.  Olmert, Yosef (1986). In Shaked, Haim; Dishon, Daniel. Middle East Contemporary Survey 8. The Moshe Dayan Center. ISBN 9789652240064.
  4.  Wedeen, Lisa. Ambiguities of domination: Politics, rhetoric, and symbols in contemporary Syria. University of Chicago Press, 2015.
  5.  Peter Beaumont No longer the pariah PresidentThe Observer, 16 de novembro de 2008
  6.  Halla Diyab All in the family: Building the Assad dynasty in SyriaAl-Arabiya Friday, 28 de novembro de 2014
  7.  Ciezadlo, Annia (19 de dezembro de 2013). «Bashar Al Assad: An Intimate Profile of a Mass Murderer»The New Republic
  8.  Shadid, Anthony (8 de novembro de 2011). «In Assad's Syria, There Is No Imagination». PBS
  9.  Lund, Aron (9 de junho de 2014). «Syria's Phony Election: False Numbers and Real Victory»Diwan. Carnegie Middle East Centre
  10.  Seddon, David (2004). A Political and Economic Dictionary of the Middle East. Taylor & Francis. ISBN 9781857432121.

Ligações externas

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