sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Muhammad Siad Barre (somali: Maxamed Siyaad Barre, em árabe: محمّد زياد بري) (nascido em 1919 e falecido a 2 de janeiro de 1995)

 Muhammad Siad Barre (somaliMaxamed Siyaad Barre, em árabeمحمّد زياد بري) (nascido em 1919 e falecido a 2 de janeiro de 1995)


Siad Barre
محمد زياد بري
Siyaad Barre
Retrato militar do general Mohamed Siad Barre.
3.º Presidente da Somália
Período21 de outubro de 1969
a 26 de janeiro de 1991
Vice-presidenteMohamed Ali Samatar
Antecessor(a)Sheikh Mukhtar Mohamed Hussein
Sucessor(a)Ali Mahdi Muhammad
Dados pessoais
Nascimento6 de outubro de 1919
ShilavoOgaden
Morte2 de janeiro de 1995 (75 anos)
LagosNigéria
CônjugeKhadija Maalin e Dalyad Haji Hashi[1]
PartidoConselho Supremo Revolucionário
Partido Socialista Revolucionário Somali
ReligiãoIslã
Profissãomilitar

Muhammad Siad Barre (somaliMaxamed Siyaad Barre, em árabeمحمّد زياد بري) (nascido em 1919 e falecido a 2 de janeiro de 1995) foi o ditador militar [2][3] e Presidente da República Democrática da Somália entre 1969 e 1991. Durante seu governo, denominou a si próprio como Jaalle Siyaad ("Camarada Siad").[4]

Filho de um nômade, Barre apenas teve estudos básicos, serviu à polícia somali (1941-1960) subindo até o cargo de inspetor, com a independência de seu país em 1960, entrou para o exército em 1969 e obteve, após o assassinato do chefe de Estado da recém independente Somália, Abdirashid Ali Shermarke, o mais alto cargo público, exercendo um governo autoritário, combatendo a Etiópia pela posse da região de Ogaden em uma guerra que perdeu.

Na época da independência em 1960, a Somália foi apontada no Ocidente como o modelo de uma democracia rural na África. No entanto, os clanismos e lealdades familiares estendidas e os conflitos foram os problemas sociais que o governo civil não conseguiu erradicar e, finalmente, sucumbiu a si mesmo.

A junta militar liderada por Barre que chegou ao poder após um golpe de Estado, tratou de adaptar o socialismo científico às necessidades da Somália. Baseou-se fortemente nas tradições da China. Promoveu o trabalho voluntário na agricultura e a construção de estradas e hospitais. Quase toda a indústria, bancos e empresas foram nacionalizadas. Cooperativas agrárias foram incentivadas. O governo proibiu o clanismo e destacou a lealdade às autoridades centrais. Um nova escrita totalmente nova para a língua somali foi introduzida. Para espalhar a nova linguagem, os métodos e a mensagem da revolução, as escolas secundárias foram fechadas em 1974 e 25 mil alunos entre 14 a 16 anos de idade e um adicional de 3 mil empregados do serviço militar e civil foram enviados para as zonas rurais para educar seus parentes nômades.[5]

A Somália, vítima da Guerra Fria devido a sua localização estratégica pela passagem do Mar Vermelho, suscitou o interesses das superpotências, os Estados Unidos e a União Soviética. O Governo Barre inclinou-se em primeiro lugar para os soviéticos, que o ajudaram financeiramente até 1977. Os Estados Unidos, se aproveitando a ruptura somali com a União Soviética, passaram a apoiar o regime de Barre, ajudando o governo somali a enfrentar a Etiópia na Guerra de Ogaden, esta última apoiada pelos soviéticos.

Em 1980, os clãs passaram a exigir mais autonomia, particularmente nas regiões do norte do país (que inclui a antiga Somalilândia Britânica). Barre enviou tropas para controlar os grupos pró-independência mediante a forte repressão, sem sucesso; porque em 1991, as milícias rebeldes foram capazes de penetrar em Mogadíscio que posteriormente foi capturada e pôs fim não só ao seu governo, mas também a integração de seu próprio estado que se desmembrou em diferentes setores controlados pelos líderes dos clãs e o surgimento de novas repúblicas não reconhecidas internacionalmente como a Somalilândia, entre outras. Desde então, os restos territoriais da Somália são controlados pelos "senhores da guerra" agrupados em clãs e pelo direito consuetudinário dos clãs, deixando o país numa situação de total anarquia, sem um governo efetivo. Ele ainda foi um representante do comunismo islâmico no continente africano.[6]

Siad Barre morreu no exílio, na Nigéria, em 1995.[7]

Notas

  1.  «Obituary: Siad Barre». Consultado em 12 de novembro de 2011. Arquivado do original em 18 de dezembro de 2006
  2.  George James "Somalia's Overthrown Dictator, Mohammed Siad Barre, Is Dead" New York Times (1/3/1995)
  3.  Immigration and Refugee Board of Canada "The Horn of Africa: Somalis in Djibouti, Ethiopia and Kenya" UNHCR (1/2/1991)
  4.  Jaalle também se traduz como "Senhor"
  5.  Yiorgos Apostolopoulos, The Sociology of Tourism
  6.  Peter John de la Fosse Wiles, The New Communist Third World: an essay in political economy, (Taylor & Francis: 1982), p.279.
  7.  "Obituary: Mohamed Said Barre". Página acessado em 23 de novembro de 2017.

Referências

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