Omar Hassan Ahmad al-Bashir (em árabe: عمر حسن أحمد البشير, pronunciado [ba'ʃiːr];[1] nascido em 1 de janeiro de 1944)
Omar al-Bashir عمر البشير | |
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7.º Presidente do Sudão | |
Período | 30 de junho de 1989 – 11 de abril de 2019 |
Primeiro-ministros | Bakri Hassan Saleh Motazz Moussa Mohamed Tahir Ayala |
Antecessor(a) | Ahmed al-Mirghani |
Sucessor(a) | Ahmed Awad Ibn Auf |
Presidente do Conselho do Comando Revolucionário para a Salvação Nacional | |
Período | 30 de junho de 1989 – 16 de outubro de 1993 |
Vice | Zubair Mohamed Salih |
Dados pessoais | |
Nome completo | Omar Hassan Ahmad al-Bashir |
Nascimento | 1 de janeiro de 1944 (79 anos) Hosh Bannaga, Sudão Anglo-Egípcio |
Alma mater | Academia Militar Egípcia |
Esposa(s) | Fatima Khalid Widad Babiker Omer |
Partido | Congresso Nacional |
Religião | Islã |
Serviço militar | |
Lealdade | Sudão Egito |
Serviço/ramo | Exército Sudanês |
Anos de serviço | 1960–2019 |
Graduação | Marechal de campo |
Conflitos | Primeira Guerra Civil Sudanesa Guerra do Yom Kippur Segunda Guerra Civil Sudanesa |
Omar Hassan Ahmad al-Bashir (em árabe: عمر حسن أحمد البشير, pronunciado [ba'ʃiːr];[1] nascido em 1 de janeiro de 1944) é um militar e político sudanês, que serviu como Presidente do Sudão de 1989 a 2019, sendo também o chefe do Conselho do Comando Revolucionário para a Salvação Nacional.
Ele assumiu o poder em 1989 quando, na patente de brigadeiro do exército sudanês, liderou um golpe de estado que derrubou o governo democraticamente eleito do primeiro-ministro Sadiq al-Mahdi após ele começar a negociar com os rebeldes do sul.[2] Nas próximas duas décadas e meia, Bashir foi eleito três vezes como Presidente em eleições questionadas sob acusações de fraude.[3] No meio acadêmico, jornalístico e para a comunidade internacional, Omar governava o país como um ditador.[4] Em março de 2009, al-Bashir se tornou o primeiro presidente em exercício a ser indiciado na Corte Penal Internacional, por supostos crimes contra a humanidade (assassinatos em massa, estupros e pilhagens contra civis em Darfur).[5] Ele permaneceu no poder até 2019, quando foi derrubado por um golpe militar.[6]
Sob seu governo, o Sudão se desenvolveu mas a economia teve altos e baixos (puxado para cima pelo petróleo e abalado por sanções e má gestão). Corrupção foi uma marca do seu regime, com ele sendo taxado como um pária internacional, governando uma cleptocracia.[7] Em outubro de 2005, o governo de al-Bashir negociou um fim para a Segunda Guerra Civil Sudanesa,[8] levando a um referendo no sul do país que resultou na secessão do Sudão do Sul. Porém, na região de Darfur, ele supervisionou uma grande campanha militar contra os rebeldes na região, resultando na morte de milhares de pessoas,[9] com algumas fontes estipulando o total de fatalidades entre 200 000[10] e 400 000 pessoas.[11][12][13] Durante sua presidência, ocorreu vários conflitos étnicos entre as milícias Janjawid e grupos rebeldes como o Exército de Libertação do Sudão (ELS) e o Movimento pela Justiça e Igualdade (MJI), que engajavam um conflito de guerrilha entre si e contra as autoridades na região de Darfur. Essa guerra civil causou o deslocamento de mais de 2,5 milhões de pessoas de suas casas,[14] de uma população total de 6,2 milhões em Darfur,[15] criando, além da crise humanitária, uma crise diplomática entre Sudão e Chade.[16] Os rebeldes em Darfur perderam o apoio da Líbia após a morte de Muammar Gaddafi e o colapso do seu regime em 2011.[17][18][19]
Em julho de 2008, Luis Moreno Ocampo, o promotor da Corte Penal Internacional, acusou al-Bashir de genocídio e outros crimes de guerra em Darfur.[20] A Corte emitiu um mandado de prisão contra Omar al-Bashir em 4 de março de 2009 por crimes contra a humanidade de guerra, mas desistiu da acusação de genocídio devido a falta de provas.[21] Contudo, em 12 de julho de 2010, foi emitido um segundo mandato, em separado, contendo três acusações de genocídio. O governo sudanês, por sua vez, não reconheceu a autoridade da Corte Internacional e dos mandatos que ela expedia.[21] Os indiciamentos não alegam que Bashir tenha participado pessoalmente nas atividades genocidas; ao invés disso, eles dizem que ele é "suspeito de ser criminalmente responsável, como um co-autor indireto".[22] Alguns especialistas em política internacional acreditam que o promotor Ocampo não tinha evidências suficientes para corroborar suas acusações.[23] A decisão da Corte foi rejeitada pela União Africana, a Liga Árabe, o Movimento dos Não Alinhados e os governos da Rússia e da China.[24][25]
Desde dezembro de 2018, al-Bashir enfrentava protestos em larga escala que exigiam sua renúncia. Em 11 de abril de 2019, o status de Bashir como presidente se tornou incerto, com várias fontes afirmando que ele havia sido removido do cargo. Logo em seguida, essa informação foi confirmada pelo comando das Forças Armadas Sudanesas num anúncio na TV estatal.[26]
Referências
- ↑ «Sudan's Omar Al-Bashir attends Mid-East's Largest Arms Fair». BBC News. 1 de março de 2015 – via YouTube
- ↑ «FACTBOX – Sudan's President Omar Hassan al-Bashir». Reuters. 14 de julho de 2008. Consultado em 16 de março de 2019
- ↑ «Dream election result for Sudan's President Bashir». BBC News. Consultado em 17 de dezembro de 2014
- ↑ «Omar al-Bashir reeleito no Sudão em eleições boicotadas». Publico.pt. Consultado em 17 de março de 2019
- ↑ «Genocide in Darfur». United Human Rights Council. Consultado em 17 de dezembro de 2014
- ↑ «Presidente do Sudão é deposto e conselho militar vai assumir comando do país». G1. Consultado em 11 de abril de 2019
- ↑ «Sudan's genocidal regime is under siege». The Economist. Consultado em 16 de março de 2019
- ↑ «South Sudan profile». BBC News. Consultado em 14 de março de 2013
- ↑ «Death toll disputed in Darfur». NBC News. 28 de março de 2008. Consultado em 30 de outubro de 2013
- ↑ «Q&A: Sudan's Darfur conflict». BBC News. 23 de fevereiro de 2010. Consultado em 20 de maio de 2010
- ↑ "The World Factbook: Sudan". Página acessada em 16 de março de 2019.
- ↑ «Darfur peace talks to resume in Abuja on Tuesday: AU». People's Daily Online. Consultado em 4 de março de 2016
- ↑ «Hundreds Killed in Attacks in Eastern Chad». The Washington Post. 11 de abril de 2007. Consultado em 20 de maio de 2010
- ↑ Alfred de Montesquiou (16 de outubro de 2006). «AUF Ineffective, Complain Refugees in Darfur». The Washington Post. Consultado em 4 de março de 2009
- ↑ Darfur – overview, Unicef.org.
- ↑ «Sudan cuts Chad ties over attack». BBC News. 11 de maio de 2008. Consultado em 20 de maio de 2010
- ↑ Copnall, James (26 de novembro de 2011). «Sudan armed Libyan rebels, says President Bashir». BBC News. Consultado em 30 de outubro de 2013
- ↑ «Libya leader thanks Sudan for weapons that helped former rebels oust Gadhafi». Haaretz. Reuters. 26 de novembro de 2011. Consultado em 30 de outubro de 2013
- ↑ «Sudan: Country Studies». Federal Research Division, Library of Congress. 22 de março de 2011. Consultado em 30 de outubro de 2013
- ↑ International Criminal Court (14 de julho de 2008). «ICC Prosecutor presents case against Sudanese President, Hassan Ahmad AL BASHIR, for genocide, crimes against humanity and war crimes in Darfur». Consultado em 14 de março de 2009. Arquivado do original em 25 de agosto de 2009
- ↑ ab «Warrant issued for Sudan's Bashir». BBC News. 4 de março de 2009. Consultado em 4 de março de 2009
- ↑ Simon Tisdall (20 de abril de 2011). «Omar al-Bashir: genocidal mastermind or bringer of peace?». The Guardian. Consultado em 3 de novembro de 2013
- ↑ «Moreno Ocampo slammed for abuse of power; chief ICC prosecutor denies allegations». Radio Netherlands Worldwide. 22 de julho de 2009. Consultado em 3 de novembro de 2013. Arquivado do original em 3 de novembro de 2013
- ↑ HENRY OWUOR in Khartoum (5 de março de 2009). «After Bashir warrant, Sudan united in protest». Consultado em 4 de março de 2016
- ↑ «International Criminal Court Cases in Africa: Status and Policy Issues» (PDF). Consultado em 25 de maio de 2018
- ↑ «Sudan's Bashir Forced to Step Down». Reuters. Consultado em 11 de abril de 2019
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