Shukri al-Quwatli (1891 – 30 de Junho de 1967; em árabe: شكري القوتلي, em turco: Şükrü el Kuvvetli)
Shukri al-Quwatli شكري القوتلي | |
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1.º Presidente da Síria | |
Período | 17 de Agosto de 1943 a 22 de Fevereiro de 1958 |
Antecessor(a) | Hashim al-Atassi |
Sucessor(a) | Gamal Abdel Nasser (República Árabe Unida) |
Período | 6 de Setembro de 1955 a 22 de Fevereiro de 1958 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 1891 Damasco, Vilayet da Síria, Império Otomano |
Morte | 30 de junho de 1967 (76 anos) Beirute, Líbano |
Partido | Bloco Nacional (até 1947) Partido Nacional (a partir de 1947) |
Religião | Sunismo |
Shukri al-Quwatli (1891 – 30 de Junho de 1967; em árabe: شكري القوتلي, em turco: Şükrü el Kuvvetli) foi o primeiro presidente da Síria a seguir à independência.[1][2] Iniciou a sua carreira como dissidente e defendendo a unidade e a independência dos territórios árabes do Império Otomano, sendo preso e torturado pelo seu activismo. Quando o Reino da Síria foi estabelecido, Quwatli tornou-se oficial do governo, apesar de estar desiludido com a monarquia, e ajudou a fundar o Partido Independente republicano. Quwatli foi de imediato condenado à morte pelos franceses que tomaram o controlo da Síria em 1920. Depois, foi viver para o Cairo onde foi como embaixador-chefe do Congresso Sírio-Palestiniano, estabelecendo fortes relações com a Arábia Saudita. Utilizou estas ligações para ajudar a financiar a Grande Revolta Síria (1925–1927). Em 1930, as autoridades francesas perdoaram Quwatli e, daí para a frente, regressou à Síria, onde, de forma gradual, se foi tornando um dos líderes principais do Bloco Nacional. Shukri al-Quwatli foi eleito Presidente da Síria em 1943 e supervisionou a independência do país três anos mais tarde.
Quwatli foi reeleito em 1948, mas foi derrubado por um golpe militar em 1949. Passou então para o exílio no Egipto, só regressando à Síria em 1955 para participar nas eleições presidenciais, as quais ganhou. Com presidência conservadora em simultâneo com um governo de tendência esquerdista, Quwatli adoptou oficialmente uma posição neutra durante a Guerra Fria. Após o seu pedido de ajuda aos Estados Unidos ter sido recusado, aproximou-se do Bloco do Leste. Quwatli também iniciou conversações com o Egipto e a Arábia Saudita com vista ao estabelecimento de um acordo de defesa, para fazer frente ao Pacto de Bagdad. Em 1957, Quwatli, o qual os Estados Unidos e os países do Pacto tentaram derrubar, tentou conter a maré esquerdista na Síria, mas sem sucesso. Por esta altura, a sua autoridade política estava em baixa pois os militares passaram por cima da jurisdição de Quwatli ao, de forma independente, entrarem em diálogo directo com o antigo aliado de Quwatli, o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser.
Após meses de conversações, em 1958, Quwatli fundiu a Síria com o Egipto para formar a República Árabe Unida e abdicou do cargo de presidente para dar o lugar a Nasser. Como agradecimento, Nasser entregou a Quwatli o título honorário de "Primeiro Cidadão Árabe". Contudo, Quwatli tornou-se crescentemente descontente com a união, crendo que a Síria passou a ser um Estado policial subordinado ao Egipto. Em 1961, apoiou a sucessão da Síria, mas os planos para ele completar a sua presidência não se materializaram. Quwatli deixou a Síria na sequeência do golpe de Estado de 1963, e morreu de ataque cardíaco, no Líbano, semanas depois da derrota da Síria na Guerra dos Seis Dias em 1967. Foi sepultado em Damasco no dia 1 de Julho.
Referências
- ↑ Steel & Silk: Men and Women who Shaped Syria 1900-2000 de Sami M. Moubayed (2006)
- ↑ The Encyclopedia of the Arab-Israeli Conflict: A Political, Social, and Military History [4 volumes: A Political, Social, and Military History de Spencer C. Tucker, Priscilla Roberts (2088)]
Bibliografia
- Arnakis, George Geogiades (1973), The Near East in Modern Times: Second World War and after, 1940–1960, Pemberton Press
- Blum, William (2003), Killing Hope: US Military and CIA Interventions Since World War II, ISBN 978-1-84277-369-7, Zed Books
- Chaitani, Youssef (2007), Post-Colonial Syria and Lebanon: The Decline of Arab Nationalism and the Triumph of the State, ISBN 978-1-84511-294-3, I. B. Tauris
- Dawisha, Adeed (2009), Arab Nationalism in the Twentieth Century: From Triumph to Despair, ISBN 0-691-12272-5, Princeton: Princeton University Press
- Ginat, Rami (2010), Syria and the Doctrine of Arab Neutralism: From Independence to Dependence, ISBN 978-1-84519-396-6, Sussex Academic Press
- Jankowski, James P. (2001), Nasser's Egypt, Arab Nationalism, and the United Arab Republic, ISBN 1-58826-034-8, Lynne Rienner Publishers
- Khoury, Philip S. (Novembro de 1981), «Factionalism among Syrian Nationalists during the French Mandate», Cambridge University Press, International Journal of Middle East Studies, 13 (4): 441–469, doi:10.1017/s0020743800055859
- Khoury, Philip S. (1997), «The Paradoxical in Arab Nationalism Interwar Syria Revisited», in: Israel Gershoni; James P. Jankowski, Rethinking Nationalism in the Arab Middle East, New York: Columbia University Press
- Lentz, Harry (2014), Heads of States and Governments Since 1945, ISBN 978-1-134-26490-2, Routledge
- Moubayed, Sami M. (2000), Damascus Between Democracy and Dictatorship, ISBN 978-0-7618-1744-4, University Press of America
- Moubayed, Sami M. (2006), Steel & Silk: Men and Women who shaped Syria 1900–2000, ISBN 978-1-885942-41-8, Cune Press
- Moubayed, Sami M. (2012), Syria and the USA: Washington's Relations with Damascus from Wilson to Eisenhower, ISBN 978-1-84885-705-6, I. B. Tauris
- Tucker, Spencer C.; Roberts, Priscilla (2008), The Encyclopedia of Middle East Wars: The United States in the Persian Gulf, Afghanistan, and Iraq Conflicts, ISBN 978-1-85109-948-1, ABC-CLIO
- Yaqub, Salim (2004), Containing Arab Nationalism: The Eisenhower Doctrine and the Middle East, ISBN 0-8078-5508-1, University of North Carolina Press
- Yitzhak, Ronen (2012), Abdullah Al-Tall - Arab Legion Officer: Arab Nationalism and Opposition to the Hashemite Regime, ISBN 978-1-84519-408-6, Apollo Books
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