sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Plutarco Elías Calles (Guaymas, Sonora, 25 de setembro de 1877 - Cidade do México, 19 de outubro de 1945)

 Plutarco Elías Calles (GuaymasSonora25 de setembro de 1877 -  Cidade do México19 de outubro de 1945

Francisco Plutarco Elías Campuzano
Francisco Plutarco Elías Campuzano
47.º Presidente do México
Período1 de dezembro de 1924 - 30 de novembro de 1928
Antecessor(a)Álvaro Obregón
Sucessor(a)Emilio Portes Gil
Dados pessoais
Nascimento25 de setembro de 1877
GuaymasSonoraMéxico
Morte19 de outubro de 1945 (68 anos)
Cidade do México
Primeira-damaNatalia Chacón
Leonor Llorente
PartidoPartido Nacional Revolucionario
Partido Laborista Mexicano
Partido Liberal Constitucionalista
ReligiãoAteu
Profissãomilitar, professor e político

Plutarco Elías Calles (GuaymasSonora25 de setembro de 1877 - Cidade do México19 de outubro de 1945) foi um ditador sanguinário do México entre 1924 e 1928 e fundador do Partido Naconal Revolucionário (PNR) antecessor do Partido Revolucionário Institucional (PRI).[1]

Seu nome de batismo era Francisco Plutarco Elías Campuzano, mas após ficar órfão de pai a partir dos 4 anos de idade, passou a usar o segundo apelido de seu padrasto. Fez os seus estudos em Hermosillo. Trabalhou numa cantina, foi gerente de hotel e de um moinho, professor e inspector escolar antes de iniciar a sua carreira militar e política.

Início de carreira

Em 1911 foi nomeado comissário de Agua Prieta e em 1912, já com a patente de capitão, combateu a rebelião de Pascual Orozco. Já em 1913, junta-se aos constitucionalistas servindo sob o comando de Álvaro Obregón que o promoveu a tenente-coronel e algum tempo depois coronel. Terminada a luta contra Victoriano Huerta defendeu a cidade de Naco e Sonora seu Estado natal da invasão liderada por Francisco Villa e Maytorena de quem foi comissário em Agua Prieta em 1912 com apenas 800 homens frente a 10 mil viilistas em Naco pelo período de 3 meses, após esse período foi escolhido por Venustiano Carranza como Governador de Sonora e Comandante Militar em 1915. Como governador sonorense estabelece a proibição de bebidas alcoólicas, estabelece o crédito agrícola, veta a prostituição pública, cria um programa pedagógico para os professores e institui escolas para os órfãos que eram filhos dos civis e militares revolucionários como forma de ampará-los.

Apoiou Álvaro Obregón na campanha presidencial de 1920. Após o triunfo do plano de Agua Prieta, foi ministro da guerra no governo de Adolfo de la Huerta e ministro do interior no governo de Álvaro Obregón.

Mandato presidencial

Foi eleito presidente do México em 1924. Entre as medidas mais importantes por ele implementadas estão a criação do Banco Central do México, a ampliação da rede de estradas, construção de barragens, sistemas de irrigação e escolas. Quanto às medidas legislativas tomadas salientam-se a aprovação da validez do divórcio, estabelecimento de um salário mínimo, eliminação das isenções fiscais.

As despesas militares diminuíram significativamente durante a sua presidência. As condições de vida melhoraram e a taxa de mortalidade infantil caiu de 224,4 ‰ para 137,7 ‰ entre 1923 e 1931. É feito um esforço sério em favor da educação. O orçamento da educação ascende a 14% das despesas do Estado e o número de escolas rurais triplica. A taxa de alfabetização para os maiores de 10 anos aumentou de 25% em 1924 para 51% em 1930.[2]

A medida mais famosa de todas, a lei Calles (1926), que fazia aplicar rigorosamente as disposições anti-clericais constantes da constituição de 1917. A lei Calles, entre outras coisas, previa multas de 500 pesos para sacerdotes que se apresentassem em público com as suas vestes religiosas e pena de prisão de 5 anos para os padres que criticassem o governo. Esta medidas dirigidas directamente à Igreja Católica, acabariam por levar à Guerra Cristera que se prolongaria até 1929. Foram também efetuadas duas emendas à Constituição, uma permitindo a reeleição não consecutiva para o cargo de presidente da república e outra aumentando a duração do mandato presidencial para 6 anos.

O Maximato

Em 1928 Álvaro Obregón candidata-se às eleições presidenciais, saindo vitorioso, mas poucos dias depois é assassinado, sendo nomeado presidente-interino Emilio Portes Gil até convocação de novas eleições.

4 de Março de 1929, Calles funda o PRN. Com a criação deste partido, Calles, consegue unir numa mesma força política vários partidos e grupos regionais e militares, tendo por objectivo que a luta política fosse institucional e não pelas armas, como havia sido regra até essa altura da história mexicana. Em pouco tempo, o PRN controlava os funcionários públicos, sindicatos e outras organizações populares.

O primeiro candidato do presidencial do PRN foi Pascual Ortiz Rubio, eleito em 1930, por meio de fraude eleitoral promovida pelo PRN. A partir deste momento, e até à sua expulsão do país em 1936, Calles governou efectivamente o México a partir dos bastidores, intitulando-se Jefe Máximo Revolucionário, num período que ficou conhecido como Maximato. Em 1932 Ortiz Rubio renuncia à presidência devido às ingerências de Calles na governação e em seu lugar é nomeado como presidente-interino Abelardo Luján Rodríguez, que se ocupa dos assuntos administrativos enquanto Calles se ocupa da política.

Em 1934Lázaro Cárdenas é eleito presidente e Calles impõem-lhe gente da sua confiança no gabinete. Mas em 1936 Cárdenas expulsa Calles do país e exige a demissão de todos os callistas do seu governo.

Calles exila-se em San Diego, nos Estados Unidos até o presidente Manuel Ávila Camacho permitir o seu regresso ao México.

Perseguição Religiosa

Calles foi um perseguidor ferrenho dos cristãos, em seu governo iniciou uma investida massacrante contra padres, religiosos e fiéis leigos que demonstrassem qualquer sinal da fé católica. O mais famoso deles foi São José Luís Sánchez del Río, um garoto de apenas 14 anos que foi torturado, surrado, humilhado e assassinado. Antes de morrer o garoto teve a sola dos dois pés cortada e foi obrigado a caminhar assim até seu local de execução onde já havia sido cavada sua cova. José Luís morreu sem renunciar a sua fé, e ficou famoso pela frase "Viva Cristo Rei!" que sempre dizia quando era intimado a renunciar a fé cristã. Antes de ser esfaqueado e por fim fuzilado disse como últimas palavras Nos vemos no Céu. Viva Cristo Rei! Viva sua mãe, a Virgem de Guadalupe!“.

Referências

  1.  «Plutarco Elias Calles Biography - Facts, Birthday, Life Story»Biography.com (em inglês). Consultado em 12 de novembro de 2012
  2.  Zapata and the Mexican Revolution, John Womack

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