Angélica Ksyvickis Huck (Santo André, 30 de novembro de 1973)
Angélica | |
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Angélica no programa Lady Night em 2018. | |
Nome completo | Angélica Ksyvickis Huck |
Nascimento | 30 de novembro de 1973 (49 anos) Santo André, SP |
Residência | Rio de Janeiro, RJ |
Nacionalidade | brasileira |
Estatura | 1,65 m[1] |
Parentesco | Hermes Marcelo Huck (sogro) |
Cônjuge | Luciano Huck (c. 2004) |
Ocupação | |
Período de atividade | 1982–presente |
Prêmios | Lista |
Empregador(a) | |
Carreira musical | |
Período musical | 1988–2001[nota 1] |
Gênero(s) | |
Extensão vocal | meio-soprano lírico |
Gravadora(s) | |
Religião | católica |
Assinatura | |
Angélica Ksyvickis Huck (Santo André, 30 de novembro de 1973) é uma apresentadora, atriz, ex-cantora e empresária brasileira.[3][4][5] Começou a se apresentar na televisão aos seis anos, no programa Buzina do Chacrinha. Venceu, junto com outra concorrente (Helen Mara Michelet), o concurso da "criança mais bonita do Brasil".[6] Fez parte do grupo musical Ultra Leve no ano de 1986, junto de Rodrigo Faro e Ticiane Pinheiro. Aos 12 anos, estreou como apresentadora infantil no comando dos infantis Nave da Fantasia, Clube da Criança e o musical Milk Shake, todos na Rede Manchete. No SBT apresentou entre 1993 e 1996 o Casa da Angélica, o TV Animal e o Passa ou Repassa. Na TV Globo estreou em 1996 com Angel Mix e fez as telenovelas infantis Caça Talentos, Flora Encantada e Bambuluá. Mudando o foco para o público jovem-adulto, comandou o Vídeo Game, o talent show Fama, Estrelas e o Simples Assim.
Também teve destaque na música sendo contratada pela gravadora CBS aos 14 anos de idade para divulgar as músicas em seus programas de TV. Seu primeiro álbum no ano de 1988 acabou lhe projetando para o sucesso nacional com o hit "Vou de Táxi", entre os anos de 1988 e 2001 acabou lançando 13 álbuns de estúdio, nesse período esteve nas gravadoras CBS Records, Columbia Records e Universal Music.[7]
Biografia
Filha da dona de casa Angelina Ksyvicks e do metalúrgico Francisco Ksyvicks, tendo ainda como irmã mais velha a empresária Márcia Marbá, Angélica nasceu em 30 de novembro de 1973. Seu nome é em homenagem à mãe Angelina que, após diversas tentativas de ter um segundo filho, conseguiu engravidar de uma menina. Nascida em Santo André, foi criada em São Bernardo do Campo. Tem uma pinta de nascença na perna esquerda, que sempre foi sua marca registrada.
Angélica tem ascendência polaca, lituana, italiana, austríaca, russa, portuguesa, croata, romena, moldava, ucraniana e indígena piquerobi.[8][9] Seu sobrenome é de origem lituana e escreve-se originalmente Kšivickis[10]
Aos seis anos foi a uma gravação do programa de auditório Buzina do Chacrinha e lá chamou a atenção do apresentador, que fez com que ela participasse do programa, vencendo o concurso "Criança mais bonita do Brasil", junto com outra concorrente, Helen Mara Michelet.[6] Em 1986 integrou o grupo infantil Ultraleve,[11] inspirado no Balão Mágico, que também trazia Rodrigo Faro e Ticiane Pinheiro, porém o grupo durou apenas seis meses, uma vez que os três foram convocados para se tornarem apresentadores em emissoras diferentes.[12]
Vida pessoal
Seu primeiro namorado, ainda adolescente, foi César Filho, com quem perdeu a virgindade aos dezoito anos. O relacionamento durou sete anos.[13] Depois, teve um relacionamento com o ator Márcio Garcia que durou três meses.[14][15] Em 1998 começou a namorar Maurício Mattar,[14] vivendo um relacionamento conturbado, devido ao envolvimento de Mattar com drogas.[16] Na época, a apresentadora chegou a viajar com o namorado para o Chile, escondido de sua família, que não aprovava o relacionamento. Angélica falou para sua irmã que iria com uma amiga para Bariloche. No entanto, seus pais souberam a verdade ao ver uma matéria na televisão. Seu pai, Francisco, ficou muito abalado, sua pressão arterial subiu e foi internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Quando soube disso, Angélica voltou imediatamente ao Brasil, e decidiu se afastar de Maurício.[17] A decisão de Angélica de se afastar de Maurício foi em 2001, depois de muitas discussões. Reataram em fevereiro de 2002, mas o relacionamento durou poucos meses.[18]
Ainda em 2002, Angélica começou a namorar o empresário Luís André Calainho. Com nove meses de namoro eles ficaram noivos, mas depois de alguns meses, se separaram. Angélica negou que tivesse voltado a namorar Mauricio Mattar.[19]
Em fevereiro de 2004, Angélica e Luciano Huck foram flagrados pela revista Contigo em clima de romance em Barcelona, na companhia da família do piloto automobilístico Nelson Piquet, que enviou seu jatinho particular levar Angélica para a Espanha.[20]
Em 30 de outubro de 2004, casou-se grávida no civil e no religioso com o apresentador de televisão Luciano Huck. A boda ocorreu na Marina da Glória, na cidade do Rio de Janeiro. O casamento foi marcado por elegância e convidados ilustres, com um rígido sistema de segurança para evitar penetras. O casamento foi abençoado por um padre, por Angélica ser católica, e por um rabino, por Luciano ser judeu.[21][22] A lua de mel foi em um resort em Miami.[23]
Em 2010, Huck afirmou em entrevista na TV, no programa Irritando Fernanda Young, que já tinha ficado com sua futura mulher em 2000, durante uma matéria para o Caldeirão do Huck em Fernando de Noronha.[24] O apresentador afirma que na época tentou marcar algo com Angélica depois que voltaram de viagem e que a apresentadora marcou com ele e não apareceu, então, Luciano Huck mandou um cano com um laço para Angélica e um bilhete que dizia: "Você deu o maior cano da minha vida".[25] Os apresentadores voltaram a ter um romance depois de 3 anos. Atualmente, o casal reside no bairro nobre Joá, considerado a Beverly Hills do Rio de Janeiro.[26][27][28][29] Juntos, são considerados um dos casais de celebridades brasileiro mais bem sucedidos, influentes e famosos dos últimos tempos.[30][31]
Todos os seus três filhos nasceram por intervenção cesariana. O primeiro, Joaquim, nasceu em 8 de março de 2005 no Hospital Albert Einstein, na cidade de São Paulo.[32] O segundo, Benício, nasceu em 3 de novembro de 2007, na Casa de Saúde São José, na cidade do Rio de Janeiro.[33] Segundo a artista, essa gravidez foi planejada, diferente da anterior. A primeira menina, Eva, nasceu na Maternidade Perinatal também no Rio de Janeiro, em 25 de setembro de 2012.[34][35]
Em maio de 2015, Angélica sofreu um acidente de avião no Mato Grosso do Sul com seu marido, e seus 3 filhos e 2 babás depois de ter gravado o especial do seu programa Estrelas, no Pantanal. Apesar de alguns leves ferimentos o acidente que teve a atenção da mídia nacional, todos ficaram bem.[36] Em 2016, ela revelou em entrevista para a revista Trip que busca curar o trauma do acidente com a família através da prática de meditação.[37] Após investigações, constatou-se que o capacitor da aeronave estava invertido, o que propulsou o incidente.[38][39]
Carreira
1987–93: Início na Rede Manchete
Começou em 1987 como apresentadora de TV, descoberta pelo diretor Maurício Sherman nos corredores da Rede Manchete. Segundo o diretor, ele viu na jovem menina um grande potencial artístico. Iniciou no programa infantil Nave da Fantasia no dia 6 de abril de 1987, substituindo Simony que migrava para o SBT, e no juvenil Shock.[40] Porém, o sucesso maior veio quando substituiu a apresentadora Xuxa no comando do Clube da Criança a partir do dia 12 de outubro de 1987. Inicialmente Angélica tinha a companhia de Ferrugem na apresentação do infantil, mas logo o ator deixou o programa e Angélica passou a apresentar sozinha, alcançando grande prestígio na imprensa não apenas pela sua maneira de conduzir o Clube, com os bordões "Um Beijãozão" e "Bye que Bye Bye Bye", mas principalmente por sua beleza e charme.[41] O programa tinha brincadeiras, desenhos animados e atrações musicais, e ia ao ar nas tardes de segunda à sexta das 16h às 19h, registrando bons índices de audiência para o canal e transformando a apresentadora num dos ícones infantis da televisão brasileira nas décadas de 80 e 90 além dos desenhos animados, o programa foi o portão de desembarque para a febre Tokusatsu no Brasil, como Jaspion, Changeman, Flashman, e outros, e contava com várias assistentes de palco primeiramente intituladas de "Clubetes", tendo a atriz Camila Pitanga e posteriormente as Angelicats, entre elas as atrizes Giovanna Antonelli, Juliana Silveira, Amanda Pinheiro e Geovanna Tominaga.[42] Logo a apresentadora vira marca de bonecas, cosméticos e personagem de revista em quadrinhos lançado pela Bloch Editores.[43][44]
A partir de 6 de agosto de 1988 paralelamente ao Clube da Criança, Angélica também passou a apresentar nas tardes de sábado da Rede Manchete o programa de atrações musicais Milk Shake,[45][46] o programa era feito de "uma porção de som, pitadas de humor e algumas doses de entrevistas". Milk Shake era exibido às 16h. O horário estava "órfão" do Cassino do Chacrinha, da Globo, devido à morte do apresentador Abelardo Barbosa em 30 de junho. A emissora não escondeu a intenção de angariar a audiência que a concorrente havia perdido com a morte do "Velho Guerreiro". De fato, o Milk Shake com Angélica conseguiu avançar na guerra dos números se tornando um sucesso de audiência. O cenário era composto por carros e motocicletas da década de 1960 que dividiam espaço com letreiros em neon. Com o sucesso na TV Angélica acaba sendo contratada pela gravadora CBS Records no mesmo ano de 1988 lança seu primeiro álbum de estúdio, que lhe rendeu o hit "Vou de Táxi" música que atinge as paradas de sucesso da época. Nos anos seguintes Angélica voltaria a lançar outros discos que acabavam tendo uma forte divulgação tanto no Clube da Criança quanto no Milk Shake. A seleção de convidados musicais do Milk Shake ia do samba ao rock, passando pela música sertaneja. Com apenas 14 anos de idade Angélica recebia RPM, Dominó, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, Fábio Junior, Pepeu Gomes, Rosanah entre muitos outros. Além dos números musicais, havia também espaço para a dramaturgia. Angélica treinava seu lado atriz em esquetes relacionadas ao tema de cada episódio, toda semana com uma proposta diferente. Para a própria Angélica, o Milk Shake representou um grande passo para a sua carreira e uma grande contribuição para a revelação de seu talento não apenas diante das crianças, como também do público jovem.[47]
Ainda na Rede Manchete, protagonizou em 1991 a minissérie O Guarani, no papel de Cecília de Mariz.[48] A apresentadora permaneceu na Rede Manchete por 6 anos, de 1987 até 1993, sendo esse considerado um período de muito sucesso. Em dezembro de 1992, a Rede Manchete foi vendida para o grupo IBF. A emissora renovou o contrato com Angélica em janeiro de 1993, que foi rescindido em 22 de março. Os projetos da apresentadora no canal foram suspensos em razão de sua ida para o SBT: tanto o Milk Shake quanto o Clube da Criança seriam extintos se ela tivesse permanecido. O primeiro, substituído por um dominical, Angélica Total; o segundo, pelo TV Angélica. Como o nome já diz, o ‘TV’ pretendia brincar com as atrações televisivas. E seria dirigido por Jorge Queiroz, recém-saído do também extinto Xou da Xuxa (1986-1992), o programa contaria com sátiras dos apresentadores Clodovil e Otávio Mesquita, Jussara Freire e da jornalista Leila Richers.[47]
Em outubro de 1988, Silvio Santos já havia oferecido um contrato em branco para Angélica ir para o SBT. Ela recusou, permanecendo na Manchete, e cujo contrato foi renovado até junho de 1990, com um bom reajuste de salário. Angélica já era uma estrela na Manchete e, segundo seu empresário, não seria um bom negócio ir para o SBT, que já tinha Mara Maravilha como estrela. Em meio a uma grave crise na emissora em 1992, ela decidiu deixar a Manchete e ir para o SBT, para comandar Casa da Angélica, TV Animal e Passa ou Repassa. Nessa época, a apresentadora também estava em negociações com a TV Globo, que pretendia mantê-la em um musical e aproveitá-la em novelas. Mas, com vários contratos publicitários direcionados ao público infantil, ela preferiu aceitar a oferta do SBT.[49][47] No dia que assinou o contrato com o SBT, recebeu uma correspondência de Adolpho Bloch (dono da Rede Manchete) dizendo que ela não deixasse a emissora, porque ele havia reassumido o controle da empresa, mas, a essa altura Angélica já havia assinado contrato com a emissora de Silvio.[carece de fontes]
1993–96: SBT
O ingresso de Angélica no SBT se deu em abril de 1993, em 9 de agosto a apresentadora estreia na emissora com o Casa da Angélica, o programa começou marcando 8 pontos, índice já alto na época, e subindo para 12.[50] O programa era levado ao ar à tarde a partir das 15h e tinha desenhos animados, musicais, brincadeiras com a plateia e quadros de humor, dos quais Angélica participava com vários personagens: "Anjôlica", onde ela imitava Jô Soares; "Angélia", imitação da culinarista Ofélia Anunciato; "Angelicastrid", imitação de Astrid Fontenelle, na época apresentadora/VJ da MTV Brasil; o "Taxista Bernadão", que recebia diversas celebridades em seu táxi; sua prima malvada "Cycy", que tinha um problema de dicção e que fazia diversas maldades com Angélica por ter inveja da prima; também interpretava outros personagens que, porém, eram menos frequentes no programa. Ainda satirizava trechos de novelas mexicanas da emissora com exagero nas emoções e figurinos, como a malvada Catarina Cruel, do sucesso Ambição e possuía matérias de interesse infantil, com o repórter Otaviano Costa.[51]
Alguns anos depois em abril de 1995,[52] Angélica passou a substituir Gugu nos programas Passa ou Repassa e TV Animal que passam a ser exibidos diariamente. Não demorou muito para se firmar, ainda mais, como ídolo das crianças e adolescentes e se tornar a menina dos olhos de Silvio Santos. Pesquisa da época revelavam esta ser a apresentadora feminina com mais espaço na TV, onde comandava três programas Casa da Angélica que nesse período foi transferido para às 7h da manhã, já a sequência vespertina TV Animal e Passa ou Repassa batia a Sessão da Tarde em audiência, com isso, recebe novamente a atenção dos diretores da TV Globo dessa vez com a promessa de ocupar diariamente as manhãs do canal, a apresentadora acaba aceitando o convite e deixa o SBT em 11 de maio de 1996, frustrando os planos de Silvio Santos que havia cobrido a proposta da concorrente e pretendia lançar a apresentadora em um programa dominical.[53][54] A certeza de que permaneceria muito tempo no SBT levou Angélica a adquirir cinco grandes lotes de terreno no valorizado condomínio de Aldeia da Serra, em São Paulo, mesmo local onde morou Gugu Liberato. Mas orientada por assessores financeiros, pela família e principalmente pelo eterno noivo, o apresentador César Filho, Angélica finalmente disse sim à maior rede de televisão do País.
1996–01: TV Globo, público infantil
Quando assinou o vantajoso contrato com a TV Globo em 1º de maio de 1996, Angélica encerrou um namoro antigo, iniciado em 1988, quando Daniel Filho a convidou para integrar o elenco da novela Top Model. As outras propostas que não incluíam o horário infantil ocorreram em 1990 e 1993. Não deram certo porque a Globo tinha Xuxa no auge e não interessava uma superposição de loiras em sua programação diária. Angélica não aceitou porque não queria fazer novelas e ficar distante das crianças, seu público alvo que representa um alto negócio em rendimentos com o licenciamento de centenas de produtos que iam de balas dietéticas a bonecas que cantam.[55] No SBT, a apresentadora licenciou cem produtos. A projeção de seu contrato como apresentadora da Globo fez o número crescer para 330,[55][56] incluindo cosméticos e brinquedos.[57]
No dia 16 de setembro de 1996 Angélica estreia na TV Globo com o programa infanto-juvenil Angel Mix e a novelinha infanto-juvenil Caça Talentos. O programa inicialmente teve apenas uma hora de duração e era exibido após a TV Colosso, às 11h.[55] A partir de janeiro de 1997, com o sucesso de audiência, Angélica ocupou toda a manhã da TV Globo com o programa Angel Mix, entrando no ar das 8h30 às 11h30. No início, o programa era composto por brincadeiras e gincanas entre as equipes Azul e Laranja, números musicais, artistas convidados e exibição de desenhos animados, cerca de 500 crianças participavam do auditório onde ficavam acomodadas em um cenário que tinha uma arquibancada e duas passarelas de dois andares, montadas no Teatro Fênix, no Rio de Janeiro, onde o programa era gravado – antes de as gravações serem transferidas para o Projac.[58] Angélica contava com auxilio das quatro "Angels" (nome antigo era Angelicats) — Micheli Machado, Juliana Silveira, Geovanna Tominaga e Mirella Tronkos — e mais dois "Angélicos" — Caio César Bonafé e Daniel Florenzano.[59] A partir das 11h30, entrava no ar a novelinha infantil, Caça Talentos, no qual Angélica interpretava a protagonista fada Bela, uma órfã de origem humana que devia decidir entre viver na realidade ou no mundo da fantasia. A qual dobrou a média de audiência da emissora no horário.[60] As músicas que embalavam a trama "Fada Bela" "Dança da Fadinha" e "Amor de Fada" fizeram grande sucesso. Caça Talentos ficou no ar por três temporadas, completando mais de 500 capítulos inéditos exibidos. Em dezembro de 1996, a novelinha ganhou um especial de fim de ano no horário nobre com uma hora e meia de duração, que foi o segundo especial de maior audiência naquele ano.[61][62] Em março de 1998, Angel Mix foi reformulado e passou a ter a praia como tema central em seu cenário, nas datas festivas, o ambiente era transformado, ganhando o clima da comemoração em questão, como a Copa do Mundo, as Festas Juninas ou a chegada da Primavera. Com a expansão do programa nas manhãs da emissora integraram outros quadros como o da sereia Serena e o do polvo Zé Polvolho (já tinha sido feito por Angélica no Clube da Criança da TV Manchete); além de matérias externas onde a apresentadora brincava, conversava, praticava esportes e se divertia com várias crianças tinha espaço também para musicais convidados e entrevistas com celebridades no palco do programa.
Em outubro de 1999 entra no ar no programa a segunda novelinha, Flora Encantada, com uma temática ecológica e educativa onde Angélica interpretava a personagem Flora e que revelou o ator Leonardo Miggiorin. A série utilizava fantoches para contracenar com os atores.[63] Em 30 de junho de 2000 após muitas reformulações o programa Angel Mix deixou de ir ao ar nas manhãs da Globo, dando lugar ao Férias Animadas que trazia Angélica na apresentação de novos desenhos, entre eles o anime Digimon, sucesso ainda inédito no Brasil, e em 9 de outubro estreia como protagonista de Bambuluá, novelinha infantil que era exibida de segunda a sexta às 09h30. Angélica, dividia a cena com as crianças que interpretavam os heróis Cavaleiros do Futuro, combatendo o Senhor "Dumal" e seus comparsas. Angélica também era âncora da extinta TV Globinho que nesta atração virou um quadro do programa com esquetes e desenhos.[64] Em 2001 integrou o elenco da telenovela Um Anjo Caiu do Céu como a arcanja Angelina, um dos papéis centrais da trama. No mesmo ano, insatisfeita em ser apenas atriz, e com o fim de Bambuluá em 21 de dezembro, Angélica decide dedicar-se ao público jovem e adulto e não mais ao público infantil na televisão.[65]
2001–21: TV Globo, público adulto e amadurecimento
No fim de 2001, decidida a retomar a carreira de apresentadora, apresentou para a emissora o projeto de um game show voltado ao público jovem, o qual faria a passagem dela do público infantil.[66][67] Em 10 de dezembro daquele ano passa a comandar o game show Video Game, um programa de jogos envolvendo artistas e seus conhecimentos sobre a programação da TV Globo exibido após o Vídeo Show como uma extensão deste. Para a apresentadora o simples quadro era a chance de mostrar seu potencial diante do público de uma outra faixa etária, seu desempenho na atração acaba lhe rendendo prêmios e elogios por parte da imprensa.[68][69] Em abril de 2002 passou a comandar também o talent show Fama, programa voltado à descobrir novos talentos musicais no qual ficou por quatro temporadas, até o final de 2005, também participou em alguns capítulos do Sítio do Picapau Amarelo, disfarçada de cuca no episódio "A pedra mágica de Tupã".[70] A partir de abril de 2003, Angélica e André Marques passam a apresentar juntos a edição especial de sábado do extinto Vídeo Show, que exibia os melhores momentos do programa, nessa fase os apresentadores começaram a fazer sátiras de outros apresentadores, e reproduzir cenas e aberturas das novelas da emissora em esquetes de forma bem-humorada.[71]
Em 8 de abril de 2006, Angélica passa a substituir o Vídeo Show nas tardes de sábado com seu próprio programa, Estrelas, no qual entrevistava artistas da televisão e também nomes da música, esporte e culinária em locais que faziam parte do dia a dia ou da história da personalidade. A apresentadora visitava a casa dos convidados, acompanhava em passeios ou em atividades que fazia parte de sua rotina.[72] Nas férias de janeiro e julho, o Estrelas exibia suas temporadas de verão e inverno, viagens nacionais e internacionais eram comuns nessa época. A atração contava com diversos quadros, mas apenas o Sabores era fixo. Nele o convidado preparava algum prato especial enquanto conversava com a apresentadora. No final de 2011, o quadro Video Game deixou a programação após dez anos no ar, Angélica dedicou-se apenas ao comando do Estrelas.[73]
No ano de 2008, foi convidada por Miguel Falabella para protagonizar a novela Negócio da China, visando reabilitar sua carreira de atriz na televisão, a qual não tinha dado continuidade desde a novela Um Anjo Caiu do Céu; no entanto, recusou, uma vez que ainda estava de licença-maternidade e não queria abandonar a carreira de apresentadora. A personagem Lívia ficou, portanto, com a atriz Grazi Massafera.[74][75] Em 2010, é convidada pelo diretor Daniel Filho para protagonizar um dos episódios da série As Cariocas no episódio "A Traída da Barra" exibido em 21 de dezembro.[76] Ainda em 2010, recebe, através da revista Istoé Gente o prêmio "Personalidade do Ano na Televisão" e a série Caça Talentos passa a ser reprisada pelo Canal Viva, permanecendo na programação até 2014.[77][78]
Em abril de 2017, o seu programa Estrelas passa por uma grande reformulação mudando sua estrutura passou a ser exibido em duas temporadas: a primeira, Estrelas Solidárias, estreou em 8 de abril de 2017 nos 11 anos do programa e terminou em 18 de agosto.[79] Em 26 de agosto de 2017 a segunda fase passa a se chamar Estrelas do Brasil.[80] Entre 6 e 24 de novembro de 2017 o quadro Vídeo Game do Vídeo Show volta ao ar com Angélica, seis anos depois de seu fim em uma temporada especial de três semanas, numa tentativa de reverter a baixa audiência do programa Vídeo Show.[81][82] Em 2018 a Globo encerrou a produção do programa Estrelas, depois de doze anos no ar. O último episódio foi exibido em 28 de abril. A partir de então, Angélica passou a dedicar-se mais à família, o que segundo ela, nunca conseguiu fazer plenamente.
Em outubro de 2020, estrearia seu novo trabalho, o programa de variedades Simples Assim.[83]
Em 2019 é convidada a atuar numa participação em um dos episódios de Detetives do Prédio Azul seriado infantil do canal Gloob, foi convidada também pelo autor Walcyr Carrasco para uma participação de destaque na novela das 21h, A Dona Do Pedaço, como ela mesma apresentando o fictício reality culinário Best Cake[84] dentro da novela.
Em maio de 2020, no Dia das Mães, protagonizou o especial Cartas para Eva, no canal GNT, em que a apresentadora bateu um papo com a cantora Ivete Sangalo e com a empresária Luiza Helena Trajano e recitou cartas que escreveu para sua filha com Luciano Huck.[85]
Em 10 de outubro de 2020, após mais de dois anos fora da programação da Globo, Angélica voltou ao ar com um novo programa, o Simples Assim, que foi exibido por pouco mais de dois meses, sendo encerrado em 26 de dezembro. A estreia, prevista para abril, foi adiada devido à pandemia da COVID-19. O conceito era a "busca pela felicidade", abordando assuntos sobre fé, diversidade, vaidade, amor, dinheiro e família.[83]
Em 6 de janeiro de 2021, na plataforma Globoplay, Angélica retornou com o Cartas para Eva, que de especial no canal GNT virou um programa, que fala sobre a realidade das brasileiras e conta com participações especiais de Xuxa, Claudia Raia, Renata Vasconcellos e outras mulheres de destaque em vários segmentos da sociedade. Por meio de cartas para sua filha Eva, Angélica pontua aprendizados, dores, dúvidas e sentimentos sobre os desafios que as mulheres enfrentam e os caminhos para superá-los.[86] Em junho do mesmo ano, Angélica assinou contrato com a HBO Max.[87] encerrando seu vinculo com a TV Globo. Atualmente, sua carreira é agenciada pela agência Play9.[88]
Outras atividades
Cinema
No cinema, estreou em 1988 no filme Heróis Trapalhões, Uma Aventura na Selva. No filme, ela interpreta (ela mesma), que acaba sendo sequestrada por um fanático, mais de 3.639.000 foram aos cinemas.[89] No ano seguinte participou de Os Trapalhões na Terra dos Monstros, que teve mais de 3 500 000, interpretando uma jovem cantora que ganha um concurso de talentos.[89] Em 1990, atuou em outra obra como a protagonista Tamí junto com Supla e também com a trupe de Renato Aragão, no filme Uma Escola Atrapalhada, que teve mais de 2 571 000 espectadores, um de seus filmes de maior destaque.[90] No ano de 1998, volta ao cinema a convite de Renato Aragão para uma pequena participação interpretando ela mesma em Simão, o Fantasma Trapalhão.[89][91] Ainda em 1998, Angélica produziu e protagonizou o filme Zoando na TV, uma comédia romântica onde a apresentadora interpreta o personagem Angel, uma jovem sonhadora apaixonada pelo personagem de Márcio Garcia, que sonhava entrar para a TV.[92][93]
Em 2001, interpretou a fada Melissa no filme Xuxa e os Duendes, encerrando de vez os boatos de rivalidade com a apresentadora Xuxa.[94][95] No ano de 2004, Angélica atuou como a personagem principal Andréa no filme Um Show de Verão, fazendo par romântico com seu futuro marido, Luciano Huck.[96][97] Em 2009, foi convidada novamente por Xuxa para interpretar Rapunzel no filme Xuxa e o Mistério de Feiurinha.[98][99] Em 2020, Angélica volta aos cinemas numa participação no filme De Perto, Ela Não é Normal, da atriz Suzana Pires, interpretando Rebeca.[100][101]
Música
Na carreira musical, Angélica mesclou os segmentos infantil e pop romântico. Seus discos (sobretudo os do início da carreira) foram divulgados em programas de várias emissoras como TV Globo, SBT, Rede Record, CNT/Gazeta e na Rede Manchete. No total, foram treze álbuns de inéditas, lançados entre 1988 e 2001, sete coletâneas e uma trilha sonora. "Vou de Táxi" é o primeiro single lançado por Angélica, resultado de seu primeiro trabalho musical, o álbum homônimo Angélica.[102] Com influência infantil e pop, foi produzido por Marco Mazzola e é recorde em vendagens em sua carreira de cantora.[103] Lançando em 1988, vendeu mais de um milhão cópias, rendendo a Angélica, já em sua estreia, certificação de disco de platina. A música foi uma das 10 mais tocadas no ano de 1988, sendo a responsável, portanto, por alavancar a carreira da apresentadora, tornando-a um dos maiores nomes no cenário musical pop brasileiro da época. No início da década de 90, tornou-se a artista feminina com o maior número de shows realizados pelo Brasil e com recordes de público. Foi a primeira artista nacional a inaugurar seus shows com microfone livre.[104]
Apesar de não serem tão expressivos quanto o primeiro single, Angélica teve outras canções de destaque ao longo da carreira. Em 1991, lançou seu quarto disco homônimo, Angélica, por intermédio da Sony, e fez grande sucesso com a música "Amor Amor" e "Algodão Doce e Guaraná". No ano de 1992, os singles "Quis Fazer Você Feliz", com a participação do grupo Roupa Nova, e o hit "Blue Jeans", do seu quinto álbum, garantem respectivos sucessos. Em 1993, após migrar para o SBT, a cantora lança Meu Jeito de Ser, rendendo o sucesso "Flecha de Amor", composta por Evandro Mesquita e Vinicius Cantuária. Houve um clipe exibido na MTV à época, o qual figurou no top 10 da emissora. No ano de 1999, a música "Vou de Táxi" foi relançada com uma nova roupagem para o álbum Angel Hits & Amigos, com a participação da dupla Claudinho & Buchecha. O álbum também rendeu o sucesso do single "Meu Herói", com a participação do amigo Rodrigo Faro.[105]
No ano de 2001, a apresentadora decidiu lançar seu décimo terceiro e último trabalho musical, Angélica, por intermédio da Universal Music. O álbum traz um amadurecimento na voz e na imagem de Angélica; diferente dos outros, esse disco não foi pensando para apresentações em seus programas. Contendo doze faixas, houve destaque para o single "Se A Gente Se Entender", uma versão da canção "Linger" banda The Cranberries.[106][107] Em 2015, após anos afastada da música, aceita o convite do grupo Roupa Nova para participar do projeto Todo Amor do Mundo, na faixa "Você, o Surf e Eu".[2]
Filmografia
Televisão
Ano | Título | Função | Nota |
---|---|---|---|
1982 | Avenida Paulista | Anamaria (jovem) | Episódio: "10 de maio" |
1987 | Nave da Fantasia | Apresentadora | |
1987–93 | Clube da Criança | ||
1988–93 | Milk Shake | ||
1991 | O Guarani | Cecília | |
1993–96 | Casa da Angélica | Apresentadora | |
1995–96 | Passa ou Repassa | ||
TV Animal | |||
1996–98 | Caça Talentos | Fada Bela | |
1996–00 | Angel Mix | Apresentadora | |
1998 | Leitura nas Férias | ||
Asas Pra Que Te Quero | Angel | ||
1999–00 | Flora Encantada | Flora | |
2000–01 | Bambuluá | Angélica | |
2000 | Férias Animadas | Apresentadora | |
Angélica na Estrada | Especial de fim de ano | ||
2001 | Um Anjo Caiu do Céu | Angelina | |
2001–11;17 | Video Game | Apresentadora | |
2002–05 | Fama | ||
2002 | Sítio do Pica Pau Amarelo | Cuca/Angélica | Episódio: "A Pedra Mágica de Tupã" |
2003–08 | Vídeo Show Retrô | Apresentadora | |
2006–18 | Estrelas | ||
2010 | As Cariocas | Maria Teresa | Episódio: "A Traída da Barra" |
2019 | Detetives do Prédio Azul | Rexy Rowlands | Episódio: "Rexy, a Ex" |
A Dona do Pedaço | Ela mesma | Episódios: "8–29 de outubro" | |
2020 | Cartas Para Eva | Apresentadora | |
2020 | Simples Assim | ||
2021–presente | Jornada Astral[108] |
Cinema
Ano | Título | Personagem | Notas e referências |
---|---|---|---|
1988 | Os Heróis Trapalhões - Uma Aventura na Selva | Angélica | |
1989 | Os Trapalhões na Terra dos Monstros | ||
Pumuckl II | Fleur (voz) | Dublagem | |
1992 | Angélica e o Mágico de Oz | Ela mesma / Narradora | |
1990 | Uma Escola Atrapalhada | Tami Azeredo de Castro | |
1994 | Astros do Desenho Animado contra as Drogas | Corey (voz) | Dublagem |
1998 | A Princesa Encantada 2: O Segredo do Castelo | Odete (voz) | |
Simão, o Fantasma Trapalhão | Ela mesma / Simão disfarçado | ||
1999 | Zoando na TV | Angel | |
2001 | Xuxa e os Duendes | Fada Melissa | |
2004 | Um Show de Verão | Andréa Avelar | |
2009 | Xuxa e o Mistério de Feiurinha | Rapunzel | |
2020 | De Perto Ela Não É Normal | Rebeca | [109][110] |
Vídeos
Ano | Título |
---|---|
1996 | Fique em Forma com Angélica |
Faça Step com Angélica |
Discografia
Prêmios e indicações
Prêmio | Ano | Categoria | Indicação | Resultado |
---|---|---|---|---|
Troféu Imprensa | 1988 | Revelação do Ano | Cantora | Indicada |
1992 | Melhor Programa Infantil | Clube da Criança | Venceu | |
2005 | Melhor Apresentadora ou Animadora | Vídeo Game | Indicada | |
2007 | Melhor Apresentadora ou Animadora | Vídeo Game | Indicada | |
2008 | Melhor Apresentadora ou Animadora | Vídeo Game | Indicada | |
Melhor Programa de Entrevistas | Estrelas | Indicada | ||
2009 | Melhor Apresentadora ou Animadora | Vídeo Game | Venceu | |
2010 | Melhor Apresentadora ou Animadora | Vídeo Game | Indicada | |
2011 | Melhor Apresentadora ou Animadora | Vídeo Game | Indicada | |
Prêmio Extra de Televisão | 2004 | Melhor Programa de Auditório | Vídeo Game | Indicada |
2005 | Melhor Programa de Auditório | Vídeo Game | Indicada | |
Troféu ISTOÉ Gente | 2010 | Personalidade do Ano | Televisão | Venceu |
Notas e referências
Notas
- ↑ A carreira musical foi encerrada em 2001, quando lançou seu último álbum. Em 2015, participou em uma faixa do álbum comemorativo Todo Amor do Mundo, do grupo Roupa Nova.[2]
Referências
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- ↑ [1]
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