Péricles (c. 495/492-429 a.C.) nasceu no seio de uma família rica, da alta sociedade. Participou na vida política de Atenas como estratega e entre 460-429 a.C. como strategos autokrator, isto é, o general eleito anualmente pelo povo, por unanimidade que, juntamente com nove eleitos, governava a cidade. Era um homem honesto, competente na gestão dos bens públicos e segundo Tucídides, um defensor do diálogo e não um incentivador á violência. Dominou Atenas pela inteligência, pela palavra e pela brilhante actuação (embora tivesse sido alvo de grandes críticas). Apelando e lutando pela rectidão, pela justiça, pelo diálogo, pela liberdade e pela verdade, Péricles contrastava com uma sociedade que se começou a revelar quezilenta, invejosa e individualista. Proporcionou a Atenas o seu apogeu económico, cultural e artístico, correspondendo a uma época que com ele desapareceu, pois mais nenhum dos políticos que se seguiram conseguiu fazer algo parecido pela cidade. Durante o seu governo, os seus objectivos foram aumentar a representação do povo na governação e consolidar a democracia. Preocupou-se ainda em impor e vigiar a correcta e efectiva as leis democráticas, já decretadas. Péricles consolidou o regime de democracia directa, plebiscitária, onde o governo está submetido ao princípio da soberania popular e á vontade da maioria - "Um governo para o povo e pelo povo". A reconstrução da sua cidade, feita com perfeição técnica e domínio estético num curto espaço de tempo, foi também outra das suas armas políticas. Foi ele quem instituiu o misthos ou mistoforia, um subsídio diário diversificado, que mudava conforme as funções e era atribuído a todos que servissem Atenas (visava ajudar os mais pobres para que pudessem participar na vida política). Em 431 a.C surgiu a guerra com Esparta e Péricles faleceu pouco tempo depois, vítima da peste que assolou a cidade durante a guerra.
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