Juan Velasco Alvarado (Piura, 16 de junho de 1909 — Lima, 24 de dezembro de 1977)
Juan Velasco Alvarado | |
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86.º Presidente do Peru | |
Período | 3 de outubro de 1968 a 30 de agosto de 1975 |
Antecessor(a) | Fernando Belaúnde Terry |
Sucessor(a) | Francisco Morales Bermúdez |
Dados pessoais | |
Nascimento | 16 de junho de 1909 Piura |
Morte | 24 de dezembro de 1977 Lima |
Juan Velasco Alvarado (Piura, 16 de junho de 1909 — Lima, 24 de dezembro de 1977) foi um militar, político e presidente do Peru de 3 de outubro de 1968 a 30 de agosto de 1975.
Infância e juventude
Nasceu em Piura, em 16 de junho de 1909 no seio de uma família pobre. Filho de Juan Francisco Velasco Gallo e de Clara Luz Alvarado, cursou os estudos escolares primários no Centro Escolar N° 21 e os secundários no Colégio San Miguel, ambos em sua cidade natal.
Em 1929, decide transferir-se para Lima, porém a passagem de Piura até Lima era quase inalcançável para um jovem de recursos escassos como Velasco. Por isso, para custear a viagem, consegue um emprego a bordo de um barco chileno, o que lhe permite alcançar seu objetivo. Já na capital peruana, se incorpora ao exército como um simples recruta, após muitos estudos e sacrifícios consegue uma vaga na Escola Militar de Chorrillos, berço de heróis e reservada para a elite peruana, o que é valioso para Velasco. Ingressa como alferes, realizando uma brilhante carreira militar que lhe permitiu ascender ao generalato, sendo este último seu trampolim para a política.
Foi casado com Consuelo Gonzáles Posada.
Carreira militar
Passou a estudar na Escola Superior de Guerra (1944), onde mais tarde foi professor de Infantaria, Tática e Estado Maior (1946). Com a graduação de tenente-coronel, dirigiu a Escola Militar (1952), para depois ocupar um cargo similar à frente da Escola de Infantaria, até chegar a chefe de Estado Maior da IV Divisão do Centro de Instrução Militar do Peru (1955-1958).
Promovido a general de brigada no Exército do Peru no governo de Manuel Prado Ugarteche em 1959, foi Agregado Militar na Embaixada do Peru em Paris, França (1962) e em 1965 já era general de divisão. Em janeiro de 1968, assumiu o Comando Geral do Exército e a presidência do Comando Conjunto das Forças Armadas do Peru, cargo criado no governo de Manuel Prado Ugarteche.
Presidência
Como Comandante Geral do Exército, liderou a Junta Militar que derrubou o presidente Fernando Belaúnde Terry em 3 de outubro de 1968, sob o pretexto de expropriar as companhias petroleiras estadunidenses que operavam no país.
Velasco constituiu um gabinete composto por ministros militares, e imediatamente nacionalizou o setor petroleiro. Depois de expropriar as companhias petroleiras estadunidenses que operavam no país, declarou o "Dia da Dignidade Nacional". Impôs restrições à liberdade de imprensa, lançou uma reforma agrária com o objetivo de eliminar as grandes propriedades sem nenhum outro programa de longo alcance, o que resultou em um fracasso total,[carece de fontes] tornando o país importador de alimentos típicos como a batata.[carece de fontes] Logo procurou nacionalizar os setores chave da economia levando ao colapso da produção industrial do país.[carece de fontes] Com o objetivo de mobilizar organizadamente a população, criou o Sistema Nacional de Mobilização Nacional (SINAMOS), o qual atuou como aparato de propaganda política e manipulação social.
Iniciou uma política errante sob o lema "nem com o capitalismo nem com o socialismo", embora em suas ações tenha se aliado com o bloco soviético, a ponto de se tornar um dos maiores compradores de armamento soviético do mundo, com a intenção de iniciar ações bélicas contra o Chile no centenário da Guerra do Pacífico.[carece de fontes]
Após a estatização da atividade pesqueira, é criado o Ministério da Pesca, o que cuilmina com o desaparecimento da anchoveta e o colapso da atividade pesqueira nacional. Diante dos graves problemas alimentares gerados pelo fracasso da reforma agrária, é criado o Ministério da Alimentação, que nos acontecimentos é o principal importador de alimentos para o país.
A despeito de suas reformas iniciais, após expropriar os jornais e canais de televisão peruanos em 1974, Velasco encontrou grande oposição por parte de diversos setores da população. Isto, somando-se a crise da pesca assim como a inflação e a greve da polícia deixou a popularidade de Velasco muito baixa.
Golpe de estado e morte
Em 29 de agosto de 1975, o general de divisão EP Francisco Morales Bermúdez, então presidente do Conselho de Ministros, liderou um golpe de estado desde a cidade de Tacna e derrubou Velasco em uma ação conhecida como "Tacnazo", alegando a má situação econômica e a deteriorada saúde de Velasco, de quem em 10 de março de 1973 foi amputada a perna direita, devido a uma gangrena decorrente de um aneurisma da aorta abdominal.
Em seus últimos anos, o General Velasco viveu uma espécie de reclusão voluntária. Não deixando herdeiros políticos, morreu no Hospital Militar de Lima, em 24 de dezembro de 1977. A seu enterro foram muitas pessoas e terminou convertido em uma forma de protesto contra o governo a serviço. Seus restos estão guardados no Cemitério El Ángel em Lima.
Referências
- Cotler, Julio, Perú: Estado oligárquico y reformismo militar en América Latina, en Historia de medio siglo, volume 1 América del Sur, Cidade do México, Siglo veintiuno, 1982.
- Cotler, Julio. De Velasco a Belaúnde: el problema de la construcción nacional y la democracia en Perú, en El Estado en América Latina, teoría y práctica. 1998. Ed. Siglo Veintiuno. Cidade do México.
- Martín Sánchez, Juan. 2002. La revolución peruana: ideología y práctica política de un gobierno militar 1968 – 1975. Espanha. Editorial Universidade de Sevilla.
- Monteforte, Mario. 1973. La solución militar a la peruana 1968 – 1970. México. Editorial Universidade Nacional Autônoma de México.
- Pease, Franklin. 1995. Breve historia contemporánea del Perú. México. Fundo de Cultura Econômica.
Ligações externas
- (em castelhano) Juan Velasco Alvarado: El general que cambió al país
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