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terça-feira, 12 de junho de 2018

Tomás Antônio Gonzaga


TOMAS ANTONIO GONZAFA 1Nascido em Miragaia, freguesia da cidade do Porto, em Portugal (11.08.1744), e morto em Moçambique, África (1810), Tomás Antônio Gonzaga era filho de mãe portuguesa e pai brasileiro. Órfão de mãe no primeiro ano de vida, veio com o pai para Pernambuco, no Brasil quando tinha oito anos de idade, mudando-se depois para a Bahia. Lá estudou no Colégio dos Jesuítas, retornando em 1761 ao seu país de nascença a fim de estudar Direito na Universidade de Coimbra.
Formando-se em 1768, assumiu o cargo de juiz-de-fora na cidade portuguesa de Beja, retornando ao Brasil em 1782,  para assumir as funções de Ouvidor e Procurador de Defuntos e Ausentes na comarca de Vila Rica, atual Ouro Preto, em Minas Gerais. Foi nessa época que ele conheceu Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão, então com dezesseis anos, a pastora Marília em uma das possíveis interpretações de seus poemas, que teria sido imortalizada em sua obra lírica Marília de Dirceu.
Durante sua permanência em Minas Gerais escreveu Cartas Chilenaspoema satírico em forma de epístolas, uma violenta crítica ao governo colonial. Promovido em 1786 a desembargador da Relação da Bahia, resolve, dois anos depois, pedir Maria Dorotéia em casamento, que foi marcado para o final do mês de maio de 1789. Como era pobre e bem mais velho que ela, sofreu oposição da família da noiva, mas antes de assumir o novo posto foi denunciado por Joaquim Silvério dos Reis como um dos integrantes da Inconfidência Mineira.
Embora tenha negado veementemente sua participação no movimento pela independência, essa cumplicidade foi confirmada pelos demais acusados, entre eles o próprio Tiradentes. Tendo sido apontado como chefe da conjuração, foi por isso condenado ao degredo, sendo levado, então, para a ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, e de lá desterrado para Moçambique, na África, em maio de 1792.
Alguns registros antigos asseveram que Tomás Antônio Gonzaga morreu demente e na miséria, mas pesquisas realizadas posteriormente chegaram à conclusão de que ele exerceu com sucesso, naquela então possessão portuguesa, sua profissão de advogado, chegando inclusive a exercer por lá o cargo de juiz da alfândega. O seu poema Marília de Dirceu foi publicado em Lisboa, em 1792, consagrando o autor como um dos maiores poetas da língua portuguesa.
TOMAS ANTONIO GONZAGA 3Marília de Dirceu é o título da obra poética máxima de Tomás Antônio Gonzaga Tão grande importância encontram estes versos na literatura brasileira, que a cidade de Marília foi batizada em sua homenagem. Em 1962 os Correios do Brasil lançaram uma série de selos postais homenageando mulheres ilustres brasileiras. Apesar de ser uma personagem, Marília de Dirceu foi homenageada, com um rosto desenhado na estampa, sem que se saiba sob qual fundamento teria sido elaborado.
Os versos iniciais do poema são os seguintes:
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, ; que viva de guardar alheio gado, / de tosco trato, de expressões grosseiro, / dos frios gelos e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto; / dá-me vinho, legume, fruta, azeite; / das brancas ovelhinhas tiro o leite / e mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela, / graças à minha estrela! / Mas tendo tantos dotes da ventura, / Só apreço lhes dou, gentil pastora,  / Depois que o teu afeto me segura.
Que queres do que tenho ser senhora. / É bom, minha Marília, é bom ser dono / De um rebanho, que cubra monte e prado; / Porém, gentil pastora, o teu agrado / Vale mais que um rebanho e mais que um trono.
Graças, Marília bela, / Graças à minha estrela

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Tomás Antônio Gonzaga


http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/03/Tom%C3%A1s_Ant%C3%B4nio_Gonzaga.JPG/200px-Tom%C3%A1s_Ant%C3%B4nio_Gonzaga.JPG
Nascimento11 de agosto de 1744
MiragaiaPorto
Flag Portugal (1707).svgPortugal
Morte1810 (66 anos)
Ilha de Moçambique
Moçambique
OcupaçãoJuristapoetaativista políticoluso-brasileiro e inconfidente mineiro.
Escola/tradiçãoArcadismo/Neoclassicismo
Tomás António Gonzaga (MiragaiaPorto11 de agosto de 1744 — Ilha de Moçambique1810), cujo nome arcádico é Dirceu, foi um juristapoeta e ativista político luso-brasileiro. Considerado o mais proeminente dos poetas árcades, é ainda hoje estudado em escolas e universidades por seu "Marília de Dirceu" (versos notadamente árcades feitos para sua amada).
Biografia 
Ele nasceu em Miragaiafreguesia da cidade portuguesa do Porto, em prédio hoje devidamente assinalado. Era filho de mãe portuguesa (de ascendência inglesa, Tomásia Isabel Clarque) e pai nordestino(João Bernardo Gonzaga). Órfão de mãe no primeiro ano de vida, mudou-se com o pai, magistradobrasileiro para Pernambuco em 1751 depois para a Bahia, onde estudou no Colégio dos Jesuítas. Em 1761, voltou a Portugal para cursar Direito na Universidade de Coimbra, tornando-se bacharel em Leis em 1768. Com intenção de lecionar naquela universidade, escreveu a tese Tratado de Direito Natural, no qual enfocava o tema sob o ponto de vista tomista, mas depois trocou as pretensões ao magistério superior pela magistratura. Exerceu o cargo de juiz de fora na cidade de Beja, em Portugal. Quando voltou ao Brasil, em 1782, foi nomeado Ouvidor dos Defuntos e Ausentes da comarca de Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto, então conheceu a adolescente de apenas dezesseis anos Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão, a pastora Marília em uma das possíveis interpretações de seus poemas, que teria sido imortalizada em sua obra lírica (Marília de Dirceu) - apesar de ser muito discutível essa versão, tendo em vista as regras retórico-poéticas que prevaleciam no século XVIII, época em que os poemas foram escritos.
Durante sua permanência em Minas Gerais, escreve Cartas Chilenaspoema satírico em forma de epístolas, uma violenta crítica ao governo colonial. Promovido a desembargador da relação da Bahia em 1786, resolve pedir em casamento Maria Doroteia dois anos depois. O casamento é marcado para o final do mês de maio de 1789. Como era pobre e bem mais velho que ela, sofreu oposição da família da noiva.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d8/Tomas_A_Gonzaga.jpg/220px-Tomas_A_Gonzaga.jpg
Retrato do poeta luso-brasileiro Tomás António Gonzaga - feito com base em gravura do século XIX.
Por seu papel na Inconfidência Mineira ou Conjuração Mineira (primeira grande revolta pró-independência do Brasil), trabalhando junto de outros personagens dessa revolta como: Cláudio Manuel da CostaSilva Alvarenga e Alvarenga Peixoto, é acusado de conspiração e preso em 1789, cumprindo sua pena de três anos na Fortaleza da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, tendo seus bens confiscados. Foi, portanto, separado de sua amada, Maria Doroteia. Permanece em reclusão por três anos, durante os quais, teria escrito a maior parte das liras atribuídas a ele, pois não há registros de assinatura em qualquer uma de suas poesias. Em 1792, sua pena é comutada em degredo, a pedido pessoal de Maria I de Portugal e o poeta é enviado a costa oriental da África, a fim de cumprir, em Moçambique, a sentença de dez anos.
No mesmo ano é lançada em Lisboa a primeira parte de Marília de Dirceu, com 33 liras (nota-se que não houve participação, portanto, do poeta na edição desse conjunto de liras, e até hoje não se sabe quem teria feito, provavelmente irmãos de maçonaria). No país africano trabalha como advogado e hospeda-se em casa de abastado comerciante de escravos, vindo a se casar em 1793 com a filha dele, Juliana de Sousa Mascarenhas ("pessoa de muitos dotes e poucas letras"),com quem teve dois filhos: Ana Mascarenhas Gonzaga, filha de dona Juliana anterior ao seu casamento com Tomás António Gonzaga, a quem este lhe seu nome, e Alexandre Mascarenhas Gonzaga, vivendo depois disso, durante quinze anos, rico e considerado, até morrer em 1810, acometido por uma grave doença. Em 1799, é publicada a segunda parte de Marília de Dirceu, com mais 65 liras. No desterro, ocupou os cargos de procurador da Coroa e Fazenda, e o de juiz de Alfândega de Moçambique (cargo que exercia quando morreu). Gonzaga foi muito admirado por poetas Romantismo/românticos como Casimiro de Abreu e Castro Alves. É patrono da cadeira de número 37 da Academia Brasileira de Letras.
Suas principais obras são: Tratado de Direito NaturalMarília de Dirceu (coleção de poesias líricas, publicadas em três partes, em 1792, 1799 e 1812 - hoje sabe-se que a terceira parte não foi escrita pelo poeta); Cartas Chilenas(impressas em conjunto em 1863). A data de sua morte não é uma data certa, mas sabe-se que ele veio a falecer entre 1809 e 1810.
Características literárias 
poesia de Tomás António Gonzaga apresenta as típicas características árcades e neoclássicas: o pastoril, o bucólico, a Natureza amena, o equilíbrio etc. Paralelamente, possui características pré-românticas (principalmente na segunda parte de Marília de Dirceu, escrita na prisão): confissões de sentimento pessoal, ênfase emotiva estranha aos padrões do neoclassicismo, descrição de paisagens brasileiras, etc.
O convívio com o Iluminismo põe em seu estilo a preocupação em atenuar as tensões e racionalizar os conflitos.
Tomás António Gonzaga escreveu versos marcados por expressão própria, pela harmonização dos elementos racionais e afetivos e por um leve toque de sensualidade. Segundo Alfredo Bosi, Gonzaga está acima de tudo preocupado em "achar a versão literária mais justa dos seus cuidados". Assim, "a figura de Marília, os amores ainda não realizados e a mágoa da separação entram apenas como 'ocasiões' no cancioneiro de Dirceu", o que diferencia o autor dos seus futuros colegas românticos.
Marília de Dirceu As liras a sua pastora idealizada refletem a trajetória do poeta, na qual a prisão atua como um divisor de águas(a segunda parte do livro é contada dentro da prisão).1 Antes do encarceramento, num tom de fidelidade, canta a ventura da iniciação amorosa, a satisfação do amante, que, valorizando o momento presente, busca a simplicidade do refúgio na natureza amena, que ora é europeia e ora mineira. Depois da reclusão, num tom trágico de desalento, canta o infortúnio, a injustiça (ele se considera inocente, portanto, injustiçado), o destino e a eterna consolação no amor da figura de Marília. São compostas em redondilha menor ou decassílabos quebrados. Expressam a simplicidade e gracioso lirismo íntimo, decorrentes da naturalidade e da singeleza no trato dos sentimentos e da escolha linguística. Ao delegar posição poética a um campesino, sob cuja pele se esconde um elemento civilizado, Gonzaga demonstra mais uma vez suas diferenças com a filosofia romântica, pois segue o descrito nas regras para a confecção de éclogas nos manuais de poética da época, que instruem aos poetas que buscam a superação dos antigos, imitando-os, a utilizações de eu-líricos que se aproximem as figuras de pastores, caçadores, hortelãos e vaqueiros.
Marília é ora morena, ora loira. O que comprova não ser a pastora, Maria Doroteia na vida real, mas uma figura simbólica que servia à poesia de Tomás António Gonzaga. É anacronismo destinar ao sentimento existente entre o poeta e Maria Doroteia a motivação para a confecção dos poemas, tendo em vista que esse pensamento só surgiu com o pensamento Romântico, no século XIX.1 É mais cabível a teoria de inspiração no ideal de emulação, que configurava o sentimento poético da época, baseado nas filosofias retórico-poéticas vigentes, em que o poeta, seguindo inúmeras regras de confecção, "imitava" os poetas antigos procurando superá-los. Muitos pouco conhecedores de literatura podem acreditar que o poeta cai em contradições, ora assumindo a postura de pastor que cuida de ovelhas e vive numa choça no alto do monte, ora a do burguês Dr. Tomás António Gonzaga, juiz que lê altos volumes instalados em espaçosa mesa, mas o fazem por analisar os poemas com critérios anacrônicos à época, analisam com pensamentos surgidos após o Romantismo, textos que o precedem.
É interessante atentar para alguns aspectos dessa obra de Gonzaga. Cada lira é um dialogo de Dirceu com sua pastora Marília, mas, embora a obra tenha a estrutura de um diálogo, só Dirceu fala (trata-se de um monólogo), chamando Marília em geral com vocativos. Como bem lembra o crítico António Candido, o melhor título para a obra seria Dirceu de Marília, mas o patriarcalismo de Gonzaga nunca lhe permitiria pôr-se como a coisa possuída.Sem esquecer que Tomás António Gonzaga morreu de paixão.Ele foi mandando para a ilha das Cobras no Rio de Janeiro,depois para Moçambique na África.Casando-se com uma filha de um mercador de escravos;diga-se de passagem:Logo ele que era totalmente contra a escravidão.
Representações na cultura 
Tomás António Gonzaga já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Gianfrancesco Guarnieri na telenovela Dez Vidas(1969), Luiz Linhares no filme Os Inconfidentes(1972) e Eduardo Galvão no filme Tiradentes(1999).
Sobre esta escolha, registrou Afrânio Peixoto
A Silva Ramos, que lembrara Gonçalves Crespo, nascido no Brasil, não o permitiram, por «português», aceitando, entretanto, Gonzaga, que nascera em Portugal…
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.