Por Gilberto Schoereder
Às vezes considerado pelos cristãos primitivos como o primeiro herege, outras como um mago de imenso poder, Simão também está associado ao gnosticismo.
SIMÃO É CITADO EM ATOS DOS Após¬tolos (8:9-24, às vezes traduzi¬do como Simão, o mágico), da cidade de Samaria, onde tenta oferecer dinheiro aos apóstolos em troca de suas habilidades miraculosas, especialmente a da imposição das mãos. Assim, ele surge como primeiro herege. A palavra "sirnonia", significando a compra ou venda ilícita de coisas espirituais como indulgências e sacramentos, está liga¬da à suposta atitude de Simão.
Segundo se diz, existem fragmentos de textos atribuídos a Simão, ou a um de seus seguidores usando seu nome, chamados Apophasis Megale. Diz-se que Simão possuía a habilidade de levitar e voar quando desejasse, assim como existem acusações de que ele era um demônio em forma humana, ou mesmo um deus em forma humana, segundo algumas seitas gnósticas. Como se pode perceber, a história muda de acordo com o ponto de vista.
Alguns pesquisadores entendem que as histórias envolvendo Simão Mago são equi¬valentes, em seu tempo, às lendas sobre Merlin, na Idade Média. Se for confirmado que ele era um dos últimos gnósticos, deve ter vivido por volta do ano 300, mas não existem informações concretas a esse res¬peito. Da mesma forma, para grande parte dos autores, Simão foi um antecessor dos gnósticos, e não um dos últimos.
Diz-se que o livro apócrifo Atos de Pedro traz uma lenda a respeito da morte de Simão, que estava realizando magia e, para provar a si mesmo que era um deus, saiu voando. O apóstolo Pedro rezou para que Deus parasse o vôo; ele parou no ar e caiu, quebrando as pernas. A multidão, então, o apedrejou até a morte. Sutil e, claro, parcial.
Na versão cristã sobre Simão, ele teria se convertido ao cristianismo após o encontro com os apóstolos, e teria trabalhado como missionário, mas novamente tentado comprar dos apóstolos o poder de se comunicar com o Espírito Santo.
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