sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Nathalia Timberg

Nathalia Timberg

 Timberg
Timberg em 2003
Nome completoNathalia Timberg
Nascimento5 de agosto de 1929 (90 anos)
Rio de JaneiroRJ
Nacionalidadebrasileira
Ocupaçãoatriz
Atividade1954–presente
CônjugeSilvan Paezzo (1965–1980)
Outros prêmios
Nathalia Timberg[1][2] (Rio de Janeiro5 de agosto de 1929)[3] é uma atriz brasileira.

Biografia[editar | editar código-fonte]

De origem judia, filha de pai polonês e de mãe belga,[4][5][6] Nathalia é considerada uma das grandes atrizes brasileiras. Participou de muitos programas do ciclo Grande Teatro Tupi, da extinta TV Tupi São Paulo, dirigida por Fernando TorresSérgio Britto e Flávio Rangel. Na televisão, integrou o elenco de diversos teleteatros e telenovelas, com personagens de destaque, assim como participou de um dos primeiros telejornais da Rede Globo, o Tele Globo.
Alguns de seus trabalhos são considerados clássicos da teledramaturgia , como a primeira versão brasileira de O Direito de Nascer, a versão do romance A Muralha escrita por Ivani Ribeiro para a extinta TV ExcelsiorA SucessoraElas por ElasTi Ti TiVale TudoPantanalO Dono do Mundo, entre outros.
No fim da década de 1940, formou-se pela Escola de Belas Artes da antiga Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Reconhecida por sua vasta carreira no teatro e na televisão, foi no cinema que teve sua primeira experiência artística. Aos seis anos, fez uma participação especial no filme O Grito da Mocidade, de 1937. Só voltaria a trabalhar numa produção cinematográfica mais de 20 anos depois, quando emprestou sua voz ao filme Ravina, de 1958. Também participou da versão cinematográfica de Society em Baby-Doll, em 1965.
Antes disso, em 1948, começou a atuar no Teatro Universitário, movimento estudantil carioca nascido na Escola Nacional de Música, que contou com a participação de atores como Sérgio BrittoFernando Torres e Paulo Fortes. Com o grupo, participou das peças O PaiQuebranto e A Dama da Madrugada. Por sua atuação em A Dama da Madrugada, ganhou como prêmio do governo francês uma bolsa de estudos em Paris.
Em 2016, o diretor Wolf Maya inaugura o Teatro Nathalia Timberg, em homenagem à atriz.[7]

Década de 50: Início e primeiros trabalhos[editar | editar código-fonte]

Sérgio Britto e Nathalia Timberg na peça teatral Meu querido mentiroso, Teatro Carioca (1965).
Entre 1951 e 1954, fez o curso de formação de atores na Education Par Les Jeux Dramatiques, com Jean-Louis BarraultEtienne DecrouxJacqueline Levant e Tania Balachova. Aos 25 anos, retornou ao Brasil e trabalhou na Companhia Dramática Nacional. Estreou profissionalmente na peça Senhora dos Afogados.
Dois anos depois, passou a integrar o Teatro Brasileiro de Comédia, em São Paulo. Permaneceu na companhia até 1962, atuando em peças como O Pagador de Promessas.
Também em 1956, iniciou sua carreira na televisão, participando do programa O Grande Teatro, da TV Tupi São Paulo. O teleteatro, passou a ser exibido pela TV Rio em 1963 e, dois anos depois, pela recém-criada TV Globo, e apresentava semanalmente encenações de clássicos da dramaturgia.

Década de 60: sucesso no teatro e ingresso na televisão[editar | editar código-fonte]

Em 1964, ganhou seu primeiro Prêmio Molière, por sua atuação como a artista Beatrice Stella Campbell em Meu Querido Mentiroso. Voltaria a ganhar o mesmo prêmio em 1988, pela atuação na mesma peça. Além do Moliére, também ganhou prêmios como o da Associação Paulista de Críticos Teatrais, o Governador do Estado de São Paulo, o Saci e o Mambembe, além de outros relacionados a sua atuação na TV.
Também naquele ano, viveu seu primeiro grande sucesso em telenovelas, na famosa O Direito de Nascer, exibida pela TV Tupi, onde interpretou a protagonista Maria Helena de Juncal.
Na televisão, trabalhou em praticamente todas as grandes emissoras, mesmo sem assinar contrato com nenhuma delas. Começou na TV Globo em 1965, apresentando um quadro de crônicas no Tele Globo, primeiro telejornal da emissora. No final daquele ano, fez sua estreia em telenovelas da casa, protagonizando Um Rosto de Mulher. Depois, em 1966, pela TV Tupi, protagonizou a novela A Ré Misteriosa.
Dois anos depois, voltou a protagonizar uma novela na emissora, A Rainha Louca, onde interpretou dois papéis: o da imperatriz Charlote, a mocinha, e o de uma criada perversa, a vilã. Ainda em 1967, ao lado de Sylvan Paezzo, com quem foi casada durante 15 anos, criou em São Paulo o Circo do Povo, teatro popular construído numa lona de circo onde teve a experiência de encenar textos baseados na literatura de cordel. Em seguida, no ano de 1968, despontou em O Terceiro Pecado, como O Anjo da Morte, que ordena a morte da protagonista vivida por Regina Duarte, e por último, em 1969, protagonizou a novela Vidas em Conflito, ambas pela TV Excelsior.

Década de 70: novelas[editar | editar código-fonte]

Na década de 1970, um dos raros períodos em que se dedicou mais à televisão do que ao teatro, podem ser destacadas as seguintes produções em que atuou: pela TV Tupi, esteve em As Bruxas, de 1970, onde viveu a vilã Dagmar, Rosa dos Ventos (telenovela), de 1973, na pele da antagonista principal Eleonora, e Divinas & Maravilhosas, também de 1973, em que viveu uma das três protagonistas, Haydée; pela Rede Record, protagonizou as novelas O Tempo Não Apaga e Quero Viver, ambas de 1972; e pela Rede Globo, em 1978, encarnou a vilã Juliana de A Sucessora. Teve também papel de destaque em dois teleteatros dirigidos por Antunes Filho, na TV Cultura: Vestido de Noiva de Nelson Rodrigues e Reveillon de Flávio Márcio.

Década de 80: popularização nacional[editar | editar código-fonte]

Nos anos 1980, trabalhou no Teatro dos Quatro, no Rio de Janeiro. Em 1987, por sua atuação em A Cerimônia do Adeus, recebeu o prêmio Mambembe de Melhor Atriz Coadjuvante. Na mesma época, associou-se a Wolf Maya na Virgo Produções Artísticas.
Ainda na década de 1980, integrou o elenco de várias produções dramatúrgicas, entre as quais, a novela Maria Stuart, exibida pela TV Cultura, em que deu vida a protagonista Rainha Elizabeth e Elas por Elas, ambas de 1982, como a enfermeira Eva.
Depois, em 1984, atuou na minissérie Meu Destino É Pecar e, logo em seguida, transferiu-se para a Rede Manchete, onde protagonizou a minissérie Santa Marta Fabril S.A..
Na Globo, em 1985, participou de Ti Ti Ti, onde interpretou Cecília, uma mulher com problemas mentais que cria elegantes figurinos para suas bonecas.
Em 1986, de volta à Manchete, atuou na novela Novo Amor.
Em 1988, na novela Vale Tudo, viveu Celina Junqueira, irmã da vilã Odete Roitman, interpretada por Beatriz Segall.

Década de 90: vilãs na teledramaturgia[editar | editar código-fonte]

Em 1990, participou da minissérie Desejo e ainda integrou o elenco de um dos maiores sucessos da antiga TV Manchete, a novela Pantanal. Na trama, interpretou Mariana, sogra de José Leôncio e avó materna de Joventino, protagonistas da trama. De volta à TV Globo, atuou em tramas como O Dono do Mundo (1991), De Corpo e Alma (1992), e Mulheres de Areia (1993).
Em 1994, transferiu-se para o SBT, onde trabalhou no remake de Éramos Seis. Depois, fez uma rápida passagem pela Rede Bandeirantes, onde atuou na novela O Campeão. Em 1997, na Globo, participou de Zazá.
Em 1999, viveu mais um grande momento em sua carreira ao encarnar a maquiavélica Idalina, da novela Força de um Desejo.

Década de 2000: dedicação à televisão[editar | editar código-fonte]

Em 2000, retornou a Rede Record, depois de 23 anos, para atuar na novela Marcas da Paixão. Em seguida, na Globo, esteve presente no grande sucesso de Porto dos Milagres, como Ondina.
Em 2002, marcou presença na minissérie O Quinto dos Infernos como Chuchu.
Em 2003, interpretou Yolanda Mendes, na novela Celebridade, tia do inescrupuloso Renato Mendes, mulher ambiciosa, de caráter fraco e duvidoso.
Em 2006 foi destaque na minissérie JK, e na novela Páginas da Vida, do mesmo ano.
Em 2008, trabalhou em mais uma minissérie, Queridos Amigos. Nesse mesmo ano, esteve em Negócio da China, no papel de Augusta, mãe das personagens Júlia e Denise.

Década de 2010: trabalhos recentes[editar | editar código-fonte]

Em 2011, retornou à televisão na novela Insensato Coração na pele da rica matriarca Vitória Drummond.
Em 2013 ganha destaque interpretando a ética Bernarda, de Amor à Vida, uma senhora solitária que vive um inusitado romance de meia idade com um médico.[8]
Em 2015 é escalada para Babilônia, na qual interpretou Estela, que fez um casal homossexual com Fernanda Montenegro, no papel de Teresa. As duas atrizes protagonizaram três beijos, que não foram muito bem vistos pelas parcelas mais conservadoras, o que gerou um dos motivos para os baixos índices de audiência da trama.[9][10][11][12]
Em 2017 foi escalada para fazer uma pequena participação em O Outro Lado do Paraíso, interpretando Beatriz uma senhora abandonada em um sanatório e acaba morrendo envenenada, em 2018 volta para gravar cenas como Beatriz.[13]
Em 2019 foi escalada para fazer a novela de Walcyr Carrasco A Dona do Pedaço, interpretando Gladys, uma senhora da alta sociedade, mãe de um dos protagonistas vivido por Reynaldo Gianecchini[14].

Filmografia[editar | editar código-fonte]

Televisão[editar | editar código-fonte]

AnoTítuloPersonagem
1964O DesconhecidoNorma
O Direito de NascerMaria Helena de Juncal
1965Um Rosto de MulherElisa
1966A Ré MisteriosaElisa
1967A Rainha LoucaImperatriz Charlotte
1968A MuralhaBasília Olinto Góis
O Terceiro PecadoDiana (Anjo da Morte)
1969Sangue do Meu SangueSarah Bernhardt
Vidas em ConflitoCláudia
Dez VidasBárbara Heliodora
1970As BruxasDagmar / Olívia
1971Editora Mayo, Bom DiaMaria do Carmo
Quarenta Anos DepoisCândida
1972O Tempo Não ApagaPaula
Quero ViverJúlia
1973Rosa dos VentosEleonora
As Divinas... e MaravilhosasHaydée
1975EscaladaFernanda Soares
1977O EspantalhoCorina
1978Caso EspecialEpisódio: "O Copo de Cristal"
A SucessoraJuliana
1979AplausoEpisódio: "Ao Meu Lado"
AplausoEpisódio: "As Pequenas Raposas"
Cara a CaraRenée
1980Plantão de PolíciaEpisódio: "Camisa de Força"
1981Plantão de PolíciaEpisódio: "O Herdeiro"
Obrigado, DoutorEpisódio: "Nascer ou Morrer"
1982Caso VerdadeEpisódio: "Irmã Dulce"
Maria StuartElizabeth
O Pátio das Donzelas
Elas por ElasEva
1983Caso EspecialEpisódio: "A Pata do Macaco"
1984Meu Destino É PecarConsuelo Avelar
Santa Marta Fabril S.A.Marta Lopes Aguiar (Dona Marta)
1985Ti Ti TiCecília Spina
1986Novo AmorLígia
1987Corpo SantoMaria
1988Vale TudoCelina Junqueira
1990PantanalMariana Braga Novaes
DesejoTúlia
1991O Dono do MundoConstância Eugênia Barreto
1992De Corpo e AlmaNágila Pastore
1993Mulheres de AreiaJuíza Valentina
1994Éramos SeisTia Emília
1995Cara & CoroaSuzy
1996O CampeãoMãezinha
1997ZazáTeresa Vasconcelos
1998Você Decide(Episódio: "A Pílula")
1999(Episódio: "O Tesouro da Juventude")
Força de um DesejoIdalina Menezes de Albuquerque Silveira
2000Marcas da PaixãoMarrita Mello Pontes
2001Porto dos MilagresOndina
2002O Quinto dos InfernosMadame Xuxu
2003CelebridadeYolanda Mendes
2006JKBaronesa do Tibagi
Páginas da VidaHortência Miranda de Almeida Vilela Arruda
2008Queridos AmigosEsther Rosemberg (Dona Esther)
Negócio da ChinaAugusta Dumas
2010A Princesa e o VagabundoBetine
A Vida AlheiaDuquesa (Episódio: "Noblese Oblige")
2011Insensato CoraçãoVitória Drummond
2013Amor à VidaBernarda Campos Rodriguez[15]
2015BabilôniaEstela Marcondes Amaral [16]
2017O Outro Lado do ParaísoBeatriz de Sá Junqueira
2019A Dona do PedaçoGladys Mantovani
Sessão de TerapiaDrª. Selma[17]

Cinema[editar | editar código-fonte]

AnoTítuloPersonagem
1958Ravina
1961America Di Notte
1964Viagem aos Seios de DuíliaAdélia
1965Society em Baby-Doll[18]
1968O Homem Que Comprou o MundoRainha Louca
1976Fruto ProibidoÂngela
1988Dedé MamataAvó
1998Contos de Lygia
2000Condenado à LiberdadeIrene
2011Flávio Rangel - O Teatro na Palma da MãoEla Mesma
2013Vendo ou AlugoMaria Eudóxia
2015Em Três AtosIntelectual

Teatro[editar | editar código-fonte]

Sérgio Britto e Nathalia Timberg em cena da peça teatral “Meu querido mentiroso” em 1965.

Prêmios e indicações[editar | editar código-fonte]

AnoPrêmiosCategoriaTrabalhoResultadoRef
1966Troféu ImprensaMelhor AtrizO Direito de NascerIndicado[19]
1966Prêmio MolièreMelhor AtrizMeu Querido MentirosoVenceu
1967Troféu ImprensaMelhor AtrizA Rainha LoucaIndicado
1969Troféu ImprensaMelhor AtrizO Terceiro PecadoIndicado
1970Troféu ImprensaMelhor atrizDez VidasIndicado
1985Troféu APCAMelhor AtrizSanta Marta Fabril S.A.Venceu
1987Prêmio MambembeMelhor Atriz CoadjuvanteCerimônia do AdeusVenceu
1988Prêmio MolièreMelhor AtrizMeu Querido MentirosoVenceu
2002Prêmio Contigo! de TVMelhor Atriz CoadjuvantePorto dos MilagresIndicado
2007Prêmio Qualidade BrasilMelhor Atriz Teatral ComédiaA Graça da VidaIndicado
2010Prêmio ShellPrêmio EspecialConjunto da ObraVenceu
2013Festival de Cinema de RecifeMelhor Atriz CoadjuvanteVendo ou AlugoVenceu
2013Prêmio Guarani de Cinema BrasileiroMelhor Atriz CoadjuvanteIndicado[20]
2013Prêmio Quem de TelevisãoMelhor Atriz CoadjuvanteAmor à VidaIndicado
2014Troféu APCAMelhor AtrizTríptico Samuel BeckettIndicado[21]
2014Prêmio Contigo! de TvPrêmio EspecialConjunto da ObraVenceu
2015Prêmio Faz DiferençaSegundo Caderno/TeatroVenceu[22]
2016Prêmio Aplauso Brasil de TeatroPrêmio EspecialVenceu[23]
Prêmio Cesgranrio de TeatroVenceu[24]
2016Prêmio Quem de TeatroMelhor Atriz33 Variações.Indicado[25]
2018Troféu Mário LagoPrêmio EspecialConjunto da ObraVenceu

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