Venceslau Brás
Venceslau Brás | |
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9.º Presidente do Brasil | |
Período | 15 de novembro de 1914 a 15 de novembro de 1918 |
Vice-presidente | Urbano Santos |
Antecessor(a) | Hermes da Fonseca |
Sucessor(a) | Delfim Moreira |
6º Vice-presidente do Brasil | |
Período | 15 de novembro de 1910 a 15 de novembro de 1914 |
Antecessor(a) | Nilo Peçanha |
Sucessor(a) | Urbano Santos |
9.º Presidente de Minas Gerais | |
Período | 3 de abril de 1909 a 7 de setembro de 1910 |
Antecessor(a) | Júlio Bueno Brandão |
Sucessor(a) | Júlio Bueno Brandão |
Deputado Federal por Minas Gerais | |
Período | 3 de maio de 1903 a 2 de abril de 1909 |
3.º Prefeito de Belo Horizonte | |
Período | 27 de outubro de 1898 a 31 de janeiro de 1899 |
Antecessor(a) | Américo Werneck |
Sucessor(a) | Francisco Antônio de Sales |
Dados pessoais | |
Nascimento | 26 de fevereiro de 1868 São Caetano da Vargem Grande, Minas Gerais |
Morte | 15 de maio de 1966 (98 anos) Itajubá, Minas Gerais |
Alma mater | Faculdade de Direito de São Paulo |
Cônjuge | Maria Carneiro Santiago |
Filhos | 7 |
Partido | Republicano Mineiro |
Religião | Catolicismo Romano |
Profissão | advogado |
Assinatura |
Venceslau Brás Pereira Gomes[nb 1] ONM (São Caetano da Vargem Grande, 26 de fevereiro de 1868 – Itajubá, 15 de maio de 1966) foi um advogado e político brasileiro; presidente do Brasil entre 1914 e 1918, com um pequeno afastamento de um mês em 1917 por motivo de doença. Seu vice-presidente foi Urbano Santos da Costa Araújo.[1]
Formação e carreira política
Era filho de Francisco Brás Pereira Gomes e de Isabel Pereira dos Santos. Nascido na então São Caetano da Vargem Grande, hoje Brasópolis. Seu pai era o chefe político da cidade, a qual leva seu sobrenome.[2]
Venceslau Brás estudou no tradicional Colégio Diocesano de São Paulo nos anos de 1881 a 1884[2] e obteve o diploma de bacharel em direito pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1890.[3] De volta a Minas Gerais, foi advogado e promotor público em Monte Santo de Minas e foi prefeito da cidade destacando-se na sua administração por ter introduzido o sistema de abastecimento de água na cidade. Presidiu a Câmara Municipal de Jacuí, e a seguir foi deputado estadual.
Entre 1898 e 1902 foi secretário do Interior, Justiça e Segurança Pública do Estado. Elegeu-se então deputado federal (chegando a líder da bancada mineira na Câmara dos Deputados) em 1903. Em 1909 assumiu a Presidência de Minas Gerais, onde ficou até se candidatar à vice presidência da república. Foi eleito vice-presidente em 1 de março de 1910, obtendo 406 012 votos, derrotando o candidato da Campanha Civilista, Albuquerque Lins, que teve 219 106 votos.[4]
Presidente da República
Em 1 de março de 1910 foi eleito vice-presidente da república, tendo Hermes da Fonseca sido eleito presidente, derrotando Rui Barbosa que estava sem apoio, ele conquistou o cargo através da política do café com leite, após os estados de São Paulo e Minas Gerais se reconciliarem com o Tratado de Ouro Fino.[5] Em 1913 seu nome foi proposto como medida reconciliatória entre Minas Gerais, São Paulo e os outros estados, como candidato à sucessão de Hermes. Minas Gerais havia vetado a candidatura de Pinheiro Machado que era apoiado por Hermes da Fonseca, e Rodrigues Alves, que, na época, governava São Paulo, vetara a candidatura Rui Barbosa.[6][5]
Vencesláu Brás foi eleito presidente em 1 de março de 1914, obtendo 532 107 votos contra 47 782 votos dados a Rui Barbosa.[4]
Logo de início, teve de combater a Guerra do Contestado (crise herdada do governo anterior) e, após debelar a revolta, mediou a disputa de terras entre os Estados do Paraná e Santa Catarina, tendo sido um dos fatores a dar origem ao conflito.[3] Venceslau Brás definiu em 1916 os atuais limites entre Paraná e Santa Catarina. Em 20 de outubro de 1916, os governadores dos dois estados, assinaram, no Palácio do Catete, um acordo que fixava as divisas entre aqueles estados, o qual foi aprovado pelo Congresso Nacional, e publicado pelo decreto 3.304 de 3 de agosto de 1917.[7]
Crises e a Grande Guerra na Europa
Enfrentou também diversas manifestações militares, entre elas a Revolta dos Sargentos (1915), que envolvia suboficiais e sargentos.
Vencesláu definiu seu governo como o "Governo da pacificação dos espíritos", que buscou o entendimento nacional depois do conturbado governo de Hermes da Fonseca. Em seu governo ocorrem os chamados "3 G": A Grande Guerra, (como se chamava, na época, a Primeira Guerra Mundial), a Gripe Espanhola, e as Greves de 1917.[3]
Promulgou o primeiro Código Civil brasileiro, que entrou em vigor em 1 de janeiro de 1916 e que foi a primeira lei a grafar o nome Brasil com a letra S.
O torpedeamento de navios brasileiros, em 26 de outubro de 1917, por submarinos alemães, levou o Brasil a entrar na Primeira Guerra Mundial.[7] Tendo a participação do país no conflito se resumido ao envio de uma esquadra naval para colaborar na guerra anti-submarina, e uma missão militar à frente ocidental, em 1918.
Devido às dificuldades em importar produtos manufaturados da Europa durante o seu mandato, causadas pela guerra, Venceslau Brás incentivou a industrialização nacional, porém de forma inadequada, já que o país ainda era essencialmente agrícola, e o governo necessitava de armamentos bélicos, que requeriam uma indústria mais sofisticada que a do Brasil de 1914.[7]
Mais de 1 500 pessoas morreram de Gripe Espanhola, em seus últimos anos como presidente da República.[7] Seu mandato terminou em 15 de novembro de 1918, quando o advogado e republicano mineiro Delfim Moreira assumiu o cargo, sem um vice-presidente.[5]
Vida após a presidência e homenagens
Morreu em 15 de maio de 1966, em Itajubá, com 98 anos, sendo o mais longevo de todos os presidentes e vice-presidentes brasileiros. Foi sepultado no mesmo dia em Itajubá.[8]
Foi o político que permaneceu mais tempo na condição de ex-presidente e ex-vice-presidente da República, morrendo exatos 47 anos e 6 meses depois de deixar a Presidência e 51 anos e 6 meses depois de deixar a Vice-presidência.
É homenageado por meio de quatro cidades, duas em Minas Gerais, Wenceslau Brás e Brazópolis, outra no Paraná, Wenceslau Brás, e outra em São Paulo, Presidente Venceslau.
Ministérios
1 | Agricultura, Indústria e Comércio | Pandiá Calógeras |
José Rufino Bezerra Cavalcanti | ||
Carlos Maximiliano Pereira dos Santos | ||
João Gonçalves Pereira Lima | ||
2 | Fazenda | Sabino Barroso |
Pandiá Calógeras | ||
Augusto Tavares de Lira | ||
Antônio Carlos Ribeiro de Andrada | ||
3 | Guerra | José Caetano de Faria |
José Bernardino Bormann | ||
4 | Justiça e Negócios Interiores | Carlos Maximiliano Pereira dos Santos |
Augusto Tavares de Lira | ||
5 | Marinha | Alexandrino Faria de Alencar |
6 | Relações Exteriores | Lauro Müller |
Luís Martins de Sousa Dantas | ||
Nilo Peçanha | ||
7 | Viação e Obras Públicas | Augusto Tavares de Lira |
Notas
- ↑ A grafia original do nome do biografado, Wenceslau Braz Pereira Gomes, deve ser atualizada conforme a onomástica estabelecida a partir do Formulário Ortográfico de 1943, por seguir as mesmas regras dos substantivos comuns (Academia Brasileira de Letras – Formulário Ortográfico de 1943). Tal norma foi reafirmada pelos subsequentes Acordos Ortográficos da língua portuguesa (Acordo Ortográfico de 1945 e Acordo Ortográfico de 1990). A norma é optativa para nomes de pessoas em vida, a fim de evitar constrangimentos, mas após seu falecimento torna-se obrigatória para publicações, ainda que se possa utilizar a grafia arcaica no foro privado (Formulário Ortográfico de 1943, IX).
Referências
- ↑ «Os Presidentes e a República Perfil». Portal Brasil. Consultado em 26 de fevereiro de 2012
- ↑ ab Foguel, Israel (2019). Brasil: República Federativa. São Paulo: Clube de Autores (managed). p. 68. 344 páginas. Consultado em 26 Fevereiro 2020
- ↑ ab c Antonio Gasparetto Junior. «Venceslau Brás». História Brasileira. Consultado em 13 de julho de 2012. Arquivado do original em 27 de junho de 2017
- ↑ ab PORTO, Walter Costa, O voto no Brasil, Editora Topbooks, 2002
- ↑ ab c Thyago Ribeiro (20 de junho de 2008). «Governo de Wenceslau Brás». InfoEscola. Consultado em 14 de julho de 2012
- ↑ BARBOSA, Rui, Campanhas Presidenciais, Livraria Editora Iracema, São Paulo, s/d
- ↑ ab c d Tiago Dantas. «Venceslau Brás». Brasil Escola. Consultado em 13 de julho de 2012
- ↑ «Wenceslau Braz sepultado em Itajubá sem honras militares». memoria.bn.br. Consultado em 2 de outubro de 2021
Bibliografia
- _______, O governo Wenceslau - 1914-1918, Rio de Janeiro, 1918.
- BARBOSA, Rui, A Gênese da Candidatura do Sr. Wenceslau Braz, Editora: Typ. & Pap. Almeida Marques, 1915.
- CAVALCANTI, Pedro, A Presidência Wenceslau Brás, Editora Universidade de Brasília, 1981.
- KOIFMAN, Fábio, Organizador, Presidentes do Brasil, Editora Rio, 2001.
- LINS, Francisco, Uma campanha pró Hermes-Wencesláu, Editora Typ. do Diário de Minas, Belo Horizonte, 1910.
- OLIVEIRA ANDRADE, Darcy Bessone, Wencesláu - Um Pescador na Presidência, Editora S. E. H. P., 1968.
- RIO, João do, No tempo de Wencesláu, 1º edição, Editora Vilas Boas, 1917.
- SILVA, Hélio, Venceslau Brás - 9.º Presidente do Brasil, Editora Três, 1983.
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