quarta-feira, 20 de junho de 2018

ALBERTO SANTOS DUMONT


SANTOS DUMONT 1O inventor brasileiro nasceu em 28 de julho de 1873, no antigo município de Palmira, hoje Santos Dumont, em Minas Gerais. Ao atingir a maioridade ele atendeu à vontade do pai que desejava vê-lo melhorar seus conhecimentos, e por isso partiu para a Europa, por onde andou durante algum tempo em busca de sua vocação. Esteve em Paris, Londres, Brighton e Bristol, mas na medida em que o tempo passava, mais aumentava seu interesse pelo campo experimental da mecânica.
Em decorrência desse impulso vocacional Dumont voltou sua atenção para a utilização de gases mais leves que o ar, iniciando experiências com um motor de triciclo que pretendia aproveitar no dirigível que idealizava. Seu primeiro aeróstato, considerado como a menor das aeronaves desse tipo até hoje construída, recebeu o nome de Brasil, teve a maioria das peças fabricadas pelo próprio inventor, inclusive ás hélices, e transportou um passageiro em seu vôo inaugural. Não satisfeito, Dumont prosseguiu aperfeiçoando os aparelhos de voar que idealizava, até que transferiu seu esforço e capacidade inventiva do balão para o aeroplano, ao qual acabou aplicando motores.
Em 12 de outubro de 1901, ele ganhou com seu balão número 6 um prêmio de cem mil francos instituído pelo magnata de petróleo Henry Deustche de la Muerthe, destinado ao primeiro aeronauta que partindo da base de Saint´Cloud em direção à Torre Eiffel, a contornasse e regressasse ao local de onde saíra, um percurso de aproximadamente 30 quilômetros que deveria ser coberto no tempo máximo de trinta minutos. O feito foi comemorado efusivamente pelos que o assistiram, mas na verdade, a dirigibilidade do balão já havia sido testada três meses antes, mais precisamente em 12 de julho, quando às 3 horas da madrugada, no hipódromo de Longchamps, na capital francesa, ele subira alguns metros nos ares com seu invento, sobrevoara o bairro de Puteaux e retornara ao ponto inicial sem qualquer problema.
Porém, o feito que o consagrou como “Pai da Aviação” aconteceu no campo de Bagatelle, situado nos arredores da capital francesa, em três etapas diferentes. Na primeira delas, em 13 de setembro de 1906, pilotando um biplano tipo celular denominado 14-Bis (porque era o 15º objeto que construía depois de balões e dirigíveis, e por isso recebeu esse nome, porque repetia o protótipo anterior com mais certeza de sua eficácia), conseguiu elevar-se do solo cerca de alguns centímetros, numa distância de poucos metros.
Na segunda, em 13 de outubro de 1906, utilizando o mesmo aparelho, elevou-se a um metro do chão e ganhou a taça Ernesto Archdeacon, para um vôo mínimo de 25 metros, além do prêmio de 1.500 francos oferecido pelo Aero Clube da França, para vôo de 100 metros, ambos com aeronave mais pesada que o ar.
Finalmente, no dia 12 de novembro de 1906, ainda com o 14-Bis, subiu a 5 metros de altura e voou uma extensão de 220 metros, numa velocidade aproximada de 40km horários. Essa façanha ficou sendo considerada como a primeira em que uma aeronave deslizava e decolava utilizando apenas as suas próprias forças.
SANTOS DUMONT 2Os americanos atribuem aos Irmãos Wright a glória de demonstrar a possibilidade de navegação de um aparelho mais pesado que o ar, mas ela pertence a Santos Dumont, sem dúvida nenhuma. Alegam os defensores dos norte-americanos que eles teriam voado em 1903, mas a ser isso verdade, fizeram-no em segredo, não apresentando uma testemunha desse feito e baseando sua pretensão em um “diário” escrito de próprio punho. Ao passo que o vôo de Santos Dumont com o histórico 14-Bis, foi realizado sob o controle e registro das autoridades francesas.
Depois de 1906 o grande aeronauta continuou aperfeiçoando os seus aparelhos: o número 16, misto de dirigível e avião, o número 17, cópia do número 15, o número 18, um deslizador aquático, terminando com a série 19 a 22, dos populares Demoiselles. Com esta pequena aeronave ele visitou amigos em seus castelos, bateu recordes de velocidade e de distância, e a 18 de setembro de 1909 realizou seu último vôo com um rasante sobre a multidão que o assistia, segurando um lenço em cada mão. Quando os soltou, eles foram disputados aos pedaços pelo povaréu.
Mas a partir da 1ª Grande Guerra, época em que sua saúde começou a fraquejar, a comercialização e a melhoria dos aeroplanos já eram de domínio público. Em dezembro de 1928, mês em que visitava mais uma vez o Brasil, diversas solenidades tinham sido preparadas para recepcioná-lo da forma merecida, mas todas foram suspensas em virtude de um lamentável acidente: o avião Santos Dumont, no qual alguns cientistas iam ao encontro do navio que trazia o inventor à sua pátria, caiu no mar de forma inexplicável, o que provocou a morte de todos os passageiros. Em conseqüência, Santos Dumont foi o primeiro a pedir o cancelamento do programa de boas vindas elaborado para comemorar sua chegada, no que foi atendido.
No Brasil, ele quis construir por conta própria um pequeno museu onde as lembranças dos seus feitos pudessem ser preservadas, e para isso elaborou um projeto que deveria ser desenvolvido no Rio de Janeiro, destinado a servir de Museu da História da Aviação nacional. Porém, como as autoridades locais não tomaram conhecimento desse plano, Santos Dumont desgostou-se com o descaso e decidiu, então, que todos os prêmios, condecorações e objetos do seu uso fossem colocados no Museu do Ipiranga, em São Paulo. Essas instruções foram dadas a seu inventariante e sobrinho, Arnaldo Dumont Vilares, que as cumpriu integralmente.
Muitos objetos históricos ele havia deixado em sua casa de Deauville, na França, mas todos desapareceram quando os alemães, durante a guerra, invadiram aquela cidade. O próprio monumento erigido em Paris, para homenageá-lo, foi destruído pelos invasores, interessados em aproveitar o bronze de que era feito. Alberto Santos Dumont pertencia à Academia Brasileira de Letras, para a qual foi eleito em 1931, na vaga deixada por Graça Aranha, e morreu em 23 de julho de 1932, no banheiro de um hotel de Guarujá, em São Paulo.

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