Natural de São Borja, no Rio Grande do Sul, onde nasceu em 19 de abril de 1883, Getúlio Vargas formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais (1907) pela Faculdade de Direito de Porto Alegre. De 1908 a 1909 foi promotor público na mesma cidade, cargo que abandonou para advogar em São Borja. Eleito deputado à Assembléia estadual, para a legislatura de 1909/1912, foi reeleito em 1913, mas renunciou, afastando-se da política até 1917, quando voltou a ocupar uma cadeira no legislativo gaúcho. Em 1922 elegeu-se deputado federal, assumindo em 1926 o ministério da Fazenda do governo Washington Luís, posto em que permaneceu até dezembro de 1927.
Eleito presidente do Rio Grande do Sul, tomou posse em janeiro de 1928, dando a seu governo um caráter liberal. No ano seguinte (1929) foi indicado pela Aliança Liberal, corrente política que se formara no país, para concorrer à presidência da República na eleição de 01 de março de 1930, que acabou sendo vencida por Julio Prestes, mas de maneira considerada ilegal por Vargas e seus companheiros de campanha. Diante dessa presunção, Vargas reassumiu o governo do Rio Grande do Sul e iniciou a articulação de um movimento visando a deposição do presidente em exercício (Washington Luís). A partir daí os acontecimentos se precipitaram, até que em 3 de outubro do mesmo ano foi declarada a revolução no país, colocando-se Vargas à frente das forças armadas do Rio Grande do Sul.
Na seqüência, quando as tropas gaúchas já se aproximavam rapidamente das divisas do estado de São Paulo, os generais Tasso Fragoso, Mena Barreto e o almirante Isaias Noronha, no Rio de Janeiro, depuseram o presidente Washington Luís, mas apesar disso as forças revolucionárias dirigidas por Vargas, Olegário Maciel, Juarez Távora e outros, continuaram sua marcha, entrando, finalmente, na capital da República. Vargas hospedou-se no Palácio do Catete, sendo-lhe entregue, em 3 de novembro, o governo do país. O acontecimento mais importante desse período chamado governo provisório, foi o 9 de julho de 1932, movimento revolucionário que concentrou todas as energias de São Paulo.
Em 1934, com a promulgação de uma nova constituição, Vargas foi eleito pela Assembléia Constituinte como presidente da República para o quadriênio 1934/1938. Mas em 10 de novembro de 1937, amparado nas forças armadas, ele desfechou um golpe de estado e fundou o Estado Novo, dissolvendo o Congresso e outorgando uma nova Carta constitucional na qual ficava regularizada sua posição como ditador de um estado corporativo. Durante esse período algumas revoluções internas tiveram lugar no país. Os comunistas sublevaram-se em 1935, mas foram suprimidos pela força; os integralistas planejaram uma revolta em 1938, que foi facilmente reprimida.
A ditadura de Vargas, limitando as liberdades civis, resultou em reformas econômicas e sociais que beneficiaram especialmente a indústria e a agricultura. E foi assim que ele governou o país até 29 de outubro de 1945, quando foi deposto pelas forças armadas sob o comando do general Pedro Aurélio de Góis Monteiro. Fundador do Partido Trabalhista Brasileiro, figurou nas chapas dessa agremiação política no pleito de 02 de dezembro de 1945, tendo sido eleito deputado e senador por vários Estados. Deixou a opção a critério da Justiça Eleitoral, que escolheu a senatoria pelo Rio Grande do Sul (período 1946/1949), em virtude ter Vargas recebido maior número de votos naquela unidade da federação.
Em 9 de maio de 1947, pronunciou da tribuna do Senado um discurso em defesa de sua política financeira, alertando a nação sobre as ameaças de crise econômica. Retirando-se a seguir dos centros de vida política, recolheu-se à sua fazenda em Itu, durante três anos. Lançado seu nome à suprema magistratura do país pela coligação PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) e PSP (Partido Social Progressista), e contando ainda com o apoio quase maciço das massas trabalhadoras, o senador Vargas iniciou a campanha presidencial com um comício realizado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia 9 de agosto de 1950;
Getúlio Vargas governou o país até ser deposto, em 29 de outubro de 1945. Meses depois foi eleito senador (legislatura 1946/1949) na legenda do Partido Social Democrático (PSD), e posteriormente concorreu às eleições presidenciais de 1950 pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), agremiação que fundara em 1945. Vargas recebeu 48,7% dos votos, derrotando os seus opositores por larga maioria seus opositores. Sua posse deu-se em 31 de janeiro de 1951. tendo como vice-presidente seu companheiro de chapa, João Café Filho.
Em agosto de 1954, depois da tentativa de assassinato do jornalista Carlos Lacerda, no Rio de Janeiro, atribuída a membros da guarda pessoal do presidente, e da qual resultou a morte do major da Aeronáutica, Rubens Vaz, a força aérea exigiu a renúncia do presidente, ao que Vargas se recusou, apoiado a princípio por oficiais do Exército. Documentos colhidos por investigadores forneceram evidências que persuadiram os generais sobre a conveniência da renúncia presidencial, e por isso o marechal Mascarenhas de Morais recebeu a incumbência de comunicar essa decisão ao presidente, recebendo de Vargas a resposta de que ele só deixaria o palácio depois de morto.
Numa conferência realizada na madrugada de 24 de agosto, no Palácio do Catete, o ministro da Guerra, Zenóbio da Costa, declarou ser impossível controlar o exército, a despeito da amizade que dedicava ao presidente. Diante disso, este, então, decidiu se afastar, aceitando uma solução teoricamente capaz de salvar as aparências. Retirando-se para os seus aposentos, Getúlio Vargas se suicidou algumas horas depois, dando um tiro no peito.
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