quarta-feira, 20 de junho de 2018

SOLON DE ATENAS


SOLON DE ATENASLegislador, estadista, poeta, filósofo, e considerado um dos sete sábios da Grécia, Solon nasceu na ilha de Salamina, perto de Atenas, aproximadamente em 640 a.C., e morreu em 558 a.C.. Pertencendo a uma família nobre, mas empobrecida, ele dedicou-se ao comércio no início da sua vida adulta, e depois viajou muito, retornando rico à sua terra, aos trinta anos de idade, aproximadamente.
Encontrou a Ática esfacelada por facões políticas e ameaçada de revolução, a aristocracia tirânica e dividida, o povo oprimido pelas dívidas e os campos despovoados. Como o estado demonstrava grande fraqueza nas relações com os reinos vizinhos, e Atenas parecia ter renunciado de vez à ilha de Salamina, que se encontrava sob o domínio de Mégara, Sólon, com seus cânticos patrióticos, incitou o povo a reagir, o que foi essencial para a reconquista do território invadido.
Prestigiado por essa liderança ele assumiu o cargo de primeiro magistrado em Atenas (arconte), adotando, então, as medidas que considerava como as mais necessárias: a redução dos juros, a diminuição do valor das moedas de prata e a supressão das hipotecas que pesavam sobre as terras. Assumindo a responsabilidade de redigir uma nova constituição, Sólon suprimiu os privilégios da nobreza; chamou todos os cidadãos ao exercício dos direitos cívicos, proporcionalmente à sua fortuna, e aboliu as leis de Drácon, célebres pelo rigor das penalidades, com exceção das que se referiam ao assassinato.
Segundo o censo, dividiu os atenienses em quatro classes, cujos direitos eram proporcionais às obrigações; fixou um limite para a extensão da propriedade de cada cidadão; aumentou os poderes do Areópago, criou o senado, ou conselho dos quatrocentos, cujos membros foram escolhidos nas três primeiras classes; determinou as atribuições do senado e da assembléia do povo; regulou o papel dos diferentes tribunais, que foram presididos pelos demais arcontes (eram nove, no total) ou outros magistrados, instituindo, além disso, um grande tribunal popular, o Helieu, que julgava a maior parte dos processos criminais e desempenhava o papel de tribunal de apelação nos assuntos cíveis.
Depois de promulgada a sua constituição, Sólon quis deixá-la funcionar livremente e por isso afastou-se do cargo, após haver conseguido que os seus concidadãos, conforme a tradição, declarassem sob juramento que respeitariam as leis por ele estabelecidas. Em seguida viajou para Chipre, Ásia Interior e Egito, e quando retornou tornou-se uma figura extremamente popular, sempre ligada à constituição. Seus decretos eram veiculados em brilhantes poemas, verdadeiros documentos históricos, dos quais restam poucos fragmentos. Guiava-se pelo interesse coletivo onde a religião e a moral mostravam-se no respeito a cada homem e pela lealdade para com o estado.
Todos os povos têm frases oriundas da sabedoria popular, às quais se atribui a condição de verdade incontestável. Segundo a antiga tradição grega, grande parte das máximas e preceitos que todos conheciam e repetiam eram atribuídas aos sete sábios da Grécia, denominação dada na Antigüidade a sete homens, todos estadistas ou legisladores, que viveram entre 625 e 550 a.C. e se tornaram notáveis pela sabedoria prática. O nome desses homens variou com o passar do tempo, mas uma das relações mais difundidas, do tempo de Platão, incluía Tales de Mileto, Periandro de Corinto, Pitaco de Mitileme, Bias de Priene, Cleóbulo de Lindos, Sólon de Atenas e Quílon de Esparta. Os ensinamentos a eles atribuídos se tornaram tão populares que alguns chegaram a ser inscritos no templo de Apolo em Delfos em algum momento do século 6 a.C.
Abaixo, alguns desses pensamentos atribuídos a Sólon de Atelas:
– Respeita os teus amigos.
– Ao invés de mentir, prefira dizer sempre a verdade.
– Que a razão seja sempre a mão que te guia.
– Não contes tudo o que os teus olhos têm visto.
– Seja o que for que tu saibas, aceita calar sobre elas.
– Não consagres tua vida senão ao que é honesto.
– Quando aprenderes a obedecer, então saberás mandar.
– Não julgues, pois serás odiado pelos que condenou.
– Que tuas palavras não sejam mais justas do que foram as de teus pais.
– Seja escrupulosamente honesto em tua conduta, porque isso vale mais que a palavra dada.
– Aconselha a teus concidadãos não o que é agradável, mas sim o que é melhor.
– Se acreditas que é bom que os outros te rendam contas, aceita que também tenha que rendê-las.

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