quinta-feira, 14 de junho de 2018

Hermann Goering


goering2Hermann Goering nasceu na Bavária, o segundo filho da segunda esposa de Heinrich Ernst Goering, um oficial da Cavalaria Prussiana e também Cônsul-geral Alemão no Haiti. A família firmou moradia na Alemanha com a aposentadoria de seu pai, em 1896.
Cresceu próximo a Nuremberg, no pequeno castelo de Veldenstein, pertencente ao Cavalheiro Hermann von Epenstein, um judeu que até 1913 foi  amante de sua mãe e seu padrinho.
Estudou no colégio militar e na escola de cadetes e em 1912 foi incorporado ao exército prussiano, no Regimento Prinz Wilhelm, na arma de infantaria. E assim seguiu para a Primeira Guerra Mundial, servindo como infante nas trincheiras alemãs. Ainda no primeiro ano de conflito, problema reumático causados pela umidade das trincheiras forçou sua hospitalização.
Pouco depois de obter alta hospitalar, tentou se transferir para a Luftstreitkräfte, o serviço aéreo do exército imperial alemão, mas foi rejeitado. Insistente, conseguiu voar como observador, transferiu-se por conta própria, não se preocupando com a possibilidade de uma corte marcial.  Em 1915 obteve qualificação de piloto de caça. No mesmo ano foi derrubado em combate, e retornou somente em 1917, onde conquistou 22 vitórias aéreas que lhe garantiram a Cruz de Ferro e a medalha Pour le Mérite.
No ano de 1918 Goering foi promovido a comandante do celebrado esquadrão Richthofen, o qual o lendário aviador alemão Manfred von Richtofen, o Barão Vermelho, serviu.
Ao terminar a Primeira Guerra Mundial, Goering foi intimado a entregar seus aviões aos Aliados em dezembro de 1918. Como represália, ele e outros oficiais executaram aterrissagens forçadas com os biplanos, os danificando o máximo possíveis sem destruí-los para que os países vencedores não recebessem os aviões em estado operacional.
Sua maior mágoa foi com a população civil, devido ao tratamento hostil dado aos oficiais do Exército após a rendição alemã, principal causa para que ele deixasse o país. Tornou-se piloto comercial na Dinamarca e na Suécia.
Goering conheceu Rudolf Hess na Faculdade de Ciências Políticas, e em 1921 conheceu Adolf Hitler num comício. No ano de 1922, filiou-se ao então, pequeno Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nazista).
goering-iiiPor sua patente de oficial na Primeira Guerra Mundial, recebeu o comando das Tropas de Assalto de Hitler (as S.A., Sturmabteilung).  Goering esteve presente no fracassado Golpe de Munique em novembro de 1923, quandol Hitler tentou tomar o poder de forma prematura. Neste episódio, Goering foi atingido gravemente na virilha e com sua prisão anunciada, fugiu com sua esposa para a Áustria. A morfina em excesso consumida para aliviar a dor de seus ferimentos, o fez viciar na droga, o obrigando a buscar ajuda em duas ocasiões entre 1925 e 1926, junto ao Hospital Mental de Langbro, na Suécia.
Retornou à Alemanha em 1927, e graças aos seus contatos na indústria alemã, Göring foi eleito na direção do Partido. Ocupou 1 dos 12 assentos no Reichstag, obtidos pelo Partido nazista nas eleições de 1928. Então Goering se tornou o famoso líder da bancada do Partido na Câmara Baixa, e quando os nazis conquistaram 230 assentos nas eleições de 1932, ele foi eleito Presidente do Reichstag.
Nos anos seguintes, Goering foi o responsável pelo banimento dos jornais católicos na Alemanha, assim como o articulista do rearmamento alemão visando uma nova guerra de conquista. Em 1935, tornou-se comandante e o primeiro Marechal do Ar da Luftwaffe. Em 1940, Hitler o proclamou seu sucessor e o promoveu ao posto único de Marechal do Reich (Reichsmarschall), a mais alta patente militar do Reich alemão. Também foi Ministro da Economia do Reich, após o afastamento de seu titular por anos, Hjalmar Schacht.
Goering não acreditava que a Alemanha estava pronta para entrar num novo conflito e, particularmente, não acreditava que a Luftwaffe, estivesse à altura da RAF, a força aérea britânica, entretanto, com o inicio da Segunda Guerra Mundial, pôs-se aos esforços de conseguir a vitória.
E elas vieram, nos combates travados pela Luftwaffe, na Polônia e na França. Fatos que conduziram o Reichsmarschal ao seu ápice político e militar na Alemanha nazista. Porém, a capacidade de defesa da Luftwaffe se desfazia ao passo em que as frentes de batalha de Hitler se estendiam do norte da Europa ao Mediterrâneo e ao norte da África, e Goering perdeu prestígio quando a Luftwaffe sofreu derrota na Batalha da Inglaterra e não preveniu os bombardeios Aliados à Alemanha.
Alegando problemas de saúde, Goering se manteve em sua vida privada o quanto Hitler o consentiu, usufruindo do luxo da Carinhall – sua vasta propriedade ao norte de Berlim -, onde cuidou de sua coleção de arte e recebeu diversos presentes daqueles que buscavam seus favores. Seu vício em paracodeína, um derivado da morfina, o tornou eufórico e deprimido.
Se descrente da vitória alemã numa guerra ocidental, Goering se opunha completamente a uma nova guerra na frente oriental contra a Rússia e buscou todos os meios para convencer Hitler a cancelar a Operação Barbarossa. Com a invasão da URSS, emprenhou-se então a vencer essa campanha, fato, que apagaria seu fracasso na Batalha da Grã-Bretanha, mas como ele previu, tais conflitos conduziram a Alemanha ao desastre e a aniquilação.
Nos anos finais da Segunda Guerra Mundial, a Luftwaffe combateu sempre em desvantagem numérica contra russos, estadunidenses e ingleses, chegando próximo a completa destruição.
Em 1945, próximo ao fim da guerra, diante da Alemanha irremediavelmente derrotada, invadida a leste pelos russos e a oeste pelos demais Aliados, Goering, enviou a Adolf Hitler, um telegrama onde propunha assumir a liderança do Reich como sucessor anunciado do Führer. Hitler recebeu a proposta como uma grande traição e ordenou a prisão de Goering pela SS, assim como o retirou de seu testamento político e o expulsou do Partido Nazista.
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No tribunal de Nuremberg
Goering foi preso em 8 de maio de 1945, na Áustria, onde se refugiara, e suas condições físicas e mentais eram lamentáveis. Encarcerado em Nuremberg, recuperou-se de seu vício através do tratamento dado pelos estadunidenses na prisão. Seu brilho de orador e sua saúde física e mental voltaram, então, Goering atuou como líder dos acusados, defendendo-se vigorosamente durante o julgamento. As provas, testemunhos e evidências contra seus crimes o renderam pena de morte na forca, por crimes contra a humanidade, contra a paz e crimes de guerra.
Quando tomou conhecimento de sua pena, solicitou ao tribunal que fosse fuzilado, considerando que tal forma de execução seria digna de um militar. Pedido negado pelo Tribunal de Nuremberg.
Goering após o suicídio
Goering após o suicídio
Na véspera de sua execução, Goering suicidou-se engolindo uma cápsula de veneno de cianeto de potássio – somente em 1967 é que foi revelado que ele havia deixado um bilhete explicando que a cápsula de veneno tinha estado o tempo todo em uma embalagem de pomada.
Postumamente, seu cadáver foi içado à forca junto com os demais executados, num ato macabro autorizado pelos juízes do tribunal de Nuremberg. Em seguida, seu corpo foi cremado e suas cinzas jogadas num rio em Munique.

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