quarta-feira, 20 de junho de 2018

Mem de Sá


SA Mem deO terceiro governador-geral do Brasil nasceu em Coimbra, Portugal (+ ou – 1500) e morreu na Bahia em 02/03/1572. Nomeado sucessor de Duarte da Costa em 1556, ele chegou a Salvador, Bahia, em 28 de dezembro de 1557, tomando posse do governo dias depois, em 3 de janeiro de 1558, iniciando uma administração marcada pelo desinteresse da metrópole e pelas graves desavenças entre os jesuítas e os leigos.
Mem de Sá procurou pacificar a colônia, liderando a guerra contra o gentio revoltado, mas nessa luta perdeu o filho, Fernão de Sá, em combate na então capitania do Espírito Santo.
Durante os quatorze anos de seu governo algumas realizações importantes foram concretizadas, entre elas a fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (a segunda a ser criada no Brasil), em 1º de março de 1565, por seu sobrinho Estácio de Sá; a expulsão dos franceses, em 1567, com o auxílio do mesmo sobrinho, que morreu de flechada recebida na luta, e o aldeamento de tribos indígenas em missões (reduções).
Além disso, o terceiro governador-geral do Brasil incentivou a produção açucareira na colônia, estimulou o tráfico de escravos africanos para atender a necessidade de mão-de-obra nas lavouras, e decretou leis que protegiam da escravidão os indígenas já catequizados.
Enfrentando, a obstinada resistência desenvolvida pelos indígenas à ocupação de suas terras fez com que Mem de Sá desenvolvesse ações enérgicas contra as tribos rebeldes de Ilhéus, Porto Seguro e São Vicente, onde os portugueses se viam seriamente ameaçados pelos tamoios, tendo para isso contado com o apoio dos padres Manuel da Nóbrega e José de Anchieta. Porém, em outras ações que empreendeu nesse mesmo período, conseguiu debelar a peste que grassava na Bahia, favoreceu o aldeamento dos indígenas e criou normas de justiça que estabeleciam severas regras disciplinares entre os colonos.
Sua maior preocupação como governador começou em 1555, quando o francês Nicolau Durand de Villegaignon, tendo aderido ao calvinismo, pretendeu criar no Brasil uma colônia onde seus companheiros de fé, fugitivos da perseguição religiosa que sofriam em seu país, pudessem se abrigar, e para isso estabeleceu-se em uma ilha na baía do Rio de Janeiro (onde hoje se situa a Escola Naval, ao lado do aeroporto Santos Dumont), construindo ali uma fortaleza que tomou o seu nome. Apesar de hostilizar os huguenotes (nome que na época se dava aos protestantes franceses), o rei da França lhe enviou reforços militares (1557), mas apesar disso Villegaignon retornou a seu país (1558), ficando a ilha ocupada pelos colonos que haviam chegado com ele. Incumbido de expulsá-los (1560), Mem de Sá, que contava com uma força de 120 portugueses e 140 índios, atacou a fortaleza guarnecida por 150 soldados franceses e um milhar de silvícolas, conseguindo ocupá-la.
No entanto, com a partida do governador os franceses voltaram a ocupar a ilha e reconstruíram a fortaleza arrasada, razão pela qual Estácio de Sá, sobrinho de Mem de Sá, chegou com dois galeões para expulsar os invasores (1564). Ele fortificou a entrada da baía e lançou os fundamentos da cidade cujo nome, São Sebastião, mais tarde modificado para São Sebastião do Rio de Janeiro, homenageava o rei de Portugal, mas como não conseguiu ser bem sucedido na expedição militar, Mem de Sá veio em seu auxílio com um pequeno corpo expedicionário (1567) que avançou sobre o inimigo e o derrotou em 21 de janeiro. Ferido por uma flecha no rosto, Estácio de Sá faleceu um mês depois.
Consumada a vitória, Mem de Sá organizou a administração da cidade e entregou o governo a seu sobrinho Salvador Corrêa de Sá, continuando, porém, a residir na localidade durante cinco anos. Em 1572 ele deixou o cargo de governador-geral, mas adoeceu quando se preparava para regressar a Portugal e morreu logo depois, tendo sido sepultado no cruzeiro dos jesuítas, na Bahia. Seu sucessor – D. Luís de Vasconcelos – que havia sido enviado em 1570 para o substituir, como quarto governador, foi morto durante a viagem que fazia para assumir o cargo, quando o navio que o transportava foi atacado por corsários franceses em mar alto. Segundo os textos que relatam essa passagem, na altura das ilhas Canárias, a 13 de setembro de 1571, a nau capitânia  foi atacada por uma armada de corsários, quatro naus francesas e uma inglesa, comandados por Capdeville. No combate inicial sucumbiu o próprio governador, Dom Luís de Vasconcelos. Dos jesuítas que o acompanhavam, cinco foram mortos no mesmo dia, e no dia seguinte, 14 de setembro, os outros sete, tendo sido os seus corpos atirados ao mar.
O governo ficou entregue, então, a outro sobrinho, Salvador Correia de Sá. Para facilitar a administração, em 1572 a Corte estabeleceu dois governos: um, ao Norte, com sede em Salvador; outro ao Sul, com sede no Rio de Janeiro. A divisão não produziu bons resultados e o governo foi reunificado, em 1578, com sede em Salvador.

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