Erwin Rommel nasceu a 15 de Novembro de 1891 em Heidenheim, no estado de Württemberg. Seu pai foi professor – assim como seu avô – e sua mãe foi filha de um oficial graduado.
Aos 14 anos, Rommel e um amigo construíram um planador em proporções reais que voava, embora com autonomia de poucos metros. Nessa altura, seu sonho era ser um engenheiro aeronáutico, porém a insistência de seu pai, fez com que ingressasse no 124º Regimento de Infantaria de Württemberg como cadete, em 1910. No ano seguinte adquiriu o direito de servir na “Kriegschule” Escola de Guerra em Dantzig, onde se formavam os oficiais do exército alemão.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Rommel lutou como tenente na França, Romênia e Itália. O profundo conhecimento de seus homens, sua coragem fora do comum e seu dom natural de líder, logo cedo já evidenciava uma carreira brilhante. Sempre evitando cargos no Estado-Maior do exército alemão, tanto no Reichwehr da República de Weimar quanto na Wehrmacht de Hitler, ele se manteve na infantaria como um oficial de linha de frente. Possuidor de um grande talento para ensinar, foi designado para postos em várias academias militares.
Em 1938, após a anexação da Áustria pela Alemanha, o Coronel Rommel foi nomeado comandante da Escola de Oficiais de Wiener Neustadt, próxima a Viena.
Com o início da Segunda Guerra Mundial, passou a comandar as tropas que faziam a guarda do quartel-general de Hitler – um posto nada atraente para um soldado entusiasta da linha de frente.
A oportunidade que Rommel desejava, surgiu em fevereiro de 1940, quando assumiu o comando da 7ª Divisão Panzer. Mesmo sem jamais ter comandado unidades blindadas antes, percebeu rapidamente as tremendas possibilidades de vitórias oferecidas por tropas mecanizadas e blindadas, numa ofensiva. Seus ataques na costa francesa do Canal da Mancha mostraram as primeiras provas de sua coragem e iniciativa. A 7ª Divisão Panzer passou a ser conhecida como “A Divisão Fantasma” devido à alta velocidade em que se deslocava. Durante sua participação na frente francesa, a “Divisão Fantasma” chegou a se locomover mais de 240 km num único dia; um feito que se tornou memorável e jamais foi igualado por qualquer outra tropa durante a Segunda Guerra Mundial.
Pouco tempo depois, em fevereiro de 1941, Rommel foi nomeado comandante das tropas alemãs remetidas em socorro ao quase derrotado Exército Italiano na Líbia. Os desertos do Norte da África foram o cenário de seus maiores sucessos. Graças aos seus audaciosos ataques-surpesas, passou a ser conhecido, tanto por amigos quanto inimigos, como a “Raposa do Deserto”. Sua reputação fez com que Hitler o promovesse a Marechal-de-Campo.
Rommel, no entanto, tinha dificuldades de lidar com seus aliados italianos, assim como com o comando supremo alemão. O Norte da África era, para Hitler, apenas um coadjuvante. Ainda assim, mesmo sob as crescentes dificuldades de suprimento e dos pedidos de Rommel para a retirada de suas exaustas tropas, no verão de 1942, o Führer ordenou um ataque ao Cairo e ao Canal de Suez. Rommel e seu exército teuto-italiano foram detidos pelos britânicos em El-Alamein (al-‘Alamayn, Egito), 96 Km de Alexandria. Nessa época a “Raposa do Deserto”, sustentava uma grande popularidade no mundo árabe, onde era tido como “libertador” do domínio britânico. Na Alemanha, o Ministério da Propaganda o intitulava como o invencível “Marechal do Povo” (Volksmarschall).
A ofensiva sobre o Egito sobrecarregou seus recursos. No final de outubro de 1942, sofreria outra derrota na segunda batalha de El-Alamein e se retiraria para a cabeça-de-ponte alemã em Túnis. Em março de 1943, Hitler ordena sua volta à Alemanha.Em 1944, Rommel recebe a missão de reforçar a defesa da costa francesa do Canal da Mancha contra uma possível invasão Aliada. O então “mestre da guerra de movimento” desenvolveu uma incomum criatividade na construção de obras de defesa costeira. Mas, sua recomendação de evitar – por todos os meios possíveis – que o inimigo estabelecesse grandes cabeças-de-ponte, sua insistência para manter uma grande quantidade de tropas como reserva imediatamente atrás da linha de defesa costeira (para contra-ataques), e sua profecia de que – a menos que o inimigo pudesse ser novamente empurrado para o mar – o destino da batalha de invasão seria decidido no primeiro dia, foram todas ignoradas.
Já na primavera de 1943, Rommel – um soldado nato, puramente profissional, sem nenhuma influência política – já tinha convicção de que a guerra era perdida, e de que Hitler não estava preparado para encarar esse fato e nem para enxergar o óbvio: a necessidade de se fazer a paz com as Potências Ocidentais.
Na primavera de 1944, alguns dos amigos de Rommel que faziam parte da oposição clandestina a Hitler, sugeriram a ele que era seu dever assumir como Chefe de Estado após a derrubada de Hitler. Rommel não rejeitou a proposta, mas esses homens nunca revelaram que eles planejavam assassinar Hitler. Eles sabiam que Rommel não concordava com a idéia de assassinato com fins políticos; ele havia ignorado todas as ordens de execução enviadas por Hitler.
Quando a invasão teve inicio, Rommel procurou em várias ocasiões mostrar a Hitler que a guerra estava perdida e que ele devia buscar um entendimento com as Potências Ocidentais.
Em 17 de julho de 1944, no ápice da batalha de invasão, o carro de Rommel foi atacado por caças-bombardeiros britânicos. O carro capotou, e Rommel foi hospitalizado com graves ferimentos na cabeça. Em agosto, sua recuperação era suficiente para o retorno à sua casa para convalescer. Enquanto isso, após o fracasso do atentado contra a vida de Hitler em 20 de julho de 1944, os contatos de Rommel com os conspiradores foram expostos. Hitler, preocupado com sua popularidade, viu que não seria agradável que o “Marechal do Povo” aparecesse perante uma corte como seu inimigo, e conseqüentemente fosse levado à forca.
Assim, em 14 de outubro de 1944, Rommel recebeu em sua residência, dois generais a mando de Hitler. A proposta do Führer foi: Ingerir veneno, sob a garantia de que seu nome e de sua família permaneceriam intactos ou optar por um julgamento, onde inevitavelmente seria condenado a morte e sua família perseguida e levada a campos de concentração. Rommel optou pelo veneno, cometendo suicídio.
Para o povo, a causa do óbito foi os ferimentos sofridos no ataque dos caças britânicos. Foi enterrado com todas as honras militares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário