segunda-feira, 11 de junho de 2018

Cristóvão Colombo

Cristóvão Colombo nasceu em Gênova, Itália, provavelmente em 1446.  Segundo se acredita, aos 23 ou 24 anos de idade ele teria partido para Quios, ilha do mar Egeu, na costa oeste da Turquia, viajando em 1476 para a Inglaterra e depois Lisboa, onde casou-se com a filha de um navegador que fundara uma colônia em Porto Santo, ilha do grupo da Madeira, herdando  do sogro vários mapas e instrumentos náuticos. Enquanto os portugueses procuravam atingir a Índia contornando a África, Colombo acreditava na existência de um caminho mais curto, pelo Ocidente.
Motivado por essa certeza requisitou sem resultado o auxílio de Gênova, tentando depois, inutilmente, interessar D. João II, de Portugal, em seus projetos. Em seguida enviou cartas a Henrique VII, da Inglaterra, que também se revelaram infrutíferas, dirigindo-se, por fim, à corte espanhola, onde reinavam Fernando e Isabel. Após oito anos de lutas conseguiu três navios, Santa Maria, Pinta e Nina, equipados com uma tripulação de 120 homens.
Pelas Capitulações de Granada (contrato em que a Coroa concedia permissão para explorar, conquistar e povoar terras, fixando direitos e deveres recíprocos), seria o chefe da expedição, obtendo também, uma vez concluída com êxito a empresa, as dignidades de nobre, almirante e vice-rei das regiões que descobrisse, tomando posse das ilhas marítimas em cuja existência dizia acreditar.
Em 03/08/1493 ele partiu de Palos, abasteceu-se de água fresca nas Canárias e seguiu a princípio para oeste, e depois sudoeste, singrando mares até então desconhecidos. Até que às duas horas da manhã de 12 de outubro, um tiro de canhão partido na nau Pinta anunciava que terra fora avistada: era a ilha de Guanaani (nas Bahamas), que Colombo acreditava pertencer à Ásia Oriental, as Índias da época, crença que manteve até à morte.
Ao desembarcar ele tomou posse do território em nome dos soberanos espanhóis, e o denominou São Salvador, mas informado pelos nativos da existência de ricas minas de ouro em terras do sul, rumou nessa direção, atingindo Cuba em 28 de outubro, e Española, ou Hispaníola, atual Haiti, em 6 de dezembro. Com o esfacelamento de uma das naus e a separação da outra, Colombo resolveu regressar à Espanha e transmitir as boas novas aos soberanos. Depois de construir um forte de madeira com os destroços do navio, deixando nele 39 voluntários, iniciou a viagem de volta em 04/01/1493, chegando a Palos em 15/03.  De lá se dirigiu imediatamente a Barcelona, onde se encontrava a corte, recebendo, então, inúmeras distinções e o título de fidalgo, sendo-lhe manifestadas todas as provas do favor real.
Em 25/09/1493 voltou ao mar, partindo de Cadiz com três navios pesados, 14 caravelas e tripulação de 1.500 homens, descobrindo, durante essa expedição, a ilha de Dominica em 03/11, e, mais tarde, Maria Galante, Guadalupe e Porto Rico, atingindo Hispaniola no dia 22. Encontrando destruída a colônia que fundara, construiu uma fortificação que denominou Isabel, em homenagem à rainha, nomeando para governador da mesma o seu irmão Diogo.
Seguiu depois para a Jamaica, constatando na volta, após uma viagem de cinco meses, que seu irmão Bartolomeu chegara a Isabel trazendo abastecimento para a colônia. Pouco depois, decidindo regressar novamente à Espanha, a fim de desfazer certas intrigas levantadas contra ele e explicar a situação aos reis católicos, nomeou Bartolomeu vice-governador das novas terras e partiu para a Europa em março de 1496, com 225 espanhóis e trinta nativos.
Silenciadas as calúnias diante de sua presença e especialmente dos tesouros que levava, não conseguiu evitar que os inimigos atrasassem por um ano a remessa de abastecimentos para a colônia, retardando assim a partida de uma nova expedição.  Só em 30/05/1498 conseguiu iniciar a terceira viagem com seis navios e uma tripulação de criminosos requisitada por ele próprio.
Três das naus foram enviadas diretamente a Hispaniola, seguindo o descobridor com as outras três para o sul, em busca do continente que supunha existir nessa direção, de acordo com informações dos nativos. Visitou Trinidad e as costas de Paria e Cumaná (na Venezuela), de onde regressou a Hispaniola, certo de haver atingido o continente. A colônia, por sua ordem, fora removida para o outro lado da ilha, onde se construiu nova fortaleza denominada São Domingos.
Nesse meio tempo, seus inimigos continuaram tramando, levando ao conhecimento dos soberanos espanhóis a versão de que ele pretendia se tornar independente, na qual a rainha Isabel acreditou. Para solucionar a questão, Francisco de Bobadilla foi enviado a Hispaniola com poderes suficientes para advertir o vice-rei, mas ao desembarcar na ilha o enviado real ordenou que Colombo fosse trazido à sua presença, colocou-o a ferros (fazendo o mesmo com seus dois irmãos) e o mandou para a Espanha, onde ele foi libertado imediatamente, recebendo da corte a promessa de restauração de todas as dignidades que de direito lhe cabiam.
Após dois anos de espera, e já  convencido do absoluto desinteresse do rei em lhe fazer justiça, partiu de Cadiz em 09/05/1502, com quatro navios pequenos providos pela corte, iniciando a quarta e última jornada em companhia do irmão Bartolomeu e do filho Fernando.
Chegando a São Domingos em 29/06, tentou ingressar no porto a fim de reabastecer os navios e refugiar-se de iminente tempestade, mas a permissão lhe foi negada, o que o levou a procurar um lugar seguro para ancorar a esquadra. Passada a tormenta, prosseguiu até o ístmo de Darien (atual istmo de Panamá), mas logo depois dois dos seus navios foram destruídos num temporal, e dois outros arrastados ao longo da costa da Jamaica.
Conseguindo salvar-se e aos companheiros, obteve duas canoas dos nativos, nas quais enviou alguns voluntários até Hispaniola, a fim de informar o governo da situação. Os meses se passaram sem que a ajuda chegasse, e nesse entremeio vários dos companheiros se rebelaram, ameaçando-lhe a vida e transferindo-se em protesto para a outra parte da ilha.
Depois de um ano de espera o socorro surgiu, finalmente. Os tripulantes das duas canoas, depois de chegarem a Hispaniola, não conseguiram convencer o governador a enviar os recursos necessários para o resgate de Colombo e seus homens, e por isso adquiriram eles próprios o navio no qual o descobridor partiu da Jamaica em 26/06/1504, chegando à Espanha exausto e doente, onde reiniciou sua luta pelo cumprimento das promessas anteriormente feitas pelo rei Fernando.
Após dois anos de sofrimentos, doenças, humilhações e desânimo, veio a falecer em Valladolid (15/08/1514), mas em atendimento à sua vontade, seus restos mortais foram transportados para São Domingos, sendo depois removidos com grande pompa, em janeiro de 1798, para a catedral de Havana, em Cuba, em virtude da tomada de Hispaniola pelos franceses.. Em 1898 foi novamente transportado para a Espanha, depois da anexação de Cuba ao governo norte-americano.
Um majestoso monumento foi erigido em sua homenagem, num convento de Sevilha, onde o seu corpo havia permanecido antes da transferência para São Domingos.

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