Em outubro de 1924 as guarnições do interior do Rio Grande se sublevaram, lideradas por Prestes e apoiadas por tropas irregulares gaúchas, mas sendo derrotadas se dirigiram para o Paraná em abril de 1925, onde encontraram as forças paulistas desalojadas de São Paulo, se uniram a elas e formaram o contingente rebelde que tomou o nome de coluna Prestes. Por quase dois anos os 1.500 homens que a compunham percorreu 25 mil quilômetros pelo interior do país, passando por 13 estados da federação e se internando na Bolívia em fevereiro de 1927, sem ter sofrido derrota para as forças legalistas que a perseguiam. Isso acarretou a Prestes enorme prestígio político, valendo-lhe o título de Cavaleiro da Esperança
No final de 1928 Prestes se transferiu para a Argentina, onde conheceu importantes líderes comunistas. No ano seguinte apoiou a candidatura de Getúlio Vargas à presidência, sendo convidado, após a derrota eleitoral deste, a assumir a chefia militar do movimento contra Washington Luís, mas recusou a tarefa. Em 1930 criou a Liga de Ação Revolucionária (LAR), organização extinta logo depois, e como suas relações com o PCB estavam sendo dificultadas pela radicalização do partido, mudou-se para Montevidéu. Em novembro de 1931, foi morar na União Soviética a convite do governo daquele país, e lá se dedicou ao estudo do marxismo-leninismo, sendo aceito como membro do PCB em agosto de 1934.
Logo depois, durante uma reunião em Moscou, decidiu-se promover uma revolução armada no Brasil, cabendo a Prestes dirigi-la. Assim, em dezembro daquele ano ele deixou a União Soviética com destino ao Brasil, acompanhado por Olga Benário, militante com quem se casara. Ao chegar ao Brasil, o casal manteve-se na clandestinidade.
No início de 1935 foi fundada no Brasil a Aliança Nacional Libertadora (ANL), reunindo socialistas, comunistas e tenentes descontentes com o governo Vargas, cujo programa era considerado antifascista e antiimperialista, e em março, quando de seu lançamento, Prestes foi indicado presidente de honra. Ele acompanhou o crescimento da ANL, e sempre na clandestinidade buscou restabelecer antigos contatos nos meios militares. Em julho divulgou manifesto pregando a derrubada do governo e exigindo todo o poder à ANL, do que Vargas se aproveitou para colocar a organização na ilegalidade. Isso não impediu que Prestes continuasse a preparar o levante, que teve início em novembro, na cidade de Natal (RN), logo seguido por guarnições do exército em Recife e no Distrito Federal.
Mas em maio de 1947 o registro do partido foi cancelado e, em janeiro do ano seguinte, seus parlamentares, entre eles Prestes, cassados. Voltou, então, a viver na clandestinidade. Em 1950, negou-se a apoiar qualquer candidato nas eleições que reconduziram Vargas ao poder, fez oposição ao novo governo, e após o suicídio de Vargas, em agosto, de 1954, apoiou a eleição de Juscelino Kubitscheck, voltando a apresentar-se publicamente embora o partido continuasse na ilegalidade. No começo da década de 60 deu apoio ao governo de João Goulart, pressionando-o para acelerar a realização das reformas de base propostas pelo próprio presidente.
Com o golpe militar de 1964 e a volta do país ao regime ditatorial, foi obrigado, mais uma vez, a viver na clandestinidade. Em 1971, deixou o país e exilou-se na União Soviética. Voltou anistiado ao Brasil em 1979, quando já se manifestavam sérias divergências no interior do PCB, que acabaram levando ao seu afastamento da secretaria-geral e, em seguida, à sua saída do partido que dirigira por mais de 30 anos.
Na década de 80 orientou seus seguidores a que ingressassem no Partido Democrático Trabalhista (PDT), agremiação liderada por Leonel Brizola. Morreu no Rio de Janeiro, em 1990 aos 92 anos de idade.
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