Político brasileiro nascido em Macaé (RJ), em 26 de outubro de 1870, e falecido em São Paulo, em 4 de agosto de 1957. Graduado em direito (1891) pela Faculdade de Direito de São Paulo, foi nomeado promotor público em Barra Mansa (RJ), mas renunciou ao cargo para se dedicar à advocacia em Batatais (SP), onde iniciou a carreira política, sendo vereador em 1897, intendente em 1898 e deputado estadual (1904-1905), cargo que deixou para assumir a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública, onde ficou até 1912, quando voltou à câmara estadual. Continuando sua ascensão política foi eleito para a prefeitura da cidade de São Paulo em 15 de janeiro de 1914, e depois para ocupar o cargo de governador do Estado no mandato 1920/1924, de cujo exercício destacaram-se as seguintes obras:
– O grande número de rodovias construídas. “Governar é abrir estradas”, foi o seu lema na campanha eleitoral de 1920, e devido a ele recebeu a alcunha de “Estradeiro”. Na verdade, essa frase, depois assimilada pelos governadores que o sucederam, foi pinçada de uma declaração anterior que enfatizava a necessidade de ocupação do território: “Governar é povoar; mas não se povoa sem se abrir estradas, e de todas as espécies. Governar é, pois, fazer estradas”.
– Semana de Arte Moderna de 1922, que ele apoiou.
– Criação de várias faculdades de farmácia e odontologia no interior do estado;
– Modernização do arquivo público do estado, com a edição e publicação de documentos históricos valiosos.
A ele, quando à frente do estado de São Paulo, é atribuída de forma caluniosa a frase “Questão social é questão de polícia”, embora a frase verdadeira tenha sido “A agitação operária é uma questão que interessa mais à ordem pública do que à ordem social, pois representa o estado de espírito de alguns operários, mas não de toda a sociedade”. Não houve registro de nenhuma violência do governo contra operários, tendo Washington Luis proposto, na sua posse como governador, a criação de uma justiça que arbitrasse os conflitos entre capital e trabalho.
Terminado seu mandato de governador, elegeu-se senador, posto que ocupou por dois anos (1924 a 1926). Isso porque em setembro de 1925 políticos de todos os estados o escolheram como candidato à presidência da República, sendo ele eleito em 1º de março de 1926.
Defensor do lema “governar é abrir estradas”, empenhou-se no cumprimento desse objetivo terminando a construção da rodovia Rio-São Paulo (iniciada durante sua gestão no governo paulista), e iniciando a Rio-Petrópolis (inaugurada em 1928 e depois batizada com o seu nome), ao mesmo tempo em que procurava resolver outros assuntos importantes, como a libertação de presos políticos, a diminuição da censura à imprensa, a suspensão do estado de sítio, o estimulo a expansão rodoviária, o aumento da reserva de ouro do tesouro nacional, a\remodelação da área urbana da capital federal e o desenvolvimento de uma política de valorização do café. Mas em fins de 1929, quando caíram os preços de todos os produtos primários, inclusive o do café, a moeda perdeu valor, o que inviabilizou os projetos do presidente.
Em 1930, durante crise financeira vivida pelo país, a Aliança Liberal reuniu as oposições em torno do nome de Getúlio Vargas, lançando sua candidatura contra a de Júlio Prestes, que ganhou as eleições presidenciais. Em julho do mesmo ano ocorreu o assassinato de João Pessoa, o que serviu de pretexto para a oposição, que contestava a validade das eleições, preparar uma revolta.
Os rio-grandenses se rebelaram em 3 de outubro tendo como chefe militar o tenente-coronel Pedro Aurélio de Góes Monteiro, que marchou para São Paulo. Na seqüência, as forças armadas depuseram o presidente e formaram uma Junta Militar com os generais Augusto Tasso Fragoso, João de Deus Menna Barreto e o contra-almirante José Isaías de Noronha.
Com a vitória da revolução Washington Luis foi preso no forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, onde permaneceu até 20 de novembro do mesmo ano, dia em que obteve permissão do novo governo chefiado por Getúlio Vargas e partiu para o estrangeiro, permanecendo na Europa e Estados Unidos até 1947. Ao regressar, foi morar em São Paulo, mantendo-se afastado da vida política, dedicando-se à pesquisa histórica e tornando-se membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e da Academia Paulista de Letras. Seu nome completo era Washington Luis Pereira de Souza.
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