Durante essas andanças Estrabão preocupou-se em adquirir informações e conhecimentos de toda ordem para orientar seus trabalhos literários. Baseado nesses dados escreveu um relato histórico em 43 volumes (que se perdeu), onde dava continuidade à descrição do grego Políbio (205-120 a.C.) sobre a história da Grécia, desde a 140ª Olimpíada, em 220 a.C., até a o fim de independência grega, em 146 a.C., acompanhada de um resumo da História Romana. Nesse relato ele discorria sobre os acontecimentos verificados até a batalha naval de Actium, no Egito, que decretou o início da derrocada de Marco Antônio e Cleópatra.
Mas sua obra principal é a Geografia, escrita em dezessete volumes conservados praticamente na íntegra (já que falta apenas o sétimo). Oito são dedicados à Europa, seis à Ásia, um ao Egito e outro à Líbia, e neles o autor revela fatos políticos importantes sobre as principais cidades e os grandes homens que nelas viveram.
Durante a Idade Média o historiador Estrabão, também conhecido pelo nome latino de Strabo, era quase desconhecido, passando a ser apreciado de melhor forma a partir do século 15, quando surgiram as edições e as traduções de sua coleção Geografia. Apesar de inúmeros erros nela contidos, especialmente sobre a direção dos Pirineus, o trabalho do autor foi a primeira obra desse gênero herdada da Antigüidade (juntamente com a de Ptolomeu). Dentro dela a história, a religião, os costumes e as instituições dos diferentes povos estão misturados às descrições geográficas.
A obra Geografia pode ser vista como uma enciclopédia do conhecimento geográfico do início da Era Cristã. Ela cobre todo o mundo conhecido pelos gregos e pelos romanos daquela época, apresentando uma constante defesa do poeta Homero como fonte geográfica, e não levando em conta escritores mais recentes, como Heródoto, que normalmente testemunhavam o que reportavam.
Além disso, mostrava uma preocupação normalmente argumentativa e crítica em relação a estes outros escritores. E com uma atitude tipicamente grega em relação aos fatos. No entanto, esta argumentação às vezes criticada, oferece aos acadêmicos modernos uma informação histórica valiosa sobre os métodos de geografia antiga e do conhecimento de geógrafos mais antigos, que de outra forma não teríamos conhecimento.
A Geografia, de Estrabão, está dividida da seguinte forma:
Os livros I e II constituem uma longa introdução à obra
Os livros III ao X descrevem a Europa, particularmente a Grécia (livros VIII-X).
O Livro III é dedicado à Ibéria.
Os livros XI ao XVII descrevem a Ásia Menor
O livro XVII descreve a África (Egito e Líbia)
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