terça-feira, 12 de junho de 2018

FÍDIAS


FIDIASO mais famoso escultor da Grécia antiga foi Fídias (500-430 a.C.), que provavelmente nasceu em Atenas. Seus professores foram Hégias, de Atenas, e depois, Ageladas, de Argos, com quem ele aprendeu os segredos da arte que dominaria com tanta perfeição. Na época em que o estadista Péricles esteve à frente do governo ateniense, ocupando oficialmente o cargo de presidente do conselho de generais, Fídias tornou-se conselheiro de assuntos políticos em Atenas, e uma espécie de supervisor dos trabalhos públicos.
Entre as suas primeiras obras de arte estão o templo de Teseu e um grupo de treze figuras em Delfos, além de Atena Promachos, dedicada à deusa em agradecimento pelo sucesso militar dos gregos em Maratona. Com 10m de altura e instalada na Acrópole de Atenas em 456 a.C., podia ser vista desde o mar. Ali permaneceu até ser levada para Constantinopla em 465 d.C., onde foi destruída em 1204, por lhe ser atribuída a culpa pela aproximação da esquadra da IV Cruzada (o pedestal da estátua foi encontrado em 1845). Seu aspecto só pode ser reconstruído através de imagens em moedas romanas, onde Atena estende seu braço direito, com que segura um objeto alado.
Uma lança apoiada no chão repousa sobre seu ombro, tem um escudo junto ao chão e sua cabeça porta um elmo. Zósimo, historiador de língua grega atuante em Constantinopla entre o final do século 5 e início do século 6, escreveu dizendo que quando os godos penetraram na Acrópole, retrocederam espantados diante da estátua imensa.
Um pouco depois de Fídias completar a Promachos, Péricles assumiu o governo, e tomando o escultor sob sua proteção o contratou para coordenar as obras de restauração da acrópole ateniense e outros edifícios. As atribuições exatas incluídas no cargo de Fídias são difíceis de determinar. Plutarco sugeriu que ele se tornou algo como um “ministro da cultura”, o que é também uma descrição vaga e parece exagerada. A crítica moderna tende a considerar sua situação como um supervisor artístico geral das edificações atenienses, o que implicaria autoridade sobre todos os arquitetos e artesãos envolvidos nos projetos e responsabilidade pela execução das obras, representando de qualquer forma um enorme volume de trabalho.
A estátua de Atena Parthenos, instalada no Partenon, foi a segunda grande composição isolada de Fídias, iniciada em torno de 447 a.C. e completada por volta de 438 a.C. Os atenienses estabeleceram um concurso para a elaboração da imagem, participando Alcamenes e Fídias. Alcamenes fez seu esboço com grande beleza e arte, mas Fídias, considerando que a estátua, de grandes dimensões, seria vista de baixo para cima, empregou distorções na proporção. Quando os projetos foram apresentados ao público Fídias esteve a ponto de ser apedrejado pela multidão indignada com o que lhe pareceu um sacrilégio, até que ambos os modelos foram colocados em um alto pedestal.
Então, as graças do esboço de Alcamenes se tornaram disformes, e a deformidade da concepção de Fídias apareceu com um aspecto natural e harmonioso, demonstrando seu entendimento das leis da ótica e do escorço. Plínio a descreveu como tendo 12m de altura, enquanto Pausânias relatou que ela fora trabalhada em marfim e ouro sobre um núcleo de madeira, e concebida estando em pé. Na mão direita segurava uma imagem de Niké, a Vitória; na outra empunhava uma lança; e ao lado, no chão, havia um escudo e uma serpente. Seu elmo era ricamente decorado, coroado por uma esfinge ladeada de grifos. A túnica chegava-lhe aos pés, e no peito um medalhão com a face da Medusa. No pedestal, um relevo contando a história do nascimento de Pandora.
Um relato do século 10 diz que nesta época ela estava em Constantinopla. A maior obra de Fídias, a estátua do Zeus, na Elida, teria sido ainda mais alta. Esculpida em marfim e ébano, foi destruída por um incêndio em 415.
Por volta de 444 a.C. Fídias possivelmente atuava como auxiliar direto de Péricles na remodelação da cidade, porque foi nessa época, em período não superior a vinte anos, que todos os grandes monumentos de Atenas, inclusive o Partenon, foram erigidos. Mas para muitos pesquisadores a produção artística do escultor chegou ao seu ponto mais alto com a estátua de Atena, concluída em 438 a.C. No entanto, os enormes gastos feitos com essas obras, pagos com o dinheiro dos aliados de Atenas, trouxeram dificuldades para Péricles e Fídias, mas o artista conseguiuprovar que era inocente quanto à denúncia de que tinha se apoderado do ouro destinado aos monumentos.
Posteriormente ele foi acusado de sacrílego por ter representado a Péricles e a si mesmo no escudo de Atena, e por isso foi condenado à prisão, onde morreu provavelmente envenenado.
Entre as suas estátuas individuais existia uma Amazona, em Éfeso, que conseguiu o segundo lugar num concurso de que também participou Policleto, que obteve o primeiro lugar, mas o estilo real de Fídias é retratado de forma mais precisa nos famosos fragmentos do piso do Partenon.
Boa parte da fama universal de Fídias deriva da criação da estátua de Zeus, completada em torno de 430 a.C. e considerada uma das sete maravilhas do mundo antigo. As descrições da época contam que ela foi concebida em posição sentada, mas suas dimensões exatas não foram transmitidas à posteridade; estimando-se que possuísse cerca de 12m. Era revestida de ouro e marfim e em parte colorida.
Trazia uma coroa de louros na cabeça e na mão direita carregava uma imagem de Niké coroada e com um ramo nas mãos. Com sua mão esquerda empunhava um cetro feito de vários metais, em cuja extremidade havia uma águia. Sobre seu manto de ouro haviam sido pintadas várias figuras de animais e flores, especialmente lírios.
O trono era coberto de incrustações de ouro, marfim, ébano e pedras preciosas, com relevos esculpidos e imagens pintadas. Pausânias relatou que quando Fídias terminou a obra, orou a Zeus pedindo um sinal se ela o havia agradado, e nesse instante um raio ou uma luz penetrou pela abertura do teto do templo e gravou uma marca no piso, que foi coberta com um vaso de bronze.
Fonte: Encyclopædia Britannica Online e Wikipédia

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