Este conquistador espanhol nasceu em Trujillo, por volta de 1471, filho ilegítimo de um oficial do seu país que servira naquela região. Inicialmente, para sustentar-se, foi guardador de porcos em sua terra natal, mas em 1509, insatisfeito com a vida que levava, aceitou um convite que lhe fora feito e embarcou para a América com o também espanhol Alonso de Ojeda, explorador e colonizador, que no ano seguinte o encarregou de cuidar da recém-fundada colônia de Santa Marial Del Darien, no Panamá.
Posteriormente acompanhou outro compatriota seu, Vasco Nunes Balboa, na viagem em que este atravessou por terra o istmo do Panamá e chegou em 25 de setembro de 1513 ao litoral do oceano Pacífico. Alguns anos depois (1519), após seu comandante ter sido acusado de rebelião e executado em praça pública, ele achou por bem descansar em terras panamenhas. Mas por pouco tempo, porque em 1522 uniu-se a Diogo de Almagro, capitão espanhol, e ao sacerdote Fernando de Luque, em um projeto de conquista voltado para as terras do sul, de onde tinham chegado rumores sobre a existência de um rico império.
Os três então compraram duas pequenas embarcações, e no dia 14/11/1524 Pizarro deixou o Panamá em uma delas, com cerca de 100 homens a bordo, navegando paralelamente à costa em busca das riquezas de que tinha ouvido falar. Porém foi obrigado a voltar no ano seguinte, após ter passado por grandes privações, o mesmo acontecendo com Almagro, que zarpara no outro navio pouco tempo depois de sua partida. Em setembro de 1526 os dois reativaram o projeto, dessa vez em navios maiores, quando chegaram ao golfo de Guayaquil e trataram de explorá-lo.
Almagro regressou para buscar reforços, deixando Pizarro e parte da tripulação em uma pequena ilha. Mas o governador do Panamá recusou-se a autorizar novas explorações e por isso enviou dois navios para levar de volta os desembarcados, com o que Pizarro não concordou. Ele e mais dezesseis homens decidiram não desistir da empreitada, e continuaram acampados na ilha.
Por volta de 1527 uma outra embarcação chegou à ilha. Seu comandante tinha recebido ordens taxativas para regressar com Pizarro e seus companheiros, mas estes, ao invés de acatarem a determinação do governador, se apossaram da embarcação e passaram a utilizá-la em novas explorações. Dessa vez alcançaram Tumbes e outras localidades incas, retornando ao Panamá com a certeza de que o sonhado império meridional finalmente havia sido descoberto.
De lá Pizarro seguiu imediatamente para a Espanha, onde, em 16/07/1529, obteve permissão real para conquistar e governar o Peru. Retornando ao Panamá com grande contingente de homens, inclusive seus três irmãos consangüíneos, velejou para o sul em janeiro de 1531, com três embarcações e 185 tripulantes, onde aportou na ilha de Puna, no golfo de Guayaquil, unindo-se a Fernando de Soto que havia chegado com alguns reforços. Dali retornou a Tumbes, penetrando no interior da ilha.
Em 15/11/1532 ele alcançou Cajamarca, mais ao sul e no interior do continente, onde Ataualpa, imperador dos incas, se encontrava acampado com um poderoso exército. Embora tenha ocorrido a confraternização das duas forças, no dia seguinte o soberano foi capturado de forma traiçoeira, e seus subordinados mais próximos massacrados impiedosamente.
Quando, a certa altura, Pizarro prometeu libertar o prisioneiro em troca de uma sala cheia de ouro, este o atendeu sem hesitação, o que não impediu seu assassinato poucos meses depois, em 24/06/1533, sob a falsa alegação de que conspirava contra os espanhóis. Diogo de Almagro chegou logo depois, mas muito tarde para também merecer seu quinhão na pilhagem. Daí por diante não se verificou em Cajamarca mais nenhuma resistência armada, mas durante marcha que se seguiu a esse episódio, em direção a Cusco, capital do império inca, no seu vale sagrado, os espanhóis foram atacados repetidamente.
Apesar desses contratempos, Pizarro entrou na cidade incaica em 15/11/1933. O novo líder dos indígenas, Manco Inca, foi ao seu encontro e ofereceu-lhe a sua submissão, sendo transformado em um monarca títere pelo conquistador espanhol. Os invasores tinham, porém, outra intenção, o que os levou primeiramente a saquear Cusco, transformando-a depois em uma cidade espanhola.
Em janeiro de 1535, logo depois da fundação de Lima, Pizarro recebeu da Espanha o título de marquês, e junto com ele a confirmação real de que seu território se estendia por 270 léguas a partir do rio Santiago, e em direção sul. Ao mesmo tempo, Diogo de Almagro, que obtivera a região sulina que confrontava com a sua, partiu com um exército para conquistar o Chile, enquanto Sebastião de Benalcazar, um dos oficiais de Pizarro, dominava Quito, tomando posse da mesma.
Não demorou muito tempo para que os índios chefiados por Manco Inca, se revoltassem. A partir de abril de 1536, e durante algum tempo, eles ameaçaram expulsar os espanhóis de suas terras, mas apesar do denodo e resolução com que lutaram, foram finalmente subjugados pelos invasores. Retornando do Chile, Almagro alegou que a cidade de Cusco ficava em seus domínios, e por esse motivo iniciou em 1537 uma guerra sem tréguas contra Pizarro. Derrotado e preso em 26/04/1938, na localidade de La Salinas, ele morreu poucos dias depois, estrangulado em sua cela por ordem do rival e ex-companheiro de aventuras.
No entanto, inconformados com o acontecido, seus adeptos que haviam permanecido em liberdade iniciaram um movimento conspiratório cujo objetivo era a vingança, decidindo, então, atacar Pizarro em seu próprio palácio. Alguns desses homens foram encarregados da execução dessa tarefa, o que foi feito no dia 26/06/1541, quando o conquistador e vários dos seus companheiros foram mortos.
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