Natural da cidade do Serro, próxima à região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais, onde nasceu em 16 de dezembro de 1860, João Pinheiro da Silva, político, advogado e industrial, era filho de imigrantes italianos. Em 1882 abandonou o curso de engenharia que fazia em Ouro Preto, onde seus pais moravam, e mudou-se para São Paulo, matriculando-se no ano seguinte na faculdade de Direito da capital paulista.
Durante o tempo em que ali permaneceu como estudante, dedicou-se também à atividade de revisor de jornais e professor de física e química. Formando-se em Ciências Jurídicas no ano de 1887, retornou à cidade de Ouro Preto, nela montou seu escritório de advocacia e iniciou a atividade política. No ano seguinte fundou o Clube Republicano, já existente no Rio de Janeiro, São Paulo e outras cidades, cujo ideário era o de derrubada da Monarquia e estabelecimento da República Federativa no país, organizando depois o Partido Republicano Mineiro.
Para defender sua meta política encabeçou o jornal “O Movimento”, depois transformado em órgão oficial do PRM. Com a proclamação de República, foi nomeado (25/11/1889) Secretário do Estado de Minas Gerias pelo Governo Provisório de José Cesário de Faria Alvim.
Este, ao deixar o cargo em 10/02/1890, entregou-o a João Pinheiro, que para assumi-lo primeiramente precisou se tornar vice-governador, sendo logo depois nomeado para ocupar efetivamente as funções de primeiro mandatário do governo mineiro.
Quando das eleições para escolha dos membros da Constituinte Federal, em 1891, foi um dos escolhidos pelas urnas, marcando sua posição nos trabalhos legislativos que então se processavam principalmente pela reação às posições assumidas por inúmeros membros daquela Casa.
Por isso renunciou ao cargo que ocupava após a queda do marechal Deodoro da Fonseca, retornando mais uma vez a Ouro Preto, onde não só colaborou para a fundação da Faculdade Livre de Direito, mas nela tornou-se professor de direito internacional.
Afastado temporariamente das atividades políticas por se sentir decepcionado com o que presenciara na Assembléia, dedicou-se à indústria que possuía com a família em Caeté. Mas em 1903 voltou à atividade, coordenando o Congresso Agrícola Industrial e Comercial realizado em Belo Horizonte. Dois anos depois foi eleito senador da República por Minas Gerais, e presidente de Minas Gerais em 1906 (mandato de 07/09/1906 a 25/10/1908).
Na presidência estadual empreendeu a primeira grande reforma do ensino no Estado (onde durante dois séculos “nunca existiu método algum de ensino primário”), lançando as bases de uma sólida política de desenvolvimento. Fundou, também, o Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais.
Orador de méritos, cujos discursos marcaram época na tribuna provincial e federal, João Pinheiro da Silva morreu em 25 de outubro de 1908, na cidade de Belo Horizonte, antes de concluir o seu mandato, sendo substituído pelo seu vice, Júlio Bueno Brandão. Mas deixou um legado de ideias e obras que marcaram o nascimento do regime republicano em Minas Gerais, tornando-se um dos políticos de maior expressão do Brasil, no início do século 20.
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