O aventureiro (1635, no País de Gales -1688, na Jamaica), foi um corsário que saqueou grande parte do Caribe. Associado ao pirata holandês Eduard Mansvelt, e tendo o governador da Jamaica, Thomas Modyford, como protetor, ele formou uma companhia de ladrões dos mares que realizou diversas investidas bem sucedidas contra colônias espanholas.
De sua vida sabe-se que inicialmente visitou Barbados, colônia inglesa nas Índias Ocidentais Britânicas, Antilhas, de onde partiu para a Jamaica, logo se tornando chefe de um grupo de piratas. Nessa atividade ele e o seu grupo agiram com grande audácia durante anos, pilhando parte da ilha de Cuba, tomando e saqueando a cidade panamenha de Porto Belo (1668), também Maracaibo, na Venezuela, (1669), e no ano seguinte (1670) capturando um forte na embocadura do rio Chagres, na zona central do Panamá, cruzando o istmo e tomando a cidade do mesmo nome após travar violento e sangrento combate com os soldados espanhóis.
Henry Morgan foi talvez o corsário inglês que mais ouro saqueou dos espanhóis. Um dos seus ataques famosos foi feito contra a cidade de Porto Belo, no ano de 1668, aonde o pirata chegou com treze navios e à frente de mil cento e cinqüenta homens, para roubar ouro, prata e pedras preciosas. Após vários dias de batalha encarniçada, ele derrotou as forças espanholas, invadiu a cidade, recolheu tudo o que encontrou de valioso, incendiou o lugar e retirou-se carregando o produto do saque em cerca de 150 mulas.
Ao tomar conhecimento do acontecido, Agustín Bracamonte, governador do Panamá, desafiou o pirata a tentar também invadir os seus domínios, e este lhe respondeu que aguardasse, pois teria uma surpresa. No começo de 1671, Morgan iniciou essa empreitada com 35 navios e cerca de 2000 marujos ingleses e franceses, disposto a efetuar um ataque pirata sem precedentes. Na invasão do primeiro forte, 200 dos seus homens foram mortos, além de dezenas de feridos. Ultrapassado esse primeiro obstáculo, os piratas avançaram pela selva até alcançarem a cidade do Panamá, defendida por um corpo de cavalaria composto por 500 homens, além de 2000 soldados a pé e um grupo numeroso de civis e escravos mal equipados.
No desenrolar da batalha, a cavalaria panamenha foi dizimada quando realizou um ataque frontal, pois não tinha como enfrentar a artilharia de mosquetes dos atacantes, que disparavam sem parar, o que reduziu o ânimo dos defensores e permitiu a invasão da fortaleza após uma luta sangrenta de pouca duração. O fogo, ateado não se sabe por quem, queimou todo o depósito de seda e especiarias armazenadas, mas os piratas permaneceram na cidade por muitos dias, torturando os civis para descobrir o que de valor pudesse ser levado. Como resultado desse ataque arrasador cada pirata ficou com 200 moedas de oito (cada uma delas valia cerca de oito pesos), mas a cidade do Panamá ficou destruída, tendo que ser praticamente reconstruída nos meses que se seguiram.
Em outra expedição arrojada o pirata saiu da Jamaica com uma pequena frota e acompanhado por número relativamente pequeno de homens cruzou o mar das Antilhas, chegou à península do Iucatã, no México, e depois de marchar por cerca de cinqüenta milhas atacou a cidade de Vila Hermosa. Retornando ao porto, Morgan descobriu que seus navios haviam sido aprisionados pelos espanhóis, mas num golpe audacioso ele apoderou-se de duas naus inimigas e quatro canoas nativas, navegando com elas por cerca de quinhentas milhas, dando a volta na península de Iucatã e alcançando a cidade de Granada, que foi atacada e saqueada.
O pirata inglês atacou diversas cidades espanholas entre elas Santiago de Cuba e também Campeche, esta defendida por dois fortes guarnecidos com muitos soldados que resistiram durante dois dias, quando então se renderam. Diante das reações do rei da Espanha, o rei Carlos II, da Inglaterra, mandou prender Henry Morgan em Londres, mas reconhecendo suas contribuições à coroa inglesa acabou lhe concedendo o título de cavaleiro, tornando-o tenente-governador da Jamaica e lhe atribuindo a tarefa de controlar a atividade de piratas naquela região.
Já nomeado governador da Jamaica, Henry Morgan viveu na ilha como rico fazendeiro, até sua morte, em 25 de agosto de 1688.
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