Nascido em Anchiano, Itália, (15/04/1452), Leonardo da Vinci foi uma das maiores figuras de seu tempo. Fruto do romance passageiro entre Piero da Vinci, notário público, e uma camponesa chamada Catarina, ele viveu com a mãe até os cinco anos de idade, passando depois para a tutela do pai, que cuidou dele até os quatorze anos.
Depois foi levado para Florença e entregue aos cuidados do pintor Andréa Del Verrochio para que pudesse aprimorar a vocação demonstrada nessa arte. Foi assim que aprendeu as técnicas da pintura, da gravura, do desenho e da escultura, e passou a desenvolver, além da curiosidade enciclopédica, a originalidade que marcou sua vida artística. Como, por exemplo, a de assinar seu nome da direita para a esquerda, para que fosse lido diante de um espelho.
Em 1482 transferiu-se para Milão, onde ofereceu seus serviços de engenheiro militar, escultor, pintor, inventor e arquiteto ao príncipe Ludovico Sforza (1451-1508), que se encontrava em guerra com os franceses,. Contratado pelo fidalgo, apresentou diversas sugestões ilustradas, como pontes móveis facilmente transportáveis, máquinas arremessadoras de pedras e instrumentos de assédio que facilitavam a invasão de fortalezas e cidadelas.
Além disso, estudou toda a área da cidade, idealizando e sugerindo melhoramentos documentados em detalhados trabalhos de cartografia. Projetou a catedral local, construiu uma rede de canais e um sistema de abastecimento de água, aconselhou a construção de praças e jardins públicos, colocando também em prática uma parte de seus projetos militares, como o carro de assalto considerado precursor do tanque de guerra.
Deixando Milão em 1499, seguiu para Mântua e depois retornou a Florença (1503), iniciando nessa época um período de importante produção no campo da arte e da pesquisa científica. No ano de sua chegada pintou o retrato conhecido como A Gioconda, a mais famosa de suas obras. Pesquisando a possibilidade de o homem voar, estudou os pássaros dissecando aves para compreender o funcionamento dos seus músculos, e ao escrever o Códice Sobre o Vôo dos Pássaros instituiu as leis mecânicas do vôo.
Nos vários aparelhos voadores que inventou estão presentes as primeiras coordenadas do aeroplano e do helicóptero, pois as experiências que realizou serviram como base de estudo para todos os pioneiros da aeronáutica nos séculos posteriores, e ao afirmar que se o homem tivesse um pano de linho com doze braços de frente por doze de comprimento poderia atirar-se de qualquer altura sem perigo para si, ele estava inventando o pára-quedas.
Mudando-se para Roma no início do século 16, cidade que era então o maior centro artístico da Europa, passou a estudar anatomia, física, matemática e o mecanismo de locomoção dos peixes, projetando nessa época uma embarcação movida a pás que antecipava em trezentos anos os navios do Mississipi. E como resultado de suas pesquisas sobre física concluiu que “todo peso tende a cair em direção ao centro pelo caminho mais curto”, tese que contém a essência da Lei da Gravidade que Newton formularia mais tarde.
Leonardo da Vinci foi um revolucionário na arte do seu tempo, e devido às pesquisas que realizava, tidas como estranhas para a sua época, chegou a ser acusado de bruxo. Retornando à França em 1516, desfrutou tranqüilamente dos seus três últimos anos de vida, vindo a falecer no castelo de Cloux, perto de Amboise, em 2 de maio de 1519. Mas deixou como herança uma fabulosa obra nos campos da atividade artística, científica e da criatividade humana, patrimônio esse que continua encantando e maravilhando a quantos dela têm conhecimento.
Em 01/03/2007 foi aberta, em São Paulo, uma exposição das obras do renomado pintor, que estão entre as mais caras do mundo. Com o nome de “Leonardo da Vinci – A Exibição de um Gênio”, a mostra, com 150 peças que contemplam as atividades do italiano como inventor, cientista, arquiteto, engenheiro, filósofo, anatomista e, claro, pintor, procurou demonstrar que ao se reduzir à pintura o legado do toscano mais famoso do mundo, despreza-se a maior parte de sua obra.
Na época, os organizadores afirmaram que a exibição pública “é a mais abrangente sobre Da Vinci já concebida no formato itinerante”. Na exposição não foram mostrados originais, uma vez que há uma legislação restrita sobre a circulação dos mesmos, e o próprio Da Vinci deixou poucos originais efetivamente”.
As primeiras peças que recriam os inventos de Da Vinci foram produzidas desde meados da década de 50 por famílias de artesãos italianos, a partir do estudo dos projetos originais. Posteriormente, outros artesãos e especialistas europeus confeccionaram mais peças com materiais e técnicas do século 15 e também fiéis aos modelos do toscano.
Foram essas as expostas ao público em São Paulo, em treze setores distintos: “Estudos Anatômicos”, “Arte da Guerra”, “Máquinas Civis”, “Códices”, “O Pai da Aviação”, “Máquinas Hidráulicas e Aquáticas”, “Instrumentos Musicais e Ópticos”, “Estudos sobre Física e Mecânica”, “A arte da Renascença”, “O Homem Vitruviano”, “Desenhos da Batalha de Anghiari”, “Documentário” e “Vídeos em 2D e 3D sobre o Homem Vitruviano e a Última Ceia”.
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