terça-feira, 12 de junho de 2018

MIDAS


MIDAS 1A história revela que a Frigia, situada na região oeste da Ásia Menor, foi colonizada no século 13 a.C. por uma raça de origem incerta que ocupou grandes extensões de terra ao longo do mar Negro e das costas do mar Egeu, mas que esse povo depois foi sendo levado gradativamente para um altiplano mais ao sul, onde por volta de 600 a.C. caiu em poder da Lídia, e em 546 a.C., dos persas, que em 400 a.C. criaram a Frigia Maior e Frigia Menor.
No ano 333 a.C. Alexandre Magno se apoderou delas, e em 133 a.C. foram os romanos que as invadiram, tendo a parte oriental dessa região passado a integrar a Província da Ásia. Em 300 da era cristã o imperador Diocleciano a dividiu mais uma vez, e daí em diante a Frigia simplesmente desapareceu da História.
Um dos reis dessa nação foi Midas, filho de Górdio e Cibele, cuja vida ocorreu em período incerto, mas que a lenda inclui como participante de uma história sobejamente conhecida. Diz ela que o deus Dionísio, em sinal de gratidão pela maneira cordial com que Midas tratou seu mestre Sileno, prometeu dar-lhe tudo quanto pedisse, e o rei então solicitou que aquilo em que tocasse se transformasse em ouro, no que foi prontamente atendido.
Quando viu, porém, que a própria comida também se transformava no metal precioso, o que o ameaçava de morrer de fome, ele rogou à divindade que seu pedido fosse anulado, e esta, para curá-lo, disse-lhe: “Vai ao Rio Pactolo e segue a corrente até a fonte que lhe dá origem, ali mergulha tua cabeça e teu corpo e lava tua culpa e o teu castigo”. Midas assim fez, e mal tocara as águas, antes mesmo de ter passado para elas o poder de transformar tudo em ouro, as areias do rio tornaram-se auríferas, e assim continuaram até hoje.
Outra lenda sobre o rei Midas aparece em certa fábula de Ovídio (43 a.C.- 17 d.C.), poeta latino e uma das personalidades mais representativas de sua época, quando este narra que Mársias, um sátiro da comitiva de Pã, desafiou o deus Apolo para ver qual deles dois tocava melhor a flauta, e que Mídias, escolhido como juiz da disputa, deu a vitória a Mársias. Enraivecido, Apolo quis vingar-se e para isso fez com que no rei da Frigia crescessem orelhas de burro, e que o soberano, para ocultá-las, as cobria com uma tiara magnífica.
O barbeiro real percebeu o que tinha acontecido, porém não se atreveu a revelar a ninguém aquele segredo bem guardado. Mas como o seu silêncio estava se tornando muito pesado, ele não suportou mais aquela situação e por isso cavou um buraco fundo e murmurou com a boca dentro dele: “Midas tem orelhas de burro”. Segundo Alain Quesnel, em seu livro “A Grécia, Mitos e Lendas”, Editora Ática, 1966, tradução de Ana Maria Machado, o barbeiro “tapou rapidamente o buraco e foi embora. Mas um caniço, bem ao lado, curvado pela brisa, começou a murmurar: “- O rei Midas tem orelhas de burro”.
Todos os caniços das redondezas fizeram a mesma coisa, o murmúrio cresceu e virou um clamor que dava para ouvir até na cidade. Dali a algumas horas, todo mundo falava das orelhas do rei. Todo mundo ria. O pobre soberano caiu no ridículo e passou a viver trancado em seu palácio, lamentando, mais uma vez, não ter tido prudência e bom sendo. Mas já era tarde”.
MIDAS 2No final da década de 1920 a Perfumaria Myrta S/A, do Rio de Janeiro, lançou uma série de estampas coloridas (ilustração ao lado), para impulsionar as vendas do seu sabonete Eucalol, estampas essas que ainda hoje, através de alguns admiradores e colecionadores, continuam despertando muita curiosidade.
Uma delas, que trazia a figura do rei Midas, tinha o seguinte texto: “Quando Dionísio, o deus do vinho, andava pela Terra, um rei chamado Midas prestou-lhe um grande favor. O deus, agradecido, mandou que Midas escolhesse uma recompensa. O rei pediu, então, a graça de transformar em ouro tudo o que tocasse com as mãos, no que foi logo atendido, tornando-se de ouro a maça que pouco antes colhera. Leva-se anos para entender porque o rei Midas é um asno. A maioria, entretanto, não descobre isso nunca. Depois de muita troca de idéias, a palestra continua com a seguinte pergunta: se você tivesse a mesma oportunidade do rei Minas, que pediria ao deus Dionísio?”
Sadim é um anagrama de Midas. Assim como existe o Midas, há a sua antítese, o Sadim. Enquanto as pessoas com o toque de Midas têm a coragem de lidar com os seus medos e fraquezas, o Sadim prefere camuflar ou ignorar seus fantasmas interiores, disfarçando sua ignorância com um manto de arrogância e vaidade. Vem daí o dom que possui de transformar em fracasso tudo o que toca.
Por nunca admitir que está errado. o Sadim não tem como aprender com os erros. Ricardo Belino mostra em um CD da Audiolivro Editora (www.audiolivro.com.br), como é possível aprender com o Sadim, evitando que atitudes e comportamentos nocivos contaminem sua ascensão profissional, sua felicidade pessoal e seu bom-humor.

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