terça-feira, 12 de junho de 2018

PEDRO I


PEDRO IFilho de D. João VI e de D. Carlota Joaquina, o primeiro imperador do Brasil, nasceu (12/10/1790) e morreu (13/09/1834) em Lisboa. Aos nove anos foi enviado ao Brasil com o título de condestável, porque a situação internacional da época era difícil e seus familiares pretendiam, preservá-lo para a sucessão do trono.
Diante da invasão de Portugal pelos franceses, a família real fugiu para o Brasil em 1807, e em 1816, com a morte de sua mãe D. João passou de príncipe regente a rei de Portugal, proclamando seu filho (09/01/1817), príncipe real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
Em virtude do triunfo da revolução portuguesa contra a invasão francesa, a família real partiu para a Europa deixando D. Pedro no Rio de Janeiro, como príncipe regente. Como o tesouro estava esgotado, este se viu obrigado a adotar medidas de economia, enquanto constatava o aumento das divergências entre portugueses e o crescimento do desejo pela independência em meio à população brasileira. Por isso pediu ao pai sua dispensa do encargo assumido, razão pela qual foi expedido em Lisboa um decreto que lhe ordenava o regresso a Portugal. Tal fato provocou irritação no Brasil, tendo o povo saído às ruas pedindo a permanência do príncipe. Na manhã de 09/01/1822, compareceu perante o príncipe uma numerosa delegação organizada pelo Senado da Câmara do Rio de Janeiro. Na sala do trono, José Clemente Pereira, presidente do Senado, leu o manifesto do povo em que se solicitava a permanência  do príncipe, e este, do alto do trono, respondeu com decisão: “Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que fico”.
Houve manifestações de regozijo popular durante algum tempo, até que as tropas portuguesas sob a chefia do general Jorge Avilez, se rebelaram, iniciando no dia 11 do mesmo mês um movimento contra a decisão do príncipe. Mas ao encontrarem reação preferiram embarcar, uma semana depois, de volta a Portugal. Porém a corte portuguesa também ficou insatisfeita com o acontecido e suspendeu o pagamento dos rendimentos a que D. Pedro tinha direito como príncipe, e este, por sua vez, irritado com a punição que lhe fora imposta, constituiu em 16 de janeiro um novo ministério formado por defensores da causa nacional, entre eles José Bonifácio de Andrade e Silva, nomeado ministro do Reino, da Justiça e Estrangeiros.
D. Pedro aceitou em 13 de maio o título de Defensor Perpétuo do Brasil, e em 5 de agosto tornou-se grão-mestre da Maçonaria, cujas lojas trabalhavam pelo movimento de independência. No dia 14 ele se dirigiu a São Paulo com a intenção de dar fim a uma agitação política que lá se manifestava, e após curta permanência seguiu para Santos. Ao retornar (07.09.1822), quando se encontrava às margens do riacho Ipiranga, recebeu duas cartas: uma de José Bonifácio e outra da princesa real, nas quais lhe era comunicado que a corte portuguesa enviara decretos ordenando-lhe que se conservasse como regente do Brasil, mas subordinado a ela até que a Constituição portuguesa, em fase de elaboração, definisse a situação do país, e também que estava mandando processar os ministros nomeados por D. Pedro.
As duas correspondências o aconselhavam a proclamar imediatamente a independência do país, e foi o que ele fez num súbito impulso. Após pronunciar breve discurso dirigido aos integrantes de sua escolta, ele desembainhou a espada e bradou “Independência ou morte!”. A partir daquele momento o Brasil se libertava de Portugal e assumia o controle do seu próprio destino.
Uma vez declarada a independência brasileira, D, Pedro foi proclamado Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil no dia 12 de outubro de 1822, realizando-se a cerimônia de coroação em 1º de dezembro. Mas a separação do Brasil de Portugal não fora totalmente pacífica porque em vários estados ocorreram lutas de maior ou menor intensidade entre brasileiros e tropas portuguesas, a mais grave de todas acontecendo na Bahia, onde o general Madeira de Melo optou pela retirada somente em 2 de julho de 1823.
Assim, a independência do Brasil acabou sendo reconhecida pelos Estados Unidos (1824), e em seguida pela Inglaterra, França, Áustria e outras nações. Portugal também concordou com a nova situação em 1825, mas exigiu dois milhões de libras como indenização pelas propriedades de D. João VI no Rio de Janeiro, e pela parte que cabia ao Brasil na dívida portuguesa junto à Inglaterra.
A consolidação do novo regime provocou graves agitações políticas porque o espírito autoritário de D. Pedro não lhe permitia sujeitar-se ás limitações que desejavam lhe impor. Por isso ele dissolveu a Assembléia Constituinte em 11 de novembro de 1823, e deportou para a Europa os deputados mais exaltados, entre eles José Bonifácio, nomeando em seguida um Conselho de Estado que redigiu a nova Constituição aprovada em 25 de março de 1824. Entretanto, a dissolução da Constituinte provocara grande descontentamento entre os liberais, o que acabou acarretando acontecimentos sérios, como a Confederação do Equador.
A morte de D, João VI, em 1826, levou D. Pedro a interferir na política portuguesa, pois sendo herdeiro legítimo do trono, pensou em unir as duas coroas. Mas constatando que isso era impossível, abdicou em favor da filha Maria da Glória, então com sete anos de idade.
Com a morte da esposa casou-se com a princesa Amélia de Bearharnais (1829), e no ano seguinte enfrentou conflitos com a Noite das Garrafadas, o que o fez substituir o ministério moderado por outro contrário a reformas liberais. A ligação amorosa que mantinha com a marquesa de Santos contribuía para aumentar sua impopularidade, que culminou com uma manifestação popular no Campo de Santana, exigindo a reintegração do gabinete anterior.
Ao fracassar na tentativa de formação de um novo ministério, D. Pedro comprovou que já não podia contar com mais ninguém, e por isso abdicou em 7 de abril de 1841, em favor de seu filho D. Pedro de Alcântara, retirando-se em seguida para a Europa.
Deixando a esposa e a filha em Paris, ele tomou o título de duque de Bragança, organizou uma expedição que desembarcou nos Açores, assumiu a regência de Portugal e iniciou campanha militar (1833) que depôs seu irmão D. Miguel, marido de Maria da Glória, sua filha, que aproveitando a ausência da esposa havia se apoderado do trono e se proclamado rei absoluto de Portugal.
Em 1834, D. Pedro participou às câmaras que sua saúde não mais lhe permitia continuar à frente dos negócios políticos, e por isso Maria da Glória foi declarada maior, começando a reinar com o nome de Maria II.

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