O historiador grego nasceu em Megalopolis (205 a.C.), na Arcádia, e morreu por volta de 120 a.C. Filho de um general, ele foi educado para a carreira das armas. Quando se tornou evidente que a intenção dos romanos era a de dominar politicamente toda a Grécia, Políbio participou das medidas então tentadas para a preservação da independência do país. Sobrevindo, após sua subjugação, a franca ocupação do território grego pelos romanos, foi um dos dois mil reféns que os acaianos tiveram que entregar aos invasores,
A Liga Acaiana constituía uma confederação de doze cidades da Acádia, ao norte do Peloponeso, e tinha como princípio político a completa igualdade entre os Estados que a compunham, o exercício de uma democracia moderada em todos os centros habitados, na liberdade municipal, contanto que os interesses gerais não fossem sacrificados, numa assembléia geral que decidia sobre a paz, a guerra e as alianças, e num conselho superior de demiurgos (magistrado supremo), à frente do qual se achava um estratego, ou chefe militar. Desapareceu depois da derrota de Leucopetra, que entregou a Grécia definitivamente aos romanos, em 146. a,C.
Em Roma, Políbio logo se tornou admirado por seu saber, virtudes e talento, chegando a ser protegido por alguns senadores mais em evidência na época.. Mas quando os reféns obtiveram sua liberdade completa, dezessete anos após terem sido entregues aos romanos, ele ele não quis ver seu país ocupado e por isso permaneceu em Roma, ingressando no serviço do general Cipião Emiliano, a quem acompanhou na expedição à África e testemunhando a destruição de Cartago (ilustração acima), em 146 a.C.
Depois disso viajou para a Grécia, onde seus compatriotas tinham entrado em guerra com os romanos e após a derrota dos gregos esforçou-se para conseguir termos de paz favoráveis, tornando-se tão popular que muitas cidades ergueram-lhe estátuas. Foi nessa época que ele escreveu uma história sobre a Grécia, da 140ª Olimpíada, no ano de 220 a.C., até ao fim da independência grega, em 146 a.C., acompanhada de um resumo da História Romana, desde a tomada de Roma pelos gaulese.
Os fragmentos dessa obra que foram conservados constituem um documento importante sobre o mundo antigo, porque fornecem dados não somente sobre a Grécia e Roma, mas também sobre os demais povos com os quais os romanos e gregos mantiveram alguma relação.
Afirma-se que Políbio não foi superado por outro historiador da antiguidade quanto ao conhecimento sobre fatos políticos e militares. Por outro lado, porém, os críticos geralmente apontam seu estilo como destituído de beleza. Sobre isso, dizia ele que história deveria tratar exclusivamente de assuntos políticos e militares, em contraposição a outras narrativas, como as genealogias e a mitologia, e que ao invés de procurar emocionar o leitor, como faz o autor de tragédias, o historiador deve simplesmente relatar os fatos como eles ocorreram, sem comentar suas possíveis conseqüências, de modo a manter a objetividade histórica.
Políbio parece ter terminado seus dias na Acádia e sabe-se que de sua obra histórica conservaram-se os primeiros cinco livros e fragmentos dos outros 35. Cícero menciona uma obra sua dedicada particularmente à guerra da Numância, antiga cidade nas margens do rio Douro, perto da atual cidade de Soria, Espanha. Solidamente fortificada e localizada num platô isolado, ela envolveu-se numa guerra contra Roma entre 143 e 133 a,C, resistindo várias vezes aos invasores. Finalmente acabou sendo invadida e subjugada por Cipião, o Moço, após um cerco de quinze meses.
Sobre seu trabalho como historiador, diz Políbio (Prefácio de “História Universal sob a República Romana”, tomo I):
“O peculiar de minha obra, e o que causará a admiração dos presentes é que, assim como a Providência tem feito inclinar a balança de quase todos os acontecimentos do mundo até um ponto e os tem forçado a tomar um mesmo rumo, assim também eu, nesta História, exporei aos leitores sob um só ponto de vista o mecanismo de que ela tem se servido para a consecução de todos os seus desígnios”.
De fato, a história para Políbio tinha uma função didática, servindo para que se evitasse repetir os erros do passado. Na parte de sua obra que sobreviveu, fica patente a noção geral que possuía dos acontecimentos de que fora testemunha, em especial no que se refere à unificação do mundo mediterrâneo sob a dominação romana. Empenhou-se em explicar como Roma conseguiu, em menos de cinqüenta anos, conquistar praticamente todo o mundo conhecido na época. na Interpretação causal dos fatos, que empreendeu de forma mais ou menos mecânica, foi um dos primeiros historiadores a excluir a ação divina, embora muitas vezes tenha introduzido a Fortuna em suas explicações,
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